Cientistas, técnicos dos ministérios da Saúde, da Agricultura, e do Meio Ambiente, organizações não-governamentais e empresas produtoras de alimentos se reuniram ontem, em Brasília, para buscar soluções integradas aos desafios à saúde humana, saúde animal e ao meio ambiente no Simpósio Internacional “Um mundo, uma saúde”.
O evento é promovido pela WCS (Wildlife Conservation Society), organização não-governamental norte-americana voltada para a preservação da vida silvestre e áreas naturais no mundo todo, com o apoio de empresas do setor de alimentos. “O mundo está crescendo cada vez mais, aumentando a demanda por alimentos. Só atenderemos essas necessidades com pessoas e animais saudáveis, além de ecossistemas equilibrados”, disse William Karesh, diretor mundial do Programa Veterinário da WCS, ao destacar a importância do Brasil como um dos principais produtores de alimentos em escala global.
Durante o simpósio, Karesh anunciou a criação de um fundo de R$ 1,5 milhão para financiar projetos de desenvolvimento de práticas que a indústria brasileira pode adotar para afastar o risco de contaminação por doenças como a febre aftosa e a gripe aviária.
“A receptividade no meio científico brasileiro foi muito boa. Esperamos que muitas pesquisas surjam a partir deste encontro”, afirmou o médico veterinário.
Segundo Dave Harlan, diretor Global de Saúde Animal e Segurança Alimentar da Cargill, uma das principais empresas colaboradoras do fundo, “o anúncio do montante pretende encorajar outras empresas ou entidades a participarem dessa iniciativa, sendo este evento o primeiro passo para o desenvolvimento de novos projetos colaborativos”.
Troca de experiência
O Simpósio Internacional “Um mundo, uma saúde” é uma oportunidade única para a troca de experiências e informação sobre a questão, bem como para traçar linhas de ação entre os centros de pesquisa, organizações não governamentais, o governo, a indústria de alimentos e, eventualmente, viabilizar mecanismos de financiamento para essa abordagem multidisciplinar que compreende questões relacionadas com saúde, produção de alimentos e meio ambiente.
Conectividade entre setores
O encontro no Brasil é o quarto e último promovido pela WCS em 2007. As cidades de Nova York, Pequim e Bangkok também receberam o evento esse ano, com uma diferença: somente os cientistas brasileiros passam a contar com um fundo voltado para o desenvolvimento de pesquisas.
“Mais que o financiamento, é importante ressaltar a conectividade entre os diversos setores responsáveis pela saúde animal e humana no Brasil. É a primeira vez que pesquisadores, governo federal, cadeia produtiva e ONGs se reúnem para estudar novas possibilidades, integrando todas as áreas”, explicou Fernanda Marques, coordenadora da WCS do Brasil.