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Crédito salva pequenas empresas em 2020

Crédito salva pequenas empresas em 2020

Um levantamento do Sebrae mostra que no segundo trimestre de 2020, período mais difícil da pandemia, aumentou em 35% o volume de crédito concedido pelos bancos as micros e pequenas empresas, na comparação com igual período de 2019.

O volume de crédito concedido passou de R$ 65 bilhões no segundo trimestre de 2019 para R$ 87 bilhões em 2020. O estudo foi feito entre os dias 14 de setembro e 11 de novembro deste ano.

O crédito foi concentrado nas EPPs (Empresas de Pequeno Porte), que ficaram com 83% das concessões no segundo trimestre de 2020, contra 12% das microempresas e 5% no caso dos MEIs (microempreendedores individuais). 

Apesar do maior volume de recursos liberados, o total de empresas que buscou crédito no período ficou praticamente estável em relação ao ano anterior, com alta de apenas 1%.

 “Os dados indicam que, neste contexto, as empresas que conseguiram crédito já possuíam um relacionamento bancário e foram favorecidas por uma boa organização financeira”, destacou o presidente do Sebrae, Carlos Melles.

Menos obstáculos

O levantamento do Sebrae apontou ainda que os bancos impuseram menos dificuldades para liberação dos recursos no segundo trimestre de 2020, quando 63% dos empresários reportaram alguma dificuldade.

Em igual período de 2019, 69% informaram que encontraram entraves para obter crédito.

Entre os novos empréstimos ou financiamentos tomados, 55% foram feitos por meio do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), lançado pelo governo federal para responder aos fortes impactos da crise sobre os pequenos negócios.

Os relatos de dificuldades dos empresários junto aos bancos também caíram expressivamente, principalmente sobre as taxas de juros (de 44% para 18%) e exigência de garantias (de 20% para 11%).

De acordo com o estudo, essa queda é reflexo do Pronampe e da disponibilização de novas linhas de crédito com garantias do Sebrae, via Fampe (Fundo de Aval as Micros e Pequenas Empresas), entre outros fundos garantidores.

Mesmo com uma melhora no cenário de crédito bancário neste ano, o estudo mostra que um dos principais desafios para 2021 ainda é a redução da burocracia, considerada um fator importante para facilitar a aquisição de empréstimos.

O trabalho mostra ainda que as demais formas de financiamento, não bancários, “comuns” entre os pequenos negócios, como negociar prazo com fornecedores, passar cheque pré-datado e usar recursos de amigos e parentes, também foram bem menos utilizados em 2020, se comparado a todos os demais anos em que a pesquisa foi realizada.

Muitos empresários ainda desconhecem algumas alternativas existentes para ajudar na manutenção dos negócios. É o caso da ESC (Empresa Simples de Crédito), que é desconhecida pela grande maioria dos empresários (91%).

No caso de empréstimos em instituições financeiras por meio de canais digitais, apenas 12% dos empresários afirmaram que já solicitaram recursos pela internet, seja pelo site do banco ou aplicativo.

Por outro lado, 57% disseram que sabiam da existência da possibilidade de empréstimo via maquininha de cartão, mas apenas 2% já solicitaram essa modalidade de crédito.

O estudo colheu informações de 1.201 empresários de todos os 26 Estados e do Distrito Federal, sendo 661 donos de microempresas; 234, de empresas de pequenos e 306 MEIs (microempreendedores individuais).

A pesquisa também foi complementada por análises feitas a partir de dados fornecidos pelo BC (Banco Central).

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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