Em 2008, a indústria de transformação cresceu 3,1%, menos do que em 2007 (6,0%) e do que se esperava para o ano quando o mesmo se iniciava ou mesmo na metade do ano. Na comparação entre o primeiro semestre de 2008 e igual período de 2007, a expansão fora de 6,3%. No acumulado até o terceiro trimestre, a taxa atingiu 6,4%. Isto é, o resultado aquém do esperado se deveu estritamente ao desempenho no último trimestre do ano: queda de 6,2% frente ao mesmo período do ano anterior.
Dos quatro conjuntos de atividades que compõem a classificação por intensidade tecnológica da OCDE para a indústria de transformação –alta, média-alta, média-baixa e baixa– duas cresceram mais do que toda a indústria de transformação: a de alta intensidade, 8,7%, e de média-alta, 4,4%. Os segmentos de média-baixa e de baixa tecnologia cresceram, respectivamente, 2,9% e 0,2%.
Em termos do que ocorreu em cada um dos quatro segmentos, o de alta tecnologia cresceu 8,7% em 2008, sendo o único dos quatro segmentos cuja taxa superou à registrada em 2007. Isso ocorreu mesmo com o arrefecimento em outubro-dezembro, período no qual a expansão foi de 4,4%. Apesar desse declínio, foi o único segmento cuja taxa no quarto trimestre foi positiva. O desempenho ao longo do ano teve como destaque maior a indústria aeronáutica, com expansão de 58,2%. As indústrias de material ótico e de precisão e a farmacêutica cresceram também com taxas de dois dígitos: 15,7% e 12,7%, respectivamente. Essas atividades conseguiram mais do que contrabalançar a retração percebida pela produção de equipamentos de rádio, TV e de comunicações e pelo ramo de material de escritório e de informática, taxas de -2,9% e de -8,9%, respectivamente. Tais segmentos têm sido pressionados pelas importações, principalmente até o terceiro trimestre por conta da apreciação cambial. No caso da indústria de material eletrônico e de comunicações, foi o segundo ano consecutivo de retração. Para material de escritório e informática, o resultado deve considerar a inglória base de comparação: nos quatro anos anteriores, essa atividade registrou taxas positivas de dois dígitos.
A faixa de média-alta tecnologia liderou a expansão industrial até o acumulado do anos de janeiro a setembro, 10,5%. Mas a forte retração, de 12,7%, no trimestre derradeiro de 2008, fez com que o ano encerrasse com incremento de 4,4%. A indústria automotiva, bem como a de material ferroviário e outros equipamentos de transporte –motocicletas inclusive – acusaram a crise, mas ainda assim puxaram o grupo de média-alta intensidade, com taxas de 8,2% e 17,3%, respectivamente. Cumpre expor que no acumulado até setembro, suas taxas foram de 17,6% e 23,8%, o que retrata o forte impacto negativo da crise sobre tais setores. A indústria de equipamentos elétricos e a de máquinas mecânicas não especificadas em outros itens cresceram 3,7% e 6,0%, respectivamente, também acusando a crise: em janeiro-setembro, o incremento fora de 7,0% e 10,6%. Se o impacto da crise não chegou a inverter o sinal da produção dessas atividades, o mesmo não se pode dizer da indústria química (exclusive farmacêutica), que sofreu recuo de 2,0% em 2008.
Já no conjunto de atividades de média-baixa tecnologia, a expansão ficou em 2,9% em 2008, mesmo com a queda de 6,7% no último trimestre do ano. Só duas atividades observaram crescimento superior ao do grupo de atividades de média-baixa intensidade: a de fabricação de outros minerais não-metálicos, 8,3%, e a de produtos metálicos, 3,0%, segmentos nos quais o Brasil possui destaque internacional. Até o nono mês do ano, suas taxas foram, respectivamente, de 9,8% e 7,1%. Se tais atividades sentiram efeitos da crise, tanto mais a indústria de produtos plásticos e de borracha: em janeiro-setembro, a expansão fora de 8,8%, mas 2008 fechou com taxa de apenas 2,2%. A indústria de refino de petróleo, álcool, entre outros, praticamente ficou estagnada, com o discreto incremento de 0,4%. A construção naval, cujo peso na estrutura produtiva brasileira é pequeno, registrou retração de 3,2%. Embora negativo, esse resultado acusou uma melhora frente à queda de 7,3% no acumulado até setembro.
Crise afeta indústria na área tecnológica
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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