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Crise e corrupção não afastam UE

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Brasil ainda é mercado prioritário para investidores da União Europeia

O Brasil ainda é um mercado atraente para os investidores europeus, apesar da desaceleração econômica e das denúncias recentes de corrupção no país, diz o presidente da Eurocâmaras, Edoardo Pollastri.
“Os investimentos que a UE (União Europeia) realizou no Brasil, até o ano de 2014, somam cerca de 240 bilhões de euros. Isso é o dobro do que o bloco aportou na China em todo o período”, afirma Pollastri, destacando a relevância do Brasil dentre os países emergentes.
Apesar da lenta retomada econômica pela qual passa o bloco europeu, as empresas da região já pretendem ampliar os seus investimentos em território brasileiro. No entanto, aguardam uma definição em torno das políticas de ajuste fiscal a serem implementadas no país. “Neste momento, a Europa inteira está esperando os ajustes que o governo brasileiro pretende fazer e que estão sendo sugeridos pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Interesse em investir no Brasil, os europeus tem. Mas é preciso aguardar o processo de correção da economia para retomarmos os aportes”, considera Pollastri. “É só reajustar a máquina e recomeçar”, ressalta.
O presidente da Eurocâmaras, que também é economista, diz que, além dos setores tradicionais de aportes, como o automotivo, os europeus querem avançar no “mercado de meio ambiente”. “Está se abrindo muitas possibilidades no Brasil para investimentos em economia sustentável. E a Europa tem muita expertise nessa área”, diz o economista. “Todas as prefeituras do país precisam se adaptar às novas normas sobre sustentabilidade, como a de reciclagem de resíduos sólidos. E os europeus estão interessados em participar desta nova atividade”, acrescenta ele, se referindo às novas regras previstas na PNRS (Política Nacional dos Resíduos Sólidos).
Os setores de metalomecânica e de infraestrutura também estão na lista de prioridade dos investimentos europeus. “O Brasil está precisando de melhores portos, ferrovias e estradas”, diz Pollastri.
O economista lembra que as denúncias recentes de corrupção envolvendo a Petrobras e grandes construtoras preocuparam os investidores europeus, mas que isso é uma situação passageira e que não deve afetar aportes futuros.
“Escândalos de corrupção sempre aconteceram em diversos países. Este da Petrobras não é o primeiro do mundo. Claro que, em um primeiro momento, escândalos como esse causam paralisação. Mas, logo depois, os investimentos são retomados. […] O presidente da Petrobras (Aldemir Bendine)já está ajustando as contas e as cotações da empresa já começaram a subir na Bolsa de Valores. Portanto, acredito que não vai demorar muito para que as coisas se acalmarem”, comenta ele.

Aportes brasileiros

Nos últimos dez anos, pequenas e médias empresas brasileiras avançaram no mercado europeu, conta o representante da Eurocâmaras. Essas se concentram, em grande parte, em serviços e comércio.
“As atividades brasileiras na Europa são ligadas à gastronomia, à venda de diversos produtos, como a cachaça, que tem bastante sucesso por lá. Além disso, quando se trata de moda de praia, por exemplo, o Brasil é muito requisitado”, cita o economista, informando que somente na Câmara de Comércio de Milão, há, atualmente, cerca de 300 empresas brasileiras registradas. Os países europeus têm incentivado a internacionalização de empresas para a região. “A Itália, em particular, está oferecendo incentivos fiscais e redução de burocracias, para atrair investimentos”, diz ele. Para Pollastri, entretanto, os brasileiros precisam avançar ainda mais. “O Brasil, hoje, é uma potência mundial. Não pode se fechar no mercado local. Vejam os chineses: eles compraram a maioria do capital da Pirelli. Poderia ter sido um brasileiro. O dinheiro europeu está barato agora”, ressalta o economista, informando que a promoção de investimentos entre Brasil e União Europeia será tema do debate que a Câmara irá realizar no próximo dia 8, em comemoração ao Dia da Europa. O evento terá participação de Joaquim Levy e da embaixadora da UE no Brasil, Ana Paula Zacarias.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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