Depois de anos de negociação e de descartar a ideia inúmeras vezes, os Correios preparam caminho para ter a sua própria companhia aérea e reduzir custos com logística aérea. Em entrevista ao colunista da Folha Leandro Mazzini, no Esplanada WebTV, o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, afirmou que a empresa também iniciou conversas com a fabricante franco-brasileira Embraer sobre potencial compra de aviões adaptados para carga.
“Teremos uma participação minoritária. Seremos sócios de uma companhia aérea de carga”, disse o presidente. “Só esperamos a autorização do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Será questão de dias ou semanas”, complementa”
Pinheiro refere-se à compra de 49% da companhia Rio Linhas Aéreas, que já presta serviços de transporte de cargas e cartas para a estatal. A compra foi aprovada pelo governo mês passado, e agora só falta o aval do Cade e do Ministério da Fazenda para avançarem no contrato. “Esperamos a autorização do ministério da fazenda para termos um acordo de acionistas”.
Sobre o início de possível negociação com a Embraer, Pinheiro prefere a cautela, embora indique que há grandes chances de fechar negócio:
“Vamos juntos nessa empresa (Correios + Rio) buscar atualizar a frota de aviões. Temos já conversas iniciais com a Embraer, que possui possibilidades de frotas de avião muito grandes, de grande capacidade, e é uma das empresas de ponta do setor de aviação”, ressaltou o presidente da estatal.
Na entrevista à Esplanada WebTV, Pinheiro lembrou que o gargalo dos Correios e o seu desafio são as questões de logística, em especial a de carga. Daí a importância da aérea própria.
Elencou também como prioridades da empresa – que completou 350 anos e tem nova marca –os novos serviços do Banco Postal em parceria com o BB, investimentos em serviços online e autoatendimento, operação de telefonia virtual em parceria com a italiana Post Mobile, e a parceria com a empresa chinesa Alibaba na operação de galpão na China para dar celeridade na entrega de produtos comprados no e-commerce pelos brasileiros.
Assim como a China, os Estados Unidos também ganharam atenção especial no comércio bilateral. Os dois países são os maiores exportadores de produtos comprados pela internet , e os Correios querem concorrer de igual tamanho com multinacionais para manter a credibilidade na entrega, lembra Pinheiro.
Apesar do anúncio do investimento, os Correios haviam aberto recentemente mais seis rotas da Rede Postal Noturna e firmado o primeiro contrato de 30 meses para o transporte aéreo de encomendas e correspondências.
A estatal tem amarras legais para fechar contratos longos com companhias aéreas de carga.
Oito empresas prestam serviços no transporte de cargas: Rio e Total, que respondem por quase metade do total, e Amazonaves, Air Brasil, América do Sul, Fretax, Trip e TWO.
O primeiro contrato com duração de 30 meses –antes eram 12 meses –foi assinado em novembro. O segundo já foi licitado. A intenção é buscar mais estabilidade no planejamento das cargas, sem o risco de interrupção súbita dos serviços.
No ano passado, a Rede Postal Noturna teve substituição de linhas que precisavam de ajustes quanto aos trechos atendidos e novas rotas necessárias para atender a demanda.
Foram abertas as linhas Campo Grande-Brasília, Porto Alegre-São Paulo, Florianópolis-Curitiba-São Paulo, Rio Branco-Porto Velho, Belém-Brasília-Rio-São Paulo e Campo Grande-Goiânia-São Paulo.
No passado recente, houve uma sucessão de escândalos envolvendo empresas que faziam o transporte aéreo de cargas, como a Skymaster e a MTA, acusada de tráfico de influência na Casa Civil.
Correios miram em companhia aérea
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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