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Cultura e lazer para os barés

Evaldo Ferreira: @evaldo.am

Desde terça-feira (19), está acontecendo, no Museu da Cidade de Manaus, o Projeto Reciclarte com propósito de criar um Núcleo de Design e Inovação em Reciclagem, especialmente para atender jovens entre 18 e 21 anos em situação de vulnerabilidade social. Além das quatro oficinas, que vão começar em agosto, já está havendo no espaço uma exposição fotográfica de objetos reciclados.

“Nesta exposição, temos um trabalho solo de Borret, gênio da reciclagem artística brasileira, apresentando 16 dos seus trabalhos e ressaltando reflexões a respeito da consciência ambiental, da ecologia e do descarte correto do lixo e resíduos”, informou Leonardo Novellino, diretor do Museu da Cidade.

“É uma honra receber e hospedar essa maravilhosa exposição do artista carioca  Alfredo Borret que, utilizando técnicas de reciclagem, transforma o que não tinha utilidade, e era descartado na natureza, em arte. Lembramos que a reciclagem, além de ser uma atividade extremamente terapêutica, pode também contribuir como fonte de renda extra para as famílias equilibrarem seus orçamentos, com a criação e a venda dos seus produtos. É um estímulo da Prefeitura de Manaus, através da ManausCult e do Museu da Cidade para que a população possa fazer arte e empreender”, completou.

Num primeiro momento, de processo educativo e artístico, os participantes das oficinas estão ‘alimentando seus espíritos’ através da observação dos trabalhos criativos da exposição, das escolhas dos temas, das técnicas utilizadas, dos estilos adotados, das influências recebidas e, “após conhecerem, aprenderem e treinarem as técnicas, poderão desenvolver seus próprios trabalhos, frutos desse desenvolvimento técnico e estético”, falou Leonardo. 

Os três r’s

Todo o lixo doméstico descartado pode ser ‘reduzido, reciclado e reutilizado’ e transformado em produto artístico. Na exposição atual são destacadas tampas de metal (levam de 100 a 500 anos para se decomporem na natureza) de garrafas de refrigerantes e bebidas em geral, tampas de plástico (levam 500 anos para se decomporem) de sucos, gasosas e líquidos diversos, ímãs de geladeira e porta-copos, as famosas bolachas.

“Já retirei mais de dez toneladas de tampinhas das ruas. Através da minha iniciativa, desperto um novo olhar para os micros lixos, em especial as tampinhas de metal. Meu objetivo é chamar a atenção das empresas fabricantes de bebidas, multiplicar essa atitude e deixar esse legado”, falou Alfredo Borret.

“Outro objetivo do Projeto Reciclarte é transformar os participantes em multiplicadores, torná-los especialistas e entusiastas da reciclagem artística, quando poderão ampliar na sociedade o zelo pelo meio ambiente e lucrar com os frutos do comércio de suas produções criativas”, acrescentou Leonardo Novellino.

Além da sucessão de exposições temporárias, nesta temporada de férias, o Museu da Cidade continua com o Projeto Lúdico do Teatro História, no qual os visitantes são recebidos e podem fazer visitas monitoradas ao Museu, guiados por personagens históricos de Manaus como o líder indígena Ajuricaba; o presidente da província Theodoreto Souto, que libertou os escravos no Amazonas, em 1884; a pintora chilena Roser Brú, o escultor Geraldo de Carvalho, entre outros.

“Teremos também neste semestre que entra, feiras culturais, gastronômicas, de artesanato e artísticas”, concluiu Novellino.

BOX 1

Lembrando o mulateiro

Para os amantes da literatura, a Editora Valer lança mais um livro na noite de hoje, ‘Mulateiro’, do médico e romancista João Bosco Botelho. O evento terá início às 18h, no Museu da Cidade.

“Neste livro – escreveu Elson Farias – Botelho levanta questões da vida intelectual da cidade, os contextos históricos da economia dos ciclos da borracha e da Zona Franca de Manaus. Esclarece o episódio do ato de pirataria praticado por Sir Wickham, no caso da Hévea. Refere o domínio inglês nos serviços básicos de eletrificação, transportes, administração financeira e de instalações portuárias de Manaus, até se deter no problema da desvalorização mundial do preço da borracha amazônica. Nesse momento, surge a Academia Amazonense de Letras. As suas sessões de recepção de novos membros constituíam uma das poucas alternativas de lazer da sociedade de então (…). Enquanto isso, por volta dos anos 1950, verifica-se o fenômeno do Clube da Madrugada. Foi Djalma Batista, um dos acadêmicos mais notáveis, quem, desse modo, se manifestava, ao se referir ao movimento (…). E, logo em seguida, o ingresso dos poetas e prosadores do Clube nos umbrais da Academia. Tudo isso está no livro”.

Box 2

Venha visitar    

O Museu da Cidade de Manaus, em frente à praça D. Pedro II, funciona de segunda a sexta-feira, de 9h às 16h20, encerrando às 17h, com entrada gratuita.

Informações: 3622-4991. 

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Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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