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Crise fortalece consórcios

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Com alta de juros, consórcio de veículos é boa opção para empresas

Com a alta dos juros e a maior restrição dos bancos na liberação de financiamentos, os consórcios de automóveis leves e pesados voltam a ser uma alternativa para empresas que precisam -ou projetam -renovar a frota.
O ideal, entretanto, segundo executivos do mercado ouvidos pelo DCI, é que o empresário tenha caixa para oferecer um lance no grupo do consórcio e consiga arrematar a carta de crédito em poucos meses, ou insira o veículo no planejamento de longo prazo da companhia.
Segundo José Hélio Fernandes, presidente da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), o consórcio é uma excelente opção para pequenas e médias empresas, que possuem poucos veículos na frota.
“Se o empresário tem 20 ou 30 caminhões em sua frota, é mais complicado de se conseguir renovar por meio de consórcio”, observou Fernandes.
No final do ano passado, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) alterou as regras para financiamento de veículos pesados via Finame (programa de financiamento de máquinas e equipamentos).
Com as mudanças, os juros aumentaram de 6% para 9,5% no caso de micros, pequenas e médias empresas, e de 6% para 10% para companhias de grande porte. Além disso, anteriormente, o banco subsidiava 100% do valor do veículo, enquanto agora as pequenas podem financiar apenas 70% e as grandes 50% do valor total do veículo.
“Agora, essa taxas [do Finame] foram trazidas para a realidade e, com isso, o consórcio [de caminhões] se apresenta como um opção custo mais baixo e prazos médios mais longos que os do BNDES”, avaliou Ronald Macedo Torres, diretor da Rodobens Consórcio.
Torres afirmou que a Rodobens projeta crescer três vezes mais no segmento de automóveis comerciais neste ano em relação a 2014 -no ano passado, a companhia aumentou 3% o volume de crédito concedido pela o setor, um montante de R$ 700 milhões, enquanto neste ano espera crescer pelo menos 10%.
De acordo com ele, o foco do grupo em 2015 será empresas que buscam renovar a frota. “A concessão de financiamentos pelos bancos está mais rigorosa. O consórcio tem a seu favor o histórico de pagamento do cliente. Depois que ele paga cinco ou 10 parcelas [sem ser contemplado] cria-se um histórico de bom pagador”, observou.
Segundo dados do Banco Central, a taxa de administração média para bens móveis (que incluem veículos pesados e leves) ficou em 14,9% em janeiro. Considerando o prazo médio da Rodobens, por exemplo, que, conforme Torres, é de 87 meses, o “preço” anual de um consórcio de caminhão ficaria em 2,74% – até 7,26 pontos percentuais menor que do BNDES, portanto.
Para ser contemplado na modalidade de crédito, o consorciado precisa ser sorteado ou oferecer um lance -montante de dinheiro que corresponde a um percentual do valor total do veículo. O maior lance leva a bolada do mês. Caso o consorciado não ofereça o maior lance, precisa esperar o próximo mês.
“É importante que o empresário pesquise e saiba suas necessidades e alternativas. A vantagem do consórcio é a flexibilidade somada ao custo baixo e ao poder de negociação”, afirmou Paulo Roberto Rossi, presidente da Abac (Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios).
Entre as alternativas, Rossi disse que o empresário pode “oferecer o antigo veículo como lance” no consórcio -o negócio, no entanto, precisa ser previamente combinado com uma concessionária que aceite adquirir o automóvel.
Além disso, o cliente pode negociar um desconto no veículo objeto do consórcio e até 10% excedente para pagar despesas como IPVA e seguro.

Veículos leves
Não somente os automóveis pesados, mas também o financiamento de veículos leves sofre com a alta de juros – a Selic (taxa básica dee juros) subiu 1,75 ponto percentual desde outubro do ano passado e está em 12,75% -e com o aumento da seletividade dos bancos nas concessões de empréstimos.
Dados do BC apontam que os juros do financiamento de veículos para empresas estão em 20,6% ao ano via CDC (crédito direto ao consumidor) e 15,7% no leasing. No caso dos consumidores, o juro está em 23,8% no CDC e 14,8% no leasing, ambos na medição anual.
Segundo Rogério Pereira Dutra, diretor comercial da Embracon, o prazo do consórcio de veículos leves populares fica entre 36 e 80 meses. Considerando o menor prazo e a taxa de administração de 15%, o preço anual do consórcio ficaria 5%.
Dutra apontou que o segmento de consórcio de veículos que mais cresceu na Embracon foi o de veículos de alto padrão, que tem tíquete médio de R$ 140 mil. A expansão, de acordo com ele, foi de 25% nos últimos três meses.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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