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Crise aquece serviço de factoring

Crise aquece serviço de factoring

Um ano após receber autorização do BC (Banco Central) para ser registradora de duplicatas, a CRDC (Central de Registros de Direitos Creditórios), da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), deve fechar 2020 em alta.  

Primeiro, com a recém-firmada parceria com a Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo) para capacitar toda a rede de associações. O objetivo é oferecer a solução a agentes financeiros de todo o Estado, sejam eles fidcs, securitizadoras e factorings, para liberar crédito a pequenos negócios e MEIs. 

Realizado nesta semana, de 19 a 22 de outubro, o treinamento piloto online abrange desde como operar o sistema, registro da cessão (a compra da duplicata) e até acesso ao suporte. Participam do piloto associações de Marília, Franca, Campinas, Guarulhos e Presidente Prudente, pelo maior número potencial de clientes.

Nos próximos meses, toda a rede de associações ligadas à Facesp poderá oferecer o serviço.

“Com mais agentes para operar no mercado, não só teremos um reforço de crescimento, mas vamos oferecer mais alternativas de crédito para empreendedores locais”, destaca Ivan Lopes, sócio-diretor da CRDC. 

Após uma ‘barrigada’ em abril, o primeiro mês de pandemia, segundo Lopes, houve uma alta gradual na procura por crédito pelas pequenas empresas -o que incluiu a modalidade de venda de duplicatas. 

Esse movimento, somado à autorização de interoperabilidade entre as registradoras pelo BC em 27 de agosto último (que permite checar quase em tempo real se o recebível foi usado em outra operação), acabou por reforçar a iniciativa de capacitação de agentes financeiros via ACs. “E trazendo mais clientes”, destaca.   

Num mercado aquecido e de muito risco, a procura por soluções que aumentem a segurança das transações financeiras tem feito a CRDC bater recordes de vendas desde agosto. Mesmo abaixo da média anual de 50% de crescimento desde 2015, a projeção de alta da registradora em ano de pandemia é de 9%. 

“Os clientes estão operando menos, mas estamos crescendo mês a mês em novos clientes. Nunca vendemos tanto”, diz Lopes. Atualmente, a CRDC tem 1,3 mil agentes financeiros ativos em sua base operacional.    

UM MERCADO DE R$ 100 BILHÕES 

Com queda brusca de cerca de 30% nos índices de liquidez no início da pandemia, o mercado de fomento mercantil (de compra e venda de créditos, como duplicatas, por exemplo), vem se recuperando ao longo dos últimos meses, após a flexibilização das atividades e retomada gradual da atividade econômica. 

De acordo com a Anfac (Associação Nacional de Fomento Comercial), o mercado de “dimensões oceânicas”, segundo o seu presidente e fundador Luiz Lemos Leite, movimentou R$ 100 bilhões em 2019.  

Mesmo girando com dificuldade no início da crise, no cenário atual o fomento mercantil está com 80% de liquidez, sendo que os 20% restantes são de recebíveis renegociados ou repactuados, explica.  

Leite afirma que os agentes do setor têm operado com ‘agressividade’ para buscar soluções de caixa que melhorem o índice de liquidez das empresas nesse período, por isso o resultado é bastante auspicioso. 

“Faz parte do esforço de dar sustentação financeira para as micros e pequenas empresas, que querem receber o crédito logo para pagar a folha de pagamento, impostos e garantir algum giro”, destaca. 

A expectativa, agora, é que as factorings cheguem ao fim de ano ‘equilibradas’, segundo Leite, já que não deixaram de operar desde o início da crise, e voltaram ao ritmo do ano passado a partir de agosto. 

“Esperamos empatar com 2019, talvez com uma ligeira queda. Estamos devagar, mas indo bem”, conclui.  

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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