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Coquetéis para ambos os sexos

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Laís Ribeiro, 25, surpreende por ser uma mulher num universo onde, até pouco tempo, só se viam homens: o de barman. Em casas noturnas e restaurantes há décadas eles ganham a amizade dos clientes como resultado dos deliciosos coquetéis que preparam. Agora Laís, se não pioneira, mas entre as pioneiras, é uma barwoman. “Nunca tinha passado pela minha cabeça trabalhar num bar, até a oportunidade bater à minha porta. Fui trabalhar no Umê (inaugurado ano passado) e o Ítalo de Paula, antigo chefe de bar, disse que eu iria aprender, e começou a me treinar. Na ocasião o mixologista Alex Mesquita estava criando a primeira carta de coquetéis do restaurante e me ajudou bastante, por isso não foi difícil enfrentar o desafio”, recordou.

E da mesma forma como na vida o aprender é constante, na coquetelaria não é diferente. “Todos os dias aprendo algo novo, seja com meus colegas, chefes, consultores e até com clientes. Tem clientes que dão dicas de coquetéis que beberam em algum lugar, gostaram, e pedem que façamos. Com isso nosso conhecimento vai a mil”, riu. “O que passei a gostar nessa profissão de barwoman é exatamente esse aprender diário. É um mundo de uma beleza incrível, que só me fascina cada vez mais. Cada detalhe é único”, exultou.

Sobre ser a barwoman pioneira, ou uma das pioneiras em Manaus, Laís não se importa muito. “A cena feminina só aumenta em Manaus e existem outras barwoman na cidade, eu conheço outras, inclusive de todas as idades”, afirmou. E como marca registrada dos barman e, lógico, das barwoman, criar novas bebidas faz parte da profissão.

“Arrisquei criar o Umê Scotch. A minha base favorita é o uísque, por isso foi o primeiro a ser escolhido para a minha criação. Eu, particularmente, não gosto de nada muito doce, então harmonizei com o doce da ameixa através de um xarope dessa fruta preparado por nós mesmos aqui da casa, e o Black Label”, entregou. “Os ingredientes do coquetel, então, são o Black Label, xarope de ameixa, licor de framboesa e limão Tahiti. Pra completar, esse coquetel é servido em um copo baixo, defumado na canela”, explica.
Modesta, mas nem tanto, Laís garantiu que o Umê já ganhou fama como um local onde são servidos os melhores coquetéis de Manaus. “Não tem um coquetel específico mais solicitado pelos clientes.

Geralmente os clientes vêm com muita curiosidade e nem fazem questão de escolher. Pedem pra nós mesmos escolhermos e surpreendê-los. Isso, por si só, já é uma diversão pra mim”, afirma. Para mulheres, que como ela, querem ser barwoman, Laís ensinou. “Entregue-se, arrisque-se, experimente. Mesmo se não ficar na profissão, garanto que serão os melhores anos de sua vida”, finalizou. Contatos com Laís: 9 8107-4275.

Mercado aquecido
Felipe Souza Guimarães, 20, é de Nhamundá, o município mais distante de Manaus, no baixo Amazonas. Trabalhou como garçom em Parintins por três anos e foi lá, na ilha Tupinambarana, que se apaixonou pela profissão de barman. “Eu via o barman trabalhando e me interessei por aquele serviço. Aí fui para os tutoriais no YouTube me aperfeiçoar. Aprendi a fazer caipirinha, a cortar corretamente as frutas e o que era ser um barman. Quando o garçom do restaurante onde eu trabalhava saiu do emprego, eu assumi o lugar dele”, contou.

No ano passado Felipe resolveu continuar subindo o rio e chegou a Manaus. “Já vim focado em ser barman”, disse. “Em Manaus, fiz um curso com o Fúlvio Porto e, desde então, não tive dificuldades em arrumar trabalho. As pessoas falam que a economia está em crise, mas não passa um final de semana que eu não tenha trabalho em festas particulares e eventos”, garantiu.

Além de trabalhar, às quartas-feiras, na temakeria Soho Lounge, Felipe ainda atua vendendo seus serviços de barman, ou com uma estrutura mais completa, quando leva o open bar ‘Souza Drinks Manaus’ ao local do evento. “As pessoas reclamam um pouco dos preços do open bar, mas temos que movimentar toda uma estrutura para ‘a coisa’ funcionar normalmente”, explicou. “Temos que levar várias bebidas, com álcool e sem álcool, xaropes, sucos, opções de frutas, ao menos dois barmen além de mim, e levar e trazer o bar e os apetrechos”, listou.

Mostrando que no universo dos coquetéis a ousadia é necessária, de vez em quando Felipe arrisca criar um coquetel novo. “Primeiro testo em casa. Se eu achar que ficou bom, apresento para os clientes. Já criei o Shot Flambado (vodca e licor Curaçao Blue), o Esmeralda (licor de menta caseiro, kiwi, xarope de açúcar, vodca e gelo) e tem mais dois que, de tão novos, ainda nem coloquei nome: um coquetel sem álcool (abacaxi macerado, xarope de açúcar, soda e gelo) e um, criado no domingo passado, durante uma festa (morango macerado, vodca, xarope de açúcar, suco de uva e gelo)”, ensinou.

Felipe garantiu que o mercado de barmen em Manaus está aquecido. Há menos de um ano na cidade, não lhe falta trabalho. “Às quartas-feiras trabalho na temakeria, depois quinta, sexta e sábado atuo somente com os meus serviços, ou com o open bar, nos mais diferentes tipos de eventos. E ainda acontece de nos outros dias aparecer algo eventual. Ontem, por exemplo (terça-feira, 18) apareceu uma festa pra eu trabalhar e eu não recuso. Tudo é questão de a pessoa atuar com profissionalismo que trabalho não falta”, assegurou. Contatos com Felipe: (92) 9 9448-6705.

Para fazer em casa
1. Explore os garnishes
A experiência de um coquetel começa com o visual, portanto a dica é caprichar na finalização dos drinks. Frutas cítricas ou vermelhas, ervas aromáticas e especiarias são um excelente trunfo para enfeitar os copos de seus convidados. Por mais simples que seja, um drink pode se tornar sensacional apenas prestando atenção aos detalhes.

Tenha sempre à mão limões siciliano e taiti, laranja, ervas como hortelã e manjericão e frutas vermelhas como morango, cerejas, framboesas e o que mais sua imaginação mandar para decorar um coquetel. Lembrando que além de decorar, os garnishes têm uma importante função no complemento dos aromas de um drink.

Depois de feita sua mistura, finalize-a com um belo garnish e tenha certeza de que seus convidados gostarão bem mais do seu drink por estar mais bonito e aromático.

Use frutas vermelhas espetadas em um palito e mergulhadas no copo, pequenos raminhos de ervas, as quais você deve dar um leve tapa para liberar os aromas, ou simplesmente mergulhando fatias de frutas cítricas. O limite é sua própria imaginação.

2. Complexidade sem perder a simplicidade
Se você investiu na dica anterior, saiba que esses mesmos ingredientes que podem ser usados como garnishes, também podem ser utilizados para criar um pouco mais de complexidade ao sabor do coquetel. Experimente adicionar um pouco de sucos cítricos às suas receitas para perceber o quanto elas podem ficar ainda mais incríveis. O mesmo vale para as ervas aromáticas maceradas.

3. Quebrando o gelo do gelo
Quando pensamos em coquetéis, de imediato nos vêm à cabeça destilados, sucos e xaropes. Por que não inovar no gelo? Há um sem-número de opções para incrementar ainda mais seus coquetéis somente brincando com o gelo.

4. Não tenha medo de ousar e misturar
Já que a ideia é todo mundo junto e misturado, misture sem medo de errar, tornando qualquer ocasião um festival de coquetéis. Seus convidados vão comentar por semanas suas criações.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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