Pesquisar
Close this search box.

Custo logístico do Amazonas dispara com a vazante dos rios

A vazante do rio Negro deve dificultar ainda mais a chegada de barcos e contêineres o aumento de preços nas mercadorias, ou seja, mais um custo amazônico. Registros nas réguas da  ANA (Agência Nacional de Águas)  indicam redução no calado operacional dos navios que transitam pelo rio Amazonas nos principais portos de Manaus. 

De acordo com a empresa Aliança Navegação e Logistica Ltda essa diminuição na profundidade do leito do rio acarreta a redução da capacidade  de cargas dos navios, consequentemente desequilíbrio econômico- financeiro ao serviço regular de Cabotagem de/para Manaus.

Visando a recuperação desse desequilíbrio e a manutenção da regularidade, a empresa implantará uma taxa temporária de R$ 1025 por container de 20 pés e R$ 2050 por container de 40 pés para embarques com origem ou destino Manaus. 

A previsão é que a taxa seja cobrada nos embarques a partir do dia 11 de outubro (data do navio no porto de embarque), podendo ser antecipada ou postergada, de acordo com a evolução do índice da vazante. 

O comunicado da empresa preocupa o segmento varejista, ainda mais com a proximidade das datas sazonais tidas como  referências lucrativas  para o aquecimento das vendas no comércio.

“A inflação atinge diretamente o bolso do consumidor reduzindo o poder de compra com isso trazendo um reflexo de uma possível queda de vendas no fim de ano. Apesar de já temos convivido  com a inflação  e sabemos que existe uma recomposição de renda gradual, temos um impacto muito grande. Os principais vilões da região é o frete que aumentou bastante e com isso toda a cadeia de produtos acaba chegando mais caro na nossa região”, diz o presidente da Fcdl-AM (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Amazonas), Ezra Azury Benzion.

Para ele, o maior impacto em razão do aumento das taxas de frete é a alta nos valores dos produtos que afetam significativamente o bolso do consumidor. “Esse é o maior efeito, o restante são consequências de aumento”. 

De acordo com o Ezra,  o comércio pode viver de promoções, mas num período curto, porque ela serve para alavancar, mas não pode ser o principal mecanismo de venda. O comércio tem que está saudável tem que comprar, vender e ter sua margem de lucro. 

Ele diz que o comércio não é responsável pelo aumento de preços, aliás o setor apenas repassa. “Ninguém quer  aumentar preço, mas existe um aumento mundial de commodities, falta de insumos nas fábricas, temos interrupturas na entrega de produtos e isso está afetando os preços na ponta”. 

“Estamos impactados ainda com o aumento brutal do frete da China para a nossa região que praticamente aumentou seis vezes em relação ao que estava antes. Estamos tendo uma tempestade perfeita ruim que é essa questão do aumento da demanda mundial , inflação e alta do dólar”, complementa ele.

O dirigente afirma que todas as datas com forte potencial  para o segmento  como o Dia das Mães, dos Pais e o Dia dos Namorados tiveram crescimento em relação ao ano passado. E diz que apesar de todos os gargalos, continua acreditando que o varejo terá crescimento nas próximas datas como Dia das Crianças, Black Friday, Natal.

Vale lembrar que os sucessivos aumentos no valor do combustível, energia elétrica tem tido grande influência no valor dos produtos como alimentação entre outros  Pesquisa realizada com consumidores em todo país apontam que em média cerca de 60% desses consumidores vão deixar de consumir nas datas comemorativas de fim de ano.

Indústria

Com o agravamento da pandemia, no início de 2020, houve desajustes na cadeia mundial de suprimentos devido a paralisação de fábricas em diversos momentos e em diversas regiões do globo. Isso gerou a falta de insumos ao redor do mundo.

Semana passada o Jornal do Commercio conversou com lideranças da indústria que relataram que a falta de contêineres tem agravado ainda mais a situação do setor produtivo. O transporte da China para o Brasil custava em torno de R$ 12 mil, hoje a mesma rota é feita e ultrapassa mais de R$ 100 mil, mesmo assim não há garantia de que os insumos vão chegar ao país. 

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar