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Criação de rebanhos cresce no Amazonas

Criação de rebanhos cresce no Amazonas

O Amazonas registrou crescimento significativo em seus rebanhos de grande e médio porte, entre 2018 e 2019, sendo que alguns municípios apresentaram índices de dois dígitos de alta. Os destaques vieram dos bovinos, búfalos e suínos, que alcançaram incrementos de 5,5%, 6,6% e 14,6%, respectivamente. Seus índices de expansão superaram a média nacional, permitindo melhor posicionamento do Estado no ranking brasileiro, em que pese a escala de produção ainda comparativamente pequena.

É o que se conclui a partir da PPM (Pesquisa da Pecuária Municipal), do IBGE. Os números foram obtidos mediante consulta a entidades públicas e privadas, produtores, técnicos e órgãos ligados direta ou indiretamente à produção, comercialização, industrialização, fiscalização, fomento e assistência técnica à agropecuária. O órgão federal de pesquisa ressalta, entretanto, que os dados de 2019 ainda são resultados preliminares, e podem sofrer alteração até a próxima divulgação.

A elevação do rebanho bovino do Amazonas foi de 5,5%, de 1.376.210 (2018) para 1.455.842 (2019) cabeças. O incremento da média nacional foi mais baixo (+0,4%) – sendo o primeiro, após dois anos consecutivos de queda. Também houve crescimento de 6,6% no efetivo de bubalinos ou búfalos (91.164) e estabilidade no efetivo de equinos (28.032), no Estado, de 2018 para 2019, cabeças, no total. No Brasil, os incrementos respectivos foram de 3,2% e de 1,7%.

Com 6,4% de participação nacional, o Amazonas ainda é uma das unidades federativas com menor rebanho bovino na região Norte, superando apenas Roraima e Amapá. Já o efetivo de bubalinos do Amazonas é o terceiro maior do Norte, atrás dos grandes efetivos do Pará e Amapá. O efetivo de equinos do Amazonas, por sua vez, é um dos menores do Norte, à frente apenas do Amapá.

Os cinco municípios do Amazonas com maiores efetivos de bovinos foram Lábrea, Boca do Acre, Apuí, Manicoré e Itacoatiara – e todos tiveram aumento de produção. Em termos de búfalos, o Amazonas tem dois de seus municípios – Autazes e Itacoatiara – entre os 20 com maiores efetivos em todo o país. Além destes, o Estado mantém produção também em Careiro da Várzea, Barreirinha e Borba. Autazes (-0,49%) e Itacoatiara (-5,22%) recuaram na produção, enquanto Careiro da Várzea (+56,73%), Barreirinha (+20,46%) e Borba (+38,89%) avançaram em escalas de dois dígitos.

Médio porte

O Amazonas contabilizou 89.338 suínos, no ano passado, o que representa alta de 14,6% em relação a 2018. Também houve expansão no efetivo de caprinos (+3,2%) e estabilidade no de ovinos. A suinocultura e ovinocultura do Estado ainda estão na quinta posição no ranking da região Norte, ganhando apenas do Amapá e de Roraima, em ambos os casos. O número de caprinos do Amazonas, por outro lado, só ficou atrás de Pará e Tocantins.

Os maiores efetivos de rebanhos de suínos do Amazonas estão em Rio Preto da Eva, Apuí, Parintins, Envira e Manicoré. O rebanho de Rio perto da Eva mais que dobrou, de 2018 para 2019, saltando de 4.900 para 13 mil cabeças. No Brasil, foram contabilizados 40,6 milhões de suínos, 1,6% a mais do que em 2018. 

Em contrapartida, o número de matrizes (fêmeas para fins reprodutivos) apresentou acréscimo pelo terceiro ano consecutivo no Brasil e atingiu a marca de 4.793.102, com alta de 0,52% sobre o exercício anterior (4.768.380). Segundo o IBGE, esta é uma indicação de que os produtores estão realizando investimentos no setor. Boa notícia para o Amazonas, onde o acréscimo foi de 4,19%, com 17.595 (2019) contra 16.888 (2018).

“Caminho certo”

O titular da Sepror (Secretaria de Produção Rural do Amazonas), Petrúcio Magalhães Júnior, considerou que os números do IBGE confirmam que o setor rural do Amazonas passa por um momento positivo, e que os resultados são fruto dos “investimentos corretos” do Plano Safra do Governo do Amazonas. na análise do secretário estadual,  

“Praticamente crescemos em todas as cadeias produtivas da produção animal. Isso é mais emprego, mais renda, mais dignidade e segurança alimentar e nutricional para o povo do Estado. Insistimos na máxima de que é perfeitamente possível conciliar produção agropecuária com meio ambiente sustentável. Contudo, sabemos que temos muito a fazer, mas os resultados do IBGE demonstram que estamos no caminho certo”, finalizou.

Cadeia produtiva

Na mesma linha, o presidente da Faea (Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas), Muni Lourenço, concorda que a pesquisa do IBGE mostra um quadro de ascensão para a pecuária amazonense, gerando ciclo virtuoso nos negócios que gravitam em torno da atividade. O dirigente destaca ainda que, no contexto de tal crescimento, tem havido investimentos privados em melhoramento genético, intensificação e manejo de pastagens, além da adoção de tecnificação.

“Recentemente, 13 municípios de nosso Estado, onde se concentram mais da metade do rebanho bovino, tiveram o reconhecimento do status sanitário de livre de febre aftosa sem vacinação. Isso, além de ter sido uma histórica conquista, representa uma condição que impulsiona a cadeia produtiva, desde as fazendas até a implantação de frigoríficos e laticínios. A evolução no rebanho de búfalos tem sido percebida e isso se deve muito as características de rusticidade, precocidade, dupla aptidão para corte e leite e excelente adaptação de criação nas áreas de várzea.”, arrematou.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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