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Contradição na compra de sacaria de plástico

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Há vários anos, diversos atores do estado, e fora dele, defendem o uso, exclusivo, de sacaria biodegradável no estoque público de milho em grão do Governo Federal/Conab com maior direcionamento ao programa federal chamado de "Vendas em Balcão". Vocês sabem o motivo? A resposta é simples: compras sustentáveis, preocupação com o meio ambiente e, logicamente, fortalecer a cadeia produtiva de fibras naturais no Amazonas. Só lamento, e muito, que em todos esses anos não vi uma manifestação formal de órgãos públicos e privados que defendem a floresta em pé em prol do uso de sacos biodegradáveis.

Partiu de mim, com imediato apoio do ex-deputado Luiz Castro, FAEA, FETRAGI e OCB, essa ideia que está enquadrada nos critérios de sustentabilidade no estado mais preservado do mundo. As pessoas que defendem a floresta em pé adoram bonitos discursos (reconheço que são bons), viagens ao exterior, eventos, mas de concreto mesmo pouco tem sido feito pelo cidadão que habita essa vasta floresta que tem 57% de áreas protegidas. Não sou eu, são os números do IBGE, IPEA, entre outros, que comprovam o caos social e econômico no Amazonas. Tudo que fizemos até hoje, inclusive o modelo PIM/ZFM tem que ser repensado, pois levou nosso estado a ter metade da população na pobreza, com fome. Desde 2013, cinco anos atrás, a ideia do uso de sacaria biodegradável foi aprovada pela diretoria da Conab, mas até hoje não foi implementada. Um absurdo! 

Essa conta não tá batendo!

O Brasil tem um ministério do meio ambiente, e em diversos órgãos públicos, incluindo a própria Conab, existem campanhas para reduzir o uso de copos descartáveis, entre outras ações importantes de preservação ao meio ambiente. Contudo, o mesmo governo que faz campanha para evitar o copo descartável, só vem comprando sacaria poluente de polipropileno para acondicionar o milho do programa de "Vendas em Balcão". Essa conta não tá fechando. Por um lado demonstra a correta preocupação com o uso do plástico, com o meio ambiente. Do outro lado, continua comprando sacaria de plástico para usar no estoque público. Esse comportamento estranho tem que mudar. O site da Conab mostra que o estoque brasileiro no mês de setembro aponta 1.487.048 unidades de sacaria de plástico. No Amazonas, para ensacar as 2,4 mil toneladas de milho que estão chegando tem 45 mil unidades de sacaria de plástico poluente. Pergunto: qual a razão do governo federal não realizar o projeto piloto de compra de sacaria biodegradável no Amazonas?  Seria um piloto para apenas 3% do estoque nacional. 

Eu não vou desistir de bater nessa tecla, temos que tentar comprar, se não for possível, se não aparecer fornecedor, quem sabe eu desista, mas deixar de fazer um piloto com apenas 3% do estoque nacional é muita falta de sensibilidade, ou melhor, de sustentabilidade. Impossível tocar nesse assunto e não reconhecer a importância do meu ex-colega de Conab, hoje consultor do MAPA, Ivo Naves, na defesa técnica desse tema. Aliás, defesa feita pelo Ivo Naves em grande evento realizado, em 2013, no Centro Cultural Povos da Amazônia, na conhecida Bola da Suframa. A ADS também deveria rever a distribuição de sacaria de plástico poluente, optando pela sacaria regional de juta  e malva. A luta continua! Que os ambientalistas do Brasil possam nos ajudar.

*Thomaz Antonio Perez da Silva Meirelles é servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected] 

Thomaz Meirelles

Servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]
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