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Cultura é essencial na pandemia

Cultura é essencial na pandemia

Durante o pico da pandemia, somente estabelecimentos que executam atividades consideradas essenciais, como supermercados, drogarias e padarias, puderam continuar funcionando. Shows, peças teatrais, espetáculos de dança, exibições de longas-metragens e outras produções culturais foram consideradas não essenciais.

Entretanto, o ator, diretor e empreendedor cultural Michel Guerrero diz que essa classificação foi errônea, porque, no auge da pandemia, as pessoas tiveram que se voltar para os livros, filmes, séries, lives de artistas locais e nacionais etc. “A arte teve um papel fundamental para melhorar o ânimo das pessoas, para não deixá-las entrarem em depressão. Esse período foi terrível para todo mundo, e muita gente ficou confinada. E isso trouxe muitas consequências negativas, dentre elas a propensão a ficar deprimido. Então, as pessoas tiveram de se ocupar com arte. Por isso, quem fala que cultura não é essencial está enganado, pois foi justamente a arte que ajudou as pessoas a manter o equilíbrio emocional neste momento difícil”, analisa Michel.

O produtor de shows musicais Fabrício Nunes tem a mesma opinião. “A arte foi muito importante durante o pico da pandemia para não deixar essas pessoas que estavam confinadas ficarem entediadas ou sem nenhum tipo de entretenimento. E os audiovisuais, especialmente as lives de cantores e bandas, contribuíram para fazer essa ‘galera’ não ficar entediada”.

O músico e publicitário Fred Teixeira endossa o pensamento dos colegas. “Nos primeiros 15 dias de confinamento, você até consegue encontrar ocupação dentro de casa, porque sempre tem algo para limpar, consertar, fazer uma pequena obra etc. Mas, depois disso, chega um momento que tudo acaba e você não tem mais o que fazer. E se não fosse a cultura, muita gente iria adoecer mentalmente, em especial aqueles que ficaram desempregados durante a pandemia”, ressalta.

Fred, que já atua há mais de 30 anos no ramo de publicidade, também é baterista há 25 anos. Ele conta que a arte foi importante até para ajudar os próprios artistas a se manterem equilibrados psicologicamente durante esse período, porque muitos ficaram sem trabalho e precisaram do apoio financeiro da família e dos amigos. “Esse não foi o meu caso porque eu tenho um emprego fixo, e o dinheiro que eu ganho como músico é para algumas despesas extras, não é para o essencial, cujas despesas eu cubro com o meu salário fixo. Mas os artistas que vivem exclusivamente da arte passaram por situações difíceis, por isso que essas lives nas redes sociais foram muito importante para também ajudar esse pessoal a se manter trabalhando e mantendo o seu sustento”.

Ações da Secretaria de Cultura de apoio aos artistas

Com a necessidade de isolamento social, por orientação da Organização Mundial da Saúde, a cadeia produtiva da cultura foi uma das primeiras afetadas pela pandemia do novo coronavírus. Para driblar os impactos da paralisação, o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, vem realizando diversas ações que vão desde edital de apoio a canal de atendimento aos artistas. Confira as principais iniciativas abaixo:

Suporte técnico

Profissionais de diversos setores da Secretaria avaliam o cenário da crise no segmento para apresentar estratégias e soluções cabíveis ao momento.

“Cultura Sem Sair de Casa”

Projeto oferece ao público, por meio do Portal da Cultura e das redes sociais da Secretaria, experiências ligadas à arte. São aulas com professores do Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro, performances e espetáculos completos dos Corpos Artísticos, exibição de documentários, entre outros. De abril a agosto, a campanha disponibilizou mais de 250 conteúdos, rendendo 150.936 visualizações e 50.193 novos usuários ao Portal da Cultura. 

TV Encontro das Águas

O programa passa a ser exibido nas manhãs de sábado no canal 2.1 da TV aberta. A programação inclui aulas de artes do Liceu Claudio Santoro, visitas guiadas aos espaços administrados pela secretaria e espetáculos dos Corpos Artísticos do Estado.

Visitas 360°

Com os espaços culturais fechados, a secretaria disponibilizou no Portal da Cultura, um tour 360°, por meio do qual o visitante pode passear pelo Teatro Amazonas. Também é possível fazer um tour 360° pelo Centro Cultural Palácio da Justiça.

Mapeamento de artistas 

Com a finalidade de identificar o perfil e a situação dos artistas, produtores culturais, técnicos e demais profissionais criativos do

Estado diante das medidas de enfrentamento e combate ao novo coronavírus (Covid-19). Quase 4 mil artistas estão cadastrados.

Atendimento a profissionais 

Entre os serviços prestados estão informações sobre medidas de prevenção e combate ao novo coronavírus; esclarecimentos sobre o edital “Fica Na Rede, Maninho”; cadastro no mapeamento dos artistas; e encaminhamentos para profissionais como assistentes sociais, psicólogos e programas sociais.

Cestas básicas 

A partir de dados do mapeamento de artistas, a secretaria entregou cestas básicas (com alimentos e itens de higiene) para artistas, produtores, técnicos e demais profissionais criativos em situação de vulnerabilidade.

Editais

Nesse período de isolamento social, vários órgãos nacionais ligados à Cultura criaram editais específicos para fomentar a produção artística em todos os segmentos. A Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa compilou esses programas emergenciais a fim de apresentar aos trabalhadores da cultura as diversas iniciativas que contemplam a classe artística amazonense.

Visitas virtuais

Foram disponibilizados, no Portal da Cultura, vídeos de visitas guiadas à Pinacoteca do Amazonas; aos museus da Polícia Militar, de Arqueologia, da Imagem e Som do Amazonas, e de Numismática; a Biblioteca Pública do Amazonas, Galeria do Largo e centros culturais Palácio Rio Negro, Palácio da Justiça e Povos da Amazônia.

Lives solidárias

A pasta passou a apoiar iniciativas para arrecadar doações para artistas, produtores culturais, técnicos e demais profissionais criativos.

Reportagem de Guilherme Gil

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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