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Cooperativas levam alívio aos pequenos negócios

Cooperativas levam alívio aos pequenos negócios

Durante a pandemia do novo coronavírus, as micro, pequenas e médias empresas enfrentaram o grande desafio para terem acesso às linhas de crédito disponibilizados pelo governo federal. Se por um lado, a concessão do recurso federal rondava em torno de inúmeras burocracias, na outra direção, as cooperativas financeiras tiveram grande participação neste quesito com um desempenho acima dos bancos tradicionais. 

Pesquisa realizada pelo Sebrae aponta que o que o cooperativismo tem uma taxa de sucesso três vezes maior do que nos bancos convencionais, apesar de ser uma modalidade ainda pouco procurada pelos empresários.

De acordo com a última pesquisa feita pela instituição, 57% dos pequenos negócios que tentaram conseguir empréstimo não tiveram sucesso; outros 25% ainda aguardavam resposta e apenas 18% tiveram o pedido atendido. Para atenuar essa dificuldade, o caminho são as cooperativas de crédito.

O Sicoob registrou uma taxa de sucesso de 20%, seguido pelo Sicredi com 17% de aprovações. Conforme os dados obtidos junto ao Sistema Sicredi, no período de janeiro a maio deste ano, a concessão de crédito para os pequenos negócios foi de R$ 2,7 bilhões, representando um aumento de 21,3% em relação ao mesmo período de 2019. Já no Sistema Sicoob houve um aumento de 27,7% na quantidade total de operações de crédito para o segmento. Somente na carteira de empréstimo e financiamento, o aumento no volume de concessão no Sicoob foi de 71,7%, atingindo o volume de R$ 6,6 bilhões de janeiro a maio de 2020, frente aos R$ 3,8 bilhões no mesmo período de 2019.

Foco nas necessidades

Para Marcos Murilo Gonçalves, diretor operacional Sicoob Amazônia, é preciso  conhecer as dificuldades que as MPEs têm no mercado de Manaus para acessar os créditos falta de garantias, transparências de informações estes são os principais pontos de trava do crédito.

“Este é o grande diferencial da cooperativa, o relacionamento com seus associados visto estar integrado na comunidade e as decisões são tomadas por pessoas que conhece e a maior responsabilidade e que o cooperado é dono do negócio e temos como filosofia ajudar como consultor financeiro para o seu crescimento e não visamos lucro”.

Ele considera que a presença da empresa em todas ações financeiras para manter a economia em desenvolvimento foram cruciais para o dinamismo do mercado. E revela que, a concessão de crédito às MPEs estão alinhadas a prorrogação dos vencimentos das operações, linhas de crédito específicas com carência e as menores taxas de mercado, agilidade as linhas específicas do governo como PRONAMPE e as de carteira própria para aquelas empresas que não demitiram durante a pandemia, além das ações de aquisição de equipamentos para combate a pandemia repassados às prefeituras.

“A maior facilidade de crédito das cooperativas consiste em um modelo de tomadas de decisões onde o gerente tem alçada para dar um parecer mediante o conhecimento do mercado local e do seu associado, o relacionamento e conhecimento do cooperado e o entendimento que o crescimento da cooperativa depende do comprimento das obrigações por que o recurso é de todos e somos parte deste negócio baseado no princípio de ajuda mútuo é o que nos faz diferente”. 

O presidente do Sebrae, Carlos Melles, corrobora o protagonismo das cooperativas na concessão de crédito para as micro e pequenas empresas. “Diante dos prejuízos causados pela pandemia da Covid-19 à economia brasileira, o cooperativismo vem demonstrando que cumpre um papel vital de sustentação das micro e pequenas empresas. São 857 cooperativas e mais de 6.000 pontos de atendimento em todo o país, contribuindo de maneira significativa para a retenção de renda nos municípios e para o desenvolvimento das comunidades locais. Com seu espírito de solidariedade, servem de exemplo a ser seguido por todo o sistema financeiro nacional, público e privado”, disse.

Melles destaca ainda que o suporte às cooperativas faz parte da agenda de trabalho do Sebrae. “Em 2003, foi instituído o Programa Sebrae de Apoio ao Cooperativismo de Crédito, que atualmente está em seu quarto ciclo de apoio ao segmento. De 2008 até agora, o balanço soma 22 estados contemplados e cerca de 400 cooperativas participantes. Foi prestado atendimento com soluções de capacitação e consultoria a mais de 5 mil empresas cooperadas. As ações contribuíram para a adesão de mais de 220 mil novos pequenos negócios e o incremento acima de R$ 8 bilhões no saldo da carteira de crédito”, ressalta o presidente.

Números

A pesquisa demonstra que as cooperativas financeiras mantêm uma taxa de sucesso de mais de 30% na concessão de crédito para os pequenos negócios durante a pandemia do coronavírus. O índice é quase três vezes maior do que o registrado nos bancos privados (11,8%) e nos públicos (9,5%).

Marco Aurélio Almada, presidente do Bancoob e Sicoob, diz que os números revelam que o cooperativismo está realmente preocupado com a crise econômica que o coronavírus trouxe ao País e, especificamente, aos micros, pequenos e médios empresários.

No segundo bimestre de 2020, o sistema liberou cerca de R$ 8,2 bilhões de crédito para PJ, ante a R$ 6,1 bilhões no mesmo período de 2019. Ou seja, a carteira cresceu 34% durante a crise do coronavírus.

Ao contrário do sistema bancário tradicional, o Sicoob adotou medidas para amenizar os impactos da pandemia no bolso dos cooperados. Por exemplo, houve redução de 0,15% a.m. nas taxas de crédito para PJ. “Ainda que não haja uma queda expressiva, nós não praticamos aumento, como foi observado entre os bancos”, conta Almada.

No primeiro trimestre de 2020, o Sicoob atingiu a marca de 4,7 milhões de cooperados, um número 8,5% maior do que o registrado um ano antes. Além de ser consequência da oferta de produtos e serviços com taxas muito mais acessíveis do que os encontrados no sistema bancário tradicional, parte desse crescimento se deve à associação remota, via aplicativo Sicoob Faça Parte. A ferramenta possibilita a busca por uma cooperativa e a associação ao sistema na palma da mão.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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