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Crescimento satisfatório no PIM, avalia Fieam

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O PIM (Polo Industrial de Manaus) fechará o ano com um crescimento de 8,6%, em moeda nacional, com faturamento de, no máximo R$ 101 bilhões, na comparação com 2018, um desempenho considerado apenas satisfatório pelo presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva.

Na última quarta-feira (18), o empresário disse, ao apresentar o balanço anual do Sistema Indústria, no Estado, que as empresas do PIM enfrentaram muitas dificuldades em 2019, mas conseguiram êxito em seu planejamento operacional. Na projeção em dólar, o faturamento ficará em torno de 25 bilhões, mesmo patamar do ano passado graças à forte desvalorização do real em relação à moeda americana.

Entre os subsetores do PIM, de acordo com a projeção apresentada pelo presidente da Fieam, os melhores desempenhos em moeda nacional ficaram com o metalúrgico, que deve crescer mais de 38%, o mecânico (30%), duas rodas (17%), termoplástico (16%) e bens de informática (11%). 

O subsetor eletroeletrônico, que detém o maior número de projetos aprovados na Suframa e responde pelo maior faturamento do PIM, deve ter um crescimento baixo, em torno de 3,6%. “Em alguns subsetores não houve crescimento, em outros houve queda, mas alguns muito importantes tiveram o melhor desempenho dos últimos seis anos”, apontou Antonio Silva, que também destacou o nível de emprego que se manteve estável ao longo de todo o ano no PIM, com média de 86 mil empregos diretos.

Ao falar das projeções para 2020, Silva lembrou o apoio e a defesa da indústria local prestados pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). Como vice-presidente da entidade maior, o empresário teve oportunidade de apresentar ao presidente Jair Bolsonaro, este mês, em Brasília, reivindicações dos Estados que compõem a Amazônia Legal para melhorar a infraestrutura na região, incluindo estradas, portos, aeroportos e mobilidade urbana. Pediu ainda que o País diminua o nível da burocracia existente que dificulta e atrasa os negócios, impingindo um alto custo ao empreendedor.

Otimista, o presidente da Fieam disse acreditar na recuperação do Brasil, como resposta aos estímulos de crescimento da economia. “Acreditamos também na garra e na criatividade do empresariado brasileiro, no mercado interno vigoroso a exigir mais investimentos e vagas de trabalho”, disse Antonio Silva.

Para ele, tanto o governo federal quanto o estadual têm capacidade para transpor todas as barreiras que tentam bloquear o avanço do desenvolvimento e do crescimento econômico do Brasil e do Amazonas. “Acreditamos no crescimento maior do PIB e maior dinamismo da atividade industrial, gerando empregos e investimentos públicos e privados”, disse.

Não obstante, disse ele, devemos estar vigilantes para as modificações de ordem tributária que possam afetar negativamente a ZFM (Zona Franca de Manaus) e retirar as vantagens fiscais às quais o modelo tem direito. Para Silva, é preciso estar atento para combater a insegurança jurídica que advém dos frequentes ataques ao modelo ZFM.

Para defender os interesses do Estado, Antonio Silva convocou todas as forças atuantes no Amazonas, Suframa, governo do Estado e Prefeitura de Manaus, além dos membros da Assembleia Legislativa, Câmara Municipal e bancada federal. “Sem a participação efetiva e coesa dessas forças, não lograríamos êxito em várias questões de suma importância para a economia do Amazonas e para melhoria de vida de toda a população”, refletiu.

Atendimentos

Afetado diretamente pelo desempenho do segmento industrial, o Sistema Indústria, segundo Antonio Silva, também teve os seus altos e baixos em 2019. A começar pela queda de mais de 59% no atendimento geral de saúde oferecido às empresas pelo Sesi (Serviço Social da Indústria). No total, foram efetivados cerca de 350 mil atendimentos, incluindo além do Sesi, números do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), (Instituto Euvaldo Lodi) e Fieam.

Entre as ações realizadas pelo Sistema, em 2019, Antonio Silva destacou a inauguração da Unidade Leste do Sesi Saúde ‘Guilherme Aluízio de Oliveira Silva’, no Clube do Trabalhador, no bairro São José, que passou a oferecer consultas em 13 especialidades médicas e mais, exames laboratoriais, ultrassom, audiometria, pilates e tratamento odontológico para adultos e crianças.

Do Senai, Antonio Silva adiantou os planos para estruturar, em 2020, o novo Centro de Formação Profissional na área da Construção Civil, além da modernização dos laboratórios de eletrônica e mecatrônica, atendendo às demandas das empresas do Polo Industrial de Manaus em relação à Indústria 4.0.

“A propósito, o Senai, junto com as demais instituições locais de ensino profissionalizante, tem a meta de, até 2023, qualificar 142.089 trabalhadores, conforme a projeção do Mapa do Trabalho Industrial, criado para subsidiar a oferta de cursos da rede Senai em todo o Brasil”, anunciou o presidente da Fieam. Antonio Silva disse ter confiança de que 2020 representará a virada que o Brasil almeja rumo a um novo ciclo de crescimento.

Entrevista:  Antonio Silva, presidente da Fieam 

Jornal do Commercio – Como o sr. avalia o ano de 2019 e seus impactos na indústria do Amazonas?

Antonio Silva – Foi um ano difícil para todos nós, mas não desastroso quando dá para projetar, por exemplo, um crescimento acima de 8% no faturamento do PIM (Polo Industrial de Manaus), que se manteve estável também na oferta de vagas de emprego durante todo o ano. Para 2020, já se fala em retomada da economia e até no crescimento de 3% do PIB no quarto trimestre. Temos que aguardar para ver de que maneira a política monetária e a agenda de reformas afetarão no crescimento dos negócios.   

JC – Qual a sua avaliação em cima desse resultado?

AS – Apesar dos esforços para desacreditar o modelo Zona Franca de Manaus, o PIM continua atraente e competitivo para investidores brasileiros e estrangeiros. Veja bem, nos próximos três anos, teremos a implementação de 144 projetos industriais que foram aprovados pelo CAS (Conselho de Administração da Suframa) nas três reuniões deliberativas realizadas neste ano. São 45 projetos novos, de implantação, e 99 de atualização da planta, o que vai representar investimentos de US$1,1 bilhão e a geração de 9.500 empregos. Não deixa de ser um excelente resultado num ano de crise aguda na nossa economia.

JC – Que perspectivas traz 2020 para a Fieam e o Sistema Indústria?

AS – A nossa expectativa é de que o Brasil inicie a próxima década com um novo ciclo de crescimento. Depois de dois anos de retração, ajustes e incertezas, todos nós aguardamos ansiosos, mas otimistas, os efeitos da agenda de reformas e da política monetária para a melhoria do ambiente de negócios no Brasil. No Sistema Indústria tivemos também nossos altos e baixos. Foram necessários ajustes ao longo dos últimos dois anos em algumas unidades do Sesi e do Senai, e nos serviços do IEL e Fieam. Sentimos os reflexos da crise na economia, nos resultados que apresentaram queda no total de atendimentos ao trabalhador da indústria e ao público em geral. 

Mesmo assim, chegamos próximos aos 350 mil atendimentos, em números atualizados até o mês de outubro. No Senai, permanece a nossa meta de, até 2023, de contribuir para qualificação de 142.089 trabalhadores, conforme a projeção do Mapa do Trabalho Industrial, criado para subsidiar a oferta de cursos da rede Senai em todo o Brasil.

JC – A reforma tributária finalmente deve ser aprovada em 2020. O que o modelo Zona Franca deve esperar dessas mudanças?

AS – Nós continuamos confiantes nas promessas do governo em relação ao modelo Zona Franca de Manaus, no cumprimento das garantias constitucionais e na manutenção de suas vantagens comparativas, especialmente quando o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, demonstra no mínimo boa vontade para com a região nas duas vezes seguidas em menos de seis meses que visitou Manaus, 2019. 

Temos que confiar redobrando a atenção sobre o andamento da reforma no que nos diz respeito. Esta continuará sendo a nossa diretriz em 2020, e o empenho desta Federação na realização do Seminário ‘Reforma Tributária e Seus Impactos na Zona Franca de Manaus’, em agosto, e que foi uma demonstração inequívoca do nosso posicionamento. Como o seminário apontou, não podemos pecar por omissão.

Jornal do Commercio – Como o sr. avalia a atuação do Jornal do Commercio que completa 116 anos no Amazonas?

Antonio Silva – Mais antigo periódico a circular na Região Norte, o Jornal do Commercio é detentor de uma longa e importante trajetória dedicada ao exercício de registrar a nossa história e de bem informar os seus leitores. Hoje, mais centrado nos assuntos políticos e econômicos, mantém o compromisso de contribuir para o desenvolvimento do Estado do Amazonas. 

É um grande legado deixado pelo jornalista Guilherme Aluízio de Oliveira Silva, que vem sendo bem conduzido pelo seu filho, o empresário Sócrates Bomfim Neto. 

A todos que fazem o Jornal do Commercio os meus parabéns e votos de contínuo sucesso!

SAIBA MAIS

A Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) completa, em 2020, seis décadas de atividades voltadas ao fortalecimento da indústria e do desenvolvimento econômico e social da região. Foi criada como entidade do Sistema CNI (Confederação Nacional da Indústria) e integra o Sistema Indústria do Amazonas, junto com os Departamentos Regionais do Sesi (Serviço Social da Indústria) e Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), além do IEL (Instituto Euvaldo Lodi).

Fundada em 3 e junho de 1960, a Fieam surgiu numa época e lugar marcados por mudanças profundas no cenário político, social e econômico do País e da região. Naquele início de década, a economia regional girava em torno da extração da borracha, da castanha e da produção de petróleo. Os sindicatos mais fortes no Estado cobriam ainda os ramos de bebidas, panificação, serrarias e calçados.

Atualmente composta por 27 sindicatos patronais, a Fieam representa uma grande variedade de segmentos industriais que vão da construção naval à produção de eletroeletrônicos e meios magnéticos.

Sua atuação hoje envolve a defesa intransigente do modelo Zona Franca de Manaus como forma de atrair investimentos e gerar empregos na região.   

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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