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Crédito tem sido aliado das famílias para pagar despesas

O cartão de crédito tem sido o aliado das famílias para o pagamento das despesas.  Os gastos realizados pelo chamado ‘dinheiro de plástico’ subiram 42% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, aponta levantamento da Abecs  (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços). O total de movimento por meio dos cartões chegou a R$ 478,5 bilhões em pagamentos efetuados pela modalidade nos três primeiros meses do ano.

Mesmo com o impacto negativo do fim do auxílio emergencial, com consequências sobre o nível de atividade econômica, as regiões Norte e Nordeste apresentaram os maiores crescimentos no volume financeiro transacionado com cartões, em um claro efeito do forte movimento de substituição de outros meios de pagamento pelos meios digitais.

Os dados apontam que a região Norte registrou R$ 30,1 bilhões em valores transacionados, com variação de +43,8% no primeiro trimestre de 2022 frente a 32,7% do ano passado. 

Uma outra pesquisa realizada pela Trigg com 5.376 pessoas, entre os dias 11 e 18 de abril, mostra que para 69% dos entrevistados, a principal forma de pagamento tem sido o cartão de crédito, seguido pelo PIX, com 21% e o cartão de débito, com 2%. 82% das pessoas, inclusive, diz ter notado um uso maior do cartão de crédito comparado a 2021.

“Temos observado que as pessoas têm usado mais o crédito para compras de rotina, como no supermercado, restaurante, farmácias, mercearias. Até então o cartão era o preferido para compras de maior valor agregado e, agora, passou a ser o principal meio de pagamento do brasileiro. Hoje é possível entender como a democratização do crédito tem sido importante na vida da população. Aqui, na Trigg, estamos sempre focados em oferecer vantagens para os clientes que usam o nosso produto, seja com Cashback em todas as compras, seja por meio das nossas ações de Educação Financeira para o melhor uso do crédito”, comenta o CEO da Trigg, Wellington Alves.

Ao passo que aumenta a utilização do cartão de crédito para pagar as compras mais importantes, o endividamento figura a realidade das famílias. “O desemprego bateu na porta de muita gente. O que tem feito a busca por esse meio de pagamento aumentar. Mas as pessoas esquecem que a compra pela modalidade é a grande vilã das dívidas. Se deixar de pagar, se transforma numa bola de neve, pior, muitos ficam sem crédito para uma emergência, por exemplo”, analisou o especialista em finanças Davi Melo Silva. 

A análise do especialista vai na direção de outro dado informado no  estudo da Abesc. Segundo a Associação, a inadimplência dos usuários de cartão de crédito chegou a 5,8% em fevereiro. No total, são contabilizados R$ 828,6 bilhões em dívidas no setor imobiliário, R$ 516,3 bilhões no consignado, R$ 244,1 bilhões em veículos, R$ 223,5 bilhões no não consignado, R$ 58,6 bilhões no rotativo, além de R$ 207,6 bilhões em outras categorias.

Lígia Mello, coordenadora da pesquisa e sócia da Hibou -empresa especializada em pesquisa e monitoramento de mercado e consumo destacou que  infelizmente a estatística negativa ainda supera as positivas. “Muitas pessoas perderam o emprego e as famílias precisaram se reinventar para conseguir fechar a conta no final do mês. Pelos números vemos que brasileiro pode estar ampliando a dívida com o cartão de crédito para manter os boletos em dia”, comentou. 

Outros dados

Conforme o levantamento, os cartões de débito foram responsáveis por R$ 235,4 bilhões em pagamentos no primeiro trimestre, um aumento de 15,2% em relação ao mesmo período do ano passado. As transações com cartões pré-pagos somaram R$ 44,6 bilhões de janeiro a março, alta de 148,4% em comparação com o primeiro trimestre de 2021.

O crescimento das transações está relacionado, principalmente, à expansão do comércio online no país. As compras pela internet tiveram alta de 35,2% de janeiro a março em relação ao primeiro trimestre de 2021, totalizando R$ 162,4 bilhões. Do montante, R$ 157,9 bilhões foram movimentados com cartão de crédito, alta de 35,4%.

Durante o período analisado, os cartões de débito também foram responsáveis por um alto número no valor dos pagamentos, registrando R$ 235,4 bilhões -aumento de 15,2% em relação ao mesmo período do ano passado. As transações com cartões pré-pagos somaram, por sua vez, R$ 44,6 bilhões de janeiro a março, alta de 148,4% em comparação com o primeiro trimestre de 2021.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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