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Consumo em restaurantes do AM continua em baixa

A retomada do consumo em restaurantes no Amazonas segue lenta. A percepção é confirmada nos números divulgados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) em parceria com a Alelo, bandeira especializada em despesas corporativas, indicando que o Amazonas aparece entre os estados com o baixo consumo 35,8% em restaurantes, bares, lanchonetes e padarias, em abril deste ano, considerando o mesmo período de 2019. 

A persistência na queda aponta que o resultado é o sexto pior, mantendo o Estado com histórico de queda pelo sétimo mês consecutivo. Em março de 2021, o setor retraiu 29,7%  Em relação ao valor total  gasto na região Norte,  nota-se queda em abril de (-31,3%).

Segundo o levantamento, o baixo consumo no segmento de alimentação fora do lar se mantém em razão dos efeitos da pandemia da Covid-19 impactando o fluxo de pessoas nos estabelecimentos, por conta das medidas de restrição, e no poder de compra do consumidor.

Para o  presidente da Alelo, Cesário Nakamura, ainda que os dados sejam negativos, é possível observar melhora nas vendas do setor em todo país que chegaram a registrar uma queda de 61,9% no volume de transações, em abril do ano passado, quando comparado ao mesmo período de 2019. 

“De qualquer forma, os números mostram que o segmento ainda sofre com as fortes restrições, alcançando os piores resultados dos índices desde junho de 2020”, avalia o presidente. 

O ICR (Índices de Consumo em Restaurantes) mostram ainda retração de 51,4% na quantidade de vendas, impacto mais profundo desde junho de 2020 (-53,1%). Somado a isso, o número de estabelecimentos comerciais que efetuaram transações em abril de 2021 foi 6,9% inferior ao observado no mesmo mês de 2019.

De acordo com o conselheiro da Abrasel-AM (Associação dos Bares e Restaurantes), Rogério Cunha, associa a retração à insegurança ainda vivenciada por parte da população, além do fator mudança de hábito do consumidor. “O novo normal, são pessoas que durante os picos da pandemia aderiram ao sistema delivery e até agora preferem solicitar o serviço ao invés de ir aos estabelecimentos, ou seja, optaram pela comodidade sem precisar sair de casa. Existe uma parcela de pessoas que mudaram seus hábitos, o que significa dizer que muitas vão deixar de frequentar restaurantes”. 

Ele destaca que apesar da retração, as flexibilizações por meio dos decretos governamentais trouxeram  fôlego para os negócios no mês de maio. Segundo ele, é possível notar uma certa normalidade no volume de vendas “Isso é importante porque mantém o equilíbrio financeiro das empresas. O governo tem que intensificar as fiscalizações porque os estabelecimentos continuam seguindo todos os protocolos de segurança, porém ainda existem as festas clandestinas com mais de duas mil pessoas que as fiscalizações não conseguem alcançar. A gente achou muito positiva as flexibilizações pelo governo para a engrenar os serviços do nosso setor”. 

Índices nacionais também foram negativos

O consumo em restaurantes, bares, lanchonetes e padarias registrou queda de 33,2% em abril, é o que apontam os índices divulgados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), em parceria com a Alelo, bandeira especializada em benefícios, incentivos e gestão de despesas corporativas. Os dados, calculados a partir da comparação com o mesmo período de 2019, mostram que, em contraponto, os supermercados continuam apresentando números compatíveis com o histórico pré-pandemia – a exemplo da variação apurada de apenas 0,2% no valor gasto. 

Outros números 

Em termos regionais, a análise dos resultados revela que os efeitos da Covid-19 se estenderam por todo o país, com intensidade variável segundo a aceleração ou desaceleração da pandemia em cada localidade, bem como o maior ou menor rigor das medidas restritivas impostas pelos governos estaduais e municipais sobre a operação dos estabelecimentos. 

Adotando como parâmetro o valor gasto em restaurantes, o segmento mais fragilizado pela pandemia, é possível evidenciar um impacto negativo similar em 2 das 5 regiões brasileiras: Nordeste (-34,8%) e Sudeste (-34,1%). Entre as demais, a queda no valor total gasto em abril foi de, respectivamente, região Norte (-31,3%), Centro-Oeste (-30,6%) e Sul (-27,4%). 

Individualmente, os estados que tiveram os piores resultados foram: Amapá (-44,9%), Tocantins (-43,5%), Bahia (-39,4%), Rio de Janeiro (-38,9%), Ceará (-37,4%) e Amazonas (-35,8%), contrapondo-se àquelas que apresentaram menor retração no consumo: Roraima (-1,2%), Acre (-5,9%), Rondônia (-6,1%), Mato Grosso do Sul (-18,4%) e Espírito Santo (-19,1%). Entre outras unidades federativas, vale mencionar os impactos registrados em: São Paulo (-33,2%), Minas Gerais (-31,9%), Paraná (-30,3%), Santa Catarina (-19,2%), Rio Grande do Sul (-31,4%) e Pernambuco (-30,3%). 

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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