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Consumo em restaurantes no Amazonas apresenta queda em fevereiro

Pelo segundo mês consecutivo o ICR (Índices de Consumo em Restaurantes) no Amazonas, apresentou queda de  48% em fevereiro. O levantamento dos efeitos da pandemia no segmento de restaurantes estão na pesquisa realizada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), em parceria com a Alelo, bandeira especializada em benefícios, incentivos e gestão de despesas corporativas. 

O Amazonas já vem nessa escalada de perdas desde o ano passado. A somatória de prejuízos chega a 70% tanto no número de receitas e empregos quanto o de estabelecimentos que encerraram as atividades em definitivo.

Em janeiro, as consequências causadas pela pandemia fizeram o valor gasto nesses estabelecimentos chegar a 47,4%, já o consumo nos estabelecimentos do Estado foi 58,0% inferior em volume. 

O presidente da Alelo explica que o panorama ainda é o  reflexo do pico da segunda onda no Estado somado à  implantação de medidas restritivas que trouxeram efeitos negativos aos estabelecimentos desse segmento.

Apesar da flexibilização das atividades no Amazonas, ainda não é possível prever como o setor deve se comportar nos próximos meses. O empresário Júnior Pinheiro, que atua no segmento, descreve um momento desafiador ainda mais para ele, que precisou investir em delivery utilizando o próprio carro e revezando com a esposa as entregas e os atendimentos. “Nem se compara ao atendimento presencial.  Perdemos muito ao longo dessa pandemia. Eu só não fechei as portas porque o nosso investimento foi grande”. 

Ele afirma que o movimento ainda não está no nível esperado e acredita que vai piorar porque muita gente tem falado de uma terceira onda da pandemia no Estado. “Ainda nem nos reerguemos e já estamos destinados a um novo caos. Não estamos faturando nem 5% após o último decreto. Se confirmar uma nova fase da doença por aqui, infelizmente, nós vamos precisar fechar as portas em definitivo”, desabafa. 

A situação relatada pelo empresário é a mesma confirmada pela entidade que responde pelo setor no Estado, a Abrasel-AM (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Amazonas), revelou que apenas 55% dos empresários dizem estar conseguindo trabalhar após a flexibilização do novo decreto. 

Embora o setor tenha retomado, na semana de reabertura, dos empresários que conseguiram retomar as atividades, cerca de 84% haviam registrado ocupação abaixo dos 50%.

Em fevereiro, os restaurantes passaram a atender até às 20h, o que não atendeu a demanda, considerando os estabelecimentos que atuam com jantar limitados ao horário de 18h às 20h. “Como vai chamar uma equipe para trabalhar por duas horas? Fevereiro realmente houve uma queda muito grande no faturamento de 80%, principalmente as pizzarias, as lanchonetes e os restaurantes que trabalham com jantar, devido a flexibilização que não atendia as necessidades”, afirma o presidente em exercício da Abrasel-AM, Jean Fabrizio. 

Conforme o representante da entidade, ainda que os restaurantes que trabalham com almoço tenham flexibilizado, muitos deles dependem do funcionalismo público. “São restaurantes próximos de repartições que não aguentaram porque grande parte dos órgãos públicos adotaram a política do home office, ou seja, o consumo caiu, o que acarretou também em grandes prejuízos”, atribui.  

Levantamento 

Conforme o estudo, os dados calculados a partir da comparação com o mesmo período de 2019, mostram que o valor gasto nos restaurantes, bares, lanchonetes e padarias registrou queda de 27,8% em todo país. 

A escolha do ano de 2019 para o cálculo dos impactos do consumo se dá pelo fato de que esse ano foi a última referência completa de um período dentro da normalidade da atividade econômica, que ocorreu antes da pandemia.

Cesário Nakamura, presidente da Alelo, explica que os resultados refletem os diferentes níveis de agravamento da crise sanitária e econômica, bem como as distintas medidas restritivas adotadas em relação à operação dos estabelecimentos, entre outros fatores. 

“Tendo como parâmetro o valor gasto em restaurantes o segmento mais fragilizado pela pandemia é possível evidenciar que a região Norte foi a mais impactada em fevereiro -37,3%”. 

Nacional 

Em relação aos ICRs (Índices de Consumo em Restaurantes), os dados de fevereiro destacam uma retração de 45,1% no volume de transações, tendo como base o mesmo período de 2019. Adicionalmente, o número de estabelecimentos comerciais que efetivaram transações também foi inferior (-3,9%).

De acordo com os pesquisadores da Fipe, os resultados observados em fevereiro destacam uma ligeira piora em relação aos impactos registrados no mês anterior (-27,3%), relacionando-se possivelmente com o agravamento da crise sanitária em diversas regiões e o retorno parcial ou integral de restrições sobre a operação dos estabelecimentos, como horário e capacidade de atendimento.

Sobre a metodologia dos índices, para garantir a consistência e a interpretação dos resultados ao longo do tempo, todos os índices são calculados a partir de dados diários de transações realizadas em estabelecimentos comerciais distribuídos por todo o território nacional, entre 1º de janeiro de 2018 e 28 de fevereiro de 2021.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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