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Contratação temporária tem alta na região norte

Contratação temporária apresenta alta

A pandemia gerou uma crise sem precedentes, afetando fortemente a saúde e a economia mundial, causando o aumento do desemprego. Neste contexto, o Trabalho Temporário entra como uma alternativa de renda formal para muitos profissionais, além da oportunidade de inserção no mercado de trabalho. O decreto 10.060/19 veio para esclarecer vários pontos da Lei, estimulando e contribuindo para que as empresas passem a ter maior compreensão da modalidade de contratação, com segurança jurídica e econômica.

A contratação de temporários deve ser vista como uma oportunidade para as empresas atenderem suas demandas urgentes e emergenciais, e também para ganharem fôlego durante a retomada, até que consigam efetivar os trabalhadores novamente. A utilizadora contrata um profissional qualificado para uma necessidade pontual, por meio de empresas certificadas pelo Ministério da Economia, de forma rápida e flexível, principalmente quanto ao prazo de contratação, vinculada à duração da necessidade da organização. Desta forma, não precisa manter despesas fixas, enquanto possui receitas flutuantes.   

Em recente pesquisa realizada pela Asserttem (Associação Brasileira do Trabalho Temporário) junto às suas associadas, a maioria registrou um aumento na demanda de até 30%, entre os meses de abril e junho. Número que se confirma na região Norte do país.

Ao descrever o panorama, a diretora regional da Asserttem, Cilene Campelo, diz que a Covid-19 foi um divisor de águas na forma de operacionalização das atividades. As empresas de RH tiveram que se reinventar de uma hora para outra, já que precisaram cumprir os protocolos de isolamento social e, ao mesmo tempo, atender ao mercado e aos seus clientes. “Passamos a trabalhar com parte da equipe de forma remota e com processos de contratação de forma digital. Recebimento de currículo via site oficial da própria agência e também por outras formas de captação online, como site de vagas e redes sociais. As entrevistas são feitas de forma online ou por telefone e, em alguns casos, dependendo do perfil da vaga, também presencialmente, mas sempre procurando proteger as equipes e os candidatos”.   

A região Norte apresentou um acréscimo na demanda de contratações temporárias e isso ocorreu exatamente em razão da pandemia. Houve um contingenciamento de oportunidades em vários setores. Ela explica que a necessidade de substituir os colaboradores afastados por estarem no grupo de risco, os desligados e o reforço das equipes de funcionários forçaram as empresas a buscarem uma alternativa rápida para a contratação de profissionais qualificados para uma necessidade pontual. “E é aí que o Trabalho Temporário se encaixa ao momento atual pela sua praticidade, rapidez, flexibilidade e segurança jurídica e econômica”.  

Momento favorável 

A grande elevação de contratações na modalidade no período de pandemia, levou muita gente que há bastante tempo estava fora do mercado de trabalho buscar uma oportunidade. 

Uma outra pesquisa realizada pela associação, no início da pandemia, já apontava essa tendência. Em entrevista ao Jornal do Commercio a especialista em Recursos Humanos, Antônia Muniz, explicou que as empresas perceberam que teriam que mudar sua visão, seu planejamento e sua forma desde a contratação do funcionário até a hora de fazer as vendas. Com a inovação tecnológica planeja-se a produção limitada e contrata pessoas exclusivas para atendimento de suas demandas.

“Devido a pandemia teve que se adequar às novas exigências e garantir que não falte nada para o consumidor. Os serviços  necessários como alimentação, farmácias e supermercados são as que mais sofreram mudanças e até ganharam um percentual a mais de lucratividade.

A mesma percepção é sustentada pela gerente de Recursos Humanos, Alessandra de Farias, ao comprovar que a onda de recrutamentos temporários está a todo vapor,  principalmente, na área de saúde, onde existe a necessidade de ocupar esses espaços. 

Ela contou que existiu toda uma previsão de afastamento por gravidade (usamos as estatísticas dos países afetados primeiramente), e iniciou-se o processo de seleção. Para ela, o momento em que falava-se em pico, por conta do coronavírus, abria-se a oportunidade para os profissionais ligados à área da saúde com remuneração maior. “Tanto os médicos como os técnicos de enfermagem que tinham salários baixos, agora estão com uma média de remuneração maior, hoje é uma mão de obra difícil de encontrar”. 

Setores 

Na região Norte, os setores em destaques na modalidade de contratação foram o de Saúde, Indústria de Suprimentos, Alimentos, Agronegócios e Serviços Essenciais, para atuarem nas áreas de produção de alimentos, embalagens, supermercados varejistas e atacadistas, equipamentos de proteção individual, álcool em gel e derivados.

As principais vagas foram para enfermeiros e técnicos de enfermagem, atendentes, farmacêuticos, nutricionistas, caixas, padeiros, açougueiros, além dos serviços de manutenção, copa e recepção.

Enfim, essa crise impactou o mundo, gerando a todos os mesmos problemas. A região Norte, atualmente, apresenta diminuição nos casos de contágio pelo vírus e óbitos, e isso traz sinais de uma certa estabilidade, mas ainda é vista com muita insegurança por todos. Porém, há o incentivo ao empreendedor para voltar a pensar em investir no seu negócio. Sabemos que é um processo lento, mas já temos casos de absorção de temporários pelas utilizadoras, o que não deixa de ser uma ótima notícia.

Em números

A pesquisa realizada pela Asserttem com as agências associadas, 47,2% delas afirmaram que, em comparação ao início da pandemia, tiveram ou estão tendo aumento da procura por contratos temporários.

O estudo aponta ainda que, entre janeiro e junho deste ano, 47,5% das agências credenciadas contrataram mais de 500 trabalhadores temporários para os setores de Saúde, Alimentação, Agronegócio, Indústria e Logística. A vagas eram para atuação em cargos operacionais (69%), administrativos (25%) e de supervisão (6%), com média salarial de R$ 1.045 a R$ 2 mil (75%), de R$ 2.001 a R$ 3 mil (22,2%) e de R$ 3.001 a R$ 4 mil (2,8%).

Além disso, 80,6% das agências associadas afirmam que o aumento da demanda foi o principal motivo da geração de vagas temporárias. “Os dados da pesquisa provam que o Trabalho Temporário toma seu legado nessa crise e pode assumir o papel de protagonista como uma importante solução para a sobrevivência das empresas e o combate ao desemprego”, explica o presidente da Asserttem, Marcos de Abreu.

De acordo ele, a regulamentação do trabalho temporário, ocorrido há 7 meses com a publicação do decreto 10.060/2019, tem estimulado e contribuído as contratações nessa modalidade. “As agências de trabalho temporário possuem estrutura capaz de agir rápido e atender a demandas de todos os setores. Com o novo decreto, as empresas que desconheciam a forma de contratação têm uma maior compreensão da modalidade com segurança jurídica e econômica”, reforça Abreu.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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