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Correndo a segunda milha até a linha de chegada

O estádio estava lotado naquela manhã de 5 de agosto de 1984. Milhares de pessoas aguardavam com expectativa quem seriam as primeiras maratonistas a cumprir um percurso de 42 km. O calor era intenso, mas emoção de presenciar uma final olímpica vale qualquer sacrifício.
Entram as primeiras corredoras. O público vibra. Até que alguém consegue vencer e ganhar a sonhada medalha de ouro. Vem a segunda para ganhar medalha de prata. Em seguida, outra atleta chega em terceiro lugar para ganhar a medalha de bronze. O público aplaude as vencedoras. Mas a grande vencedora ainda estava por vir.
Mais de 30 minutos depois a multidão olha a última atleta entrando na pista. A prova já tinha terminado (oficialmente), mas aquela corredora continuava. Aquela maratonista não vinha correndo. Vinha cambaleando. Se esforçando para manter-se de pé. A suíça Gabriela Andersen chamou a atenção do mundo pela sua objetividade. Uma trajetória marcada por muito suor e dores intensas. Ela queria apenas chegar à linha de chegada.
Ela era literalmente a última corredora. Desistir a esta altura não seria difícil. Não existia a menor possibilidade de ser a primeira colocada. Quando suas pernas são bombardeadas pelas câimbras em uma prova como esta é melhor parar. Quando seu objetivo ultrapassa os limites da sua razão e para todos ao seu redor já alcançou há muito tempo o nível do ridículo é outro incentivo que se tem para jogar a toalha. Realmente não é fácil ir em frente quando todos já esqueceram que você ainda faz parte do jogo. Mas no percurso de 42 km ela tinha um objetivo: chegar até a linha de chegada.
Para alguns de nós este percurso pode ser bem maior. Pode ser os quatro anos da faculdade. Pode ser os nove meses da gestação. Pode ser os 12 meses de preparação para o vestibular. Pode ser os incontáveis meses da fisioterapia. Pode ser a preparação do casamento. Esta situação também está descrita na Bíblia. Jesus a chama de segunda milha.
“Se teu inimigo te obriga andar uma milha, caminha duas” (Mateus 5.41). A primeira milha é o lugar onde as pessoas costumam fazer o que todos fazem. Na segunda milha só consegue chegar quem faz a diferença. A primeira milha é o momento de plantar, a segunda é a hora de colher.
A segunda milha é o lugar de pessoas como Gabriela. A segunda milha não reserva fama, mas o reconhecimento. Na segunda milha não tem lugar para chefes, somente líderes. Na segunda milha é o lugar de onde as pessoas tiram o último suspiro e mesmo estando fracas, dizem “eu sou forte” (Joel 3.10). Na segunda milha são revelados os verdadeiros campeões, mesmo que não tenham medalhas. Só pode ultrapassar a linha de chegada da vida, quem passa pela segunda milha.
Na maratona pelo sucesso todos querem chegar até a linha de chegada. Todos mesmo. Não existe ninguém que diga o contrário. O número de candidatos ao sucesso é impressionante. Mas poucos conseguem ultrapassar a barreira da primeira milha e ir para segunda. Até começam, mas não terminam. Para saber se isso é verdade é só lembrar do regime abandonado. Ou então da leitura iniciada, porém inacabada. Do propósito de abandonar o vício e de abrir um parêntese hoje e recomeçar amanhã. Ou aquele dia que foi dito para o cônjuge que é hora de terminar tudo, e que cada um segue a sua vida. Que tal lembrar daquele curso acadêmico que não é concluído por inúmeras desistências? Existe em sua mesa algum projeto que nunca saiu do papel? Uma coisa precisamos concordar: tem muita gente na primeira milha.
Para entrar na segunda milha e chegar à linha de chegada é necessário filtrar o que entra pelos seus ouvidos. “Isso jamais vai acontecer”. “Este projeto está fora da realidade”. “Você não vai conseguir”. Já ouviu declarações deste tipo? As pessoas que venceram na vida também ouviram. Um dos motivos pelo qual venceram é porque ignoraram os conselhos dos fracassados.
Outra forma também é saber para onde você está correndo. Se você não sabe para onde está indo, dificilmente vai chegar em algum lugar desejável. Na vez que veio ao Brasil, o conferencista americano Mike Murdock disse: “O terrorista com propósitos é mais poderoso que um patriota sem objetivos”. Seus objetivos e metas podem determinar o seu futuro.
Se quiser saber mais sobre como chegar até a linha de chegada, veja a história de Albert Einstein, Soichiro Honda, Lula e outros. Se não puder procure aquela mãe que sustenta seus filhos sozinha, ou então aquele senhor que não teve recurso nenhum quando era pequeno e por causa de sua persistência ,hoje, ele é até é chamado de doutor.
Muitas “Gabrielas” correm a segunda milha todos os dias. Então siga o mesmo exemplo e quando chegar até o fim, se cumprirá em você o versículo bíblico: “somos mais que vencedores por intermédio daquele que nos amou”(Romanos 8.37). Consegue ver linha de chegada? Eu já posso sentir o gosto da tua vitória.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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