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Crise atinge 35 mil trabalhadores

A partir de segunda-feira, ao menos 13 indústrias do PIM darão férias coletivas

A partir da próxima segunda-feira (29) ao menos 13 empresas do PIM (Polo Industrial de Manaus) ligadas aos segmentos de duas rodas e eletroeletrônico devem iniciar um período de férias coletivas. O Sindmetal (Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas) estima que a interrupção dos trabalhos envolve cerca de 35 mil trabalhadores. A medida, segundo os empresários, é uma forma de conter as despesas e continuar com o quadro efetivo mesmo em meio ao baixo faturamento e à consequente redução produtiva. Novas paralisações também estão programadas para o mês de julho.
De acordo com o Sindmetal, entre as fabricantes que oficializaram o pedido de férias coletivas com início na segunda-feira, estão: Genis Equipamentos de Ginástica, Denso Industrial da Amazônia Ltda., Philips da Amazônia Indústria Eletrônica, Moto Honda da Amazônia, Honda Lock do Brasil Ltda., Sawem da Amazônia Indústria Metalúrgica Ltda., Sakura Exhaust do Brasil Ltda., Federal Mogul Indústria de Autopeças Ltda., Musashi da Amazônia Ltda., entre outras.
As fabricantes Panasonic da Amazônia S/A. e Technicolor Brasil Mídia e Entretenimento vão interromper as atividades a partir de julho.
Segundo o presidente do Sindmetal, Valdemir Santana, o cenário não é dos melhores para os trabalhadores do PIM. Ele disse que ao menos 35 mil colaboradores estão inclusos no programa das férias coletivas e ainda afirmou que as empresas informaram ao sindicato antecipadamente sobre a previsão de paralisação.
Santana ainda relatou que as suspensões produtivas não descartam a ocorrência de demissões, e em massa, como a registrada recentemente pela Samsung Eletrônica da Amazônia Ltda. “A Samsung demitiu 620 pessoas há dez dias. Foi um número expressivo”, comenta.
O relatório relativo às demissões deste mês ainda não foi fechado mas conta com os registros de 220 desligamentos da Ifer da Amazônia Ltda.; 96 por parte da Lenovo da Amazônia; e mais 90 da Salcomp Indústria Eletrônica da Amazônia Ltda.; além dos mais de 600 desligamentos por parte da Samsung.
O vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo, explica que no atual momento em que o país passa por uma recessão econômica, pela qual o Estado também é atingido, houve uma queda brusca no consumo dos produtos fabricados pelo PIM, nos últimos meses. Este fato somado aos atrasos no recebimento de insumos devido à greve dos servidores da Suframa resultam na necessidade de interromper os trabalhos produtivos, segundo o empresário. “Dada a situação de incerteza de produção, optamos por contenção das despesas, como por exemplo com transporte, alimentação, energia elétrica. Se o funcionário vai para a fábrica é necessário dar estrutura para o seu trabalho e isso gera gastos”, explica. “Outro fator contribuinte para as férias é o atraso na chegada dos insumos às fábricas devido à demora na liberação das cargas por parte da Suframa. Os materiais secundários, que são essenciais ao processo produtivo, como produtos químicos, luvas, entre outros, também estão inclusos na lista dos produtos que faltam à produção”, completa.

Greve continua
O diretor do Sindframa (Sindicato dos Servidores da Suframa), Gilvânio Paiva, informou que o movimento grevista tem continuidade com atendimento à decisão judicial que determina que os servidores liberem diariamente 30% do total das mercadorias recebidas na cidade, além de 100% dos produtos alimentícios perecíveis, materiais médicos e hospitalares.
“Estamos no aguardo da apreciação do veto agendado pelo Congresso Nacional para o dia 30 deste mês. Só encerraremos o movimento ao sermos atendidos em nossas reivindicações com a derrubada do veto”, informou.

Priscila Caldas
[email protected]

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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