Depois de sofrer sua primeira desaceleração anual em maio, o INCC (Índice Nacional de Construção Civil) do Amazonas registrou repique em junho e avançou em patamares acima da média nacional do setor. A informação está no levantamento do IBGE e Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), divulgado nesta quarta (10).
No Amazonas, o índice avançou 0,47% em junho, 0,12 pontos percentuais a mais do que no mês anterior (+0,35%). No acumulado do ano, houve alta de 1,99% – contra 1,51% em maio. A variação dos últimos 12 meses foi de 6,71%, 0,61 pontos percentuais acima da anterior (+6,10%). O valor do metro quadrado subiu de R$ 1.100,53 para R$ 1.105,74, sendo R$ 615,95 relativo a materiais e R$ 489,79 à mão de obra.
Já a média nacional aumentou 0,35% na comparação com maio e 1,97% no semestre. Em 12 meses, a variação foi de 4,25%, 0,24 pontos percentuais abaixo da apresentada em maio (+4,49%). O custo nacional por metro quadrado passou de R$ 1.131,89 para R$ 1.135,88 em junho. Os materiais responderam por R$ 595,15 da soma e a mão de obra, por R$ 540,41.
O Amazonas ocupou a 12ª posição entre os maiores valores da variação percentual mensal. O número mais alto veio de Pernambuco (+2,37%) e o menor ficou no Ceará (-0,29%). Em termos de valores, o Estado ocupa o 15º lugar. O valor mais elevado está em Santa Catarina ocupou a primeira posição (R$ 1.285,33) e o mais baixo, em Sergipe (R$ 983,96).
Em relação ao valor do custo do material, o Estado (R$ 615,95) também ficou acima da média nacional (R$ 595,15), ocupando a 12ª posição. Ficou bem atrás do Acre (R$ 693,80) e bem acima do Espírito Santo (R$ 535,06), o primeiro e o último da lista.
O contrário ocorre na mão de obra, já que o Amazonas (R$ 489,79) ficou bem abaixo da média nacional (R$ 540,73), na 17ª posição do ranking dos maiores valores. Santa Catarina (R$ 669,97) está na primeira e Sergipe (R$ 441,31), na última.
Desaquecimento e concorrência
No material divulgado à imprensa, o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, salienta que a variação do Amazonas vem sendo marcada, nos últimos meses, por “pequenos aumentos” abaixo da inflação do IPCA (+2,23%), impulsionados praticamente pelo custo dos materiais.
“A média de aumento nos últimos três meses ficou em torno de 0,5%. De certa forma, é um patamar aceitável e compreensível. Aceitável por estar abaixo da inflação. Compreensível porque o mercado está desaquecido, com a demanda por insumos baixa. Isso aumenta a competitividade e impede que o comerciante promova remarcações. Estamos começando o período de sol e isso aquece o consumo da construção, portanto aguardamos para ver como o mercado vai reagir”, frisou Adjalma Jaques, ao Jornal do Commercio.
Logística e produtividade
O presidente do Sinduscon-AM (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas), Frank Souza, ressalta que o preço do metro quadrado no Amazonas segue mais baixo do que a média nacional. Sobre o custo dos materiais, a variação mais elevada seria fruto do aquecimento do mercado e dos permanentes entraves logísticos da região.
“No caso da mão de obra, estamos discutindo o dissidio, que está marcado para o fim deste mês. Mas, temos que destacar que a nossa produtividade é menor, pois o calor é maior e não ajuda na atividade, o que contribui para que o valor seja mais baixo aqui”, encerrou.