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CPI descarta falha humana em acidente, após ouvir caixa-preta

No acidente com o Airbus A-320 da TAM, morreram 199 pessoas, em julho deste ano, em São Paulo e, de acordo com o relator, Marco Maia (PT-RS) e o vice-presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os últimos minutos registrados na caixa-preta são muito dramáticos. De acordo com eles, há sons, gritos e um visível desespero das pessoas.
Para Cunha e Maia, houve falha no equipamento da aeronave. Os dois deputados afirmaram ainda que o áudio não trouxe novos elementos para as investigações, mas dá a impressão de que houve falhas técnicas ou mecânicas -no equipamento da aeronave. “Escutando a caixa preta, a conclusão é que os pilotos tinham uma consciência situacional muito alta sobre o que eles estavam fazendo e realizando. Eles estavam ligados nos procedimentos realizados para o pouso e ligados nos equipamentos”, afirmou o relator.
Segundo Cunha, é necessário ainda aguardar mais detalhes das investigações, mas sua impressão é bastante clara: “Depois de ouvir o áudio o que ficou para nós, a impressão é que realmente não houve uma falha humana, mas que existiu um problema técnico do equipamento do Airbus”, afirmou.

Diferenças constatadas

Investigadores da Aeronáutica constataram diferenças entre o simulador de treinamento de pilotos e a cabine do Airbus-A320 da TAM no que diz respeito à apresentação do aviso sonoro “retard” -que alerta o piloto a colocar as alavancas das turbinas em “idle” (ponto morto ou baixa aceleração).
No acidente do vôo 3054 da TAM, um dos manetes foi deixado em aceleração, o que impediu o avião de frear devidamente. O Airbus ultrapassou a pista e colidiu com um prédio, deixando 199 mortos.
A informação sobre a divergência foi dada a deputados da CPI do Apagão Aéreo pelo coronel Fernando Camargo, chefe da investigação no Cenipa (Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). Segundo ele, há “diferenças” no modo como o “retard” aparece no simulador e na cabine de um A320. Além de simular as condições do acidente no simulador, os investigadores observaram a operação na cabine de um vôo regular da TAM.
Segundo os deputados, no simulador o “retard” continua avisando o piloto caso os manetes não estejam em ponto morto. Mas, na cabine do A320, o aviso pode parar mesmo com as alavancas na posição incorreta. No caso do vôo 3054, há o registro na caixa-preta de três avisos de “retard” -dois deles emitidos pelo computador de bordo, antes de o piloto mexer nos manetes, e um depois da operação, feito por um sensor que identificou proximidade perigosa do solo. No vôo 3054, a turbina esquerda foi desacelerada corretamente, mas a direita permaneceu em aceleração. Isso desativou a frenagem automática e a turbina acelerou. Em conseqüência, os spoilers não abriram e a frenagem manual nas rodas não deteve o avião.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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