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Consumo de energia supera patamar pré-crise

A demanda industrial de energia elétrica deverá seguir apresentando alta de mais de 10% até o fim do ano. Esta é a estimativa da Comerc Comercializadora, que divulga mensalmente o seu índice setorial e que em agosto registrou alta de 12,64% sobre o mesmo período do ano passado. A tendência de recuperação da demanda do setor produtivo levou a carga que a empresa gerencia a superar em até 1,06% o mesmo volume consumido no mês de agosto de 2008, o último antes de a crise internacional derrubar em cerca de 40% o consumo do setor.
“A tendência é de termos crescimentos ainda expressivos em comparação a 2009 e a 2008, já que no último trimestre desses períodos a demanda não foi tão alta”, afirmou o presidente da Comerc, Cristopher Vlavianos.
Essa expectativa tem como base a estabilidade de volumes demandados pelos clientes que gerenciam e que respondem por cerca de 12% da carga de energia de consumidores livres no Brasil. Ainda de acordo com o índice da companhia, a demanda do mês passado ficou apenas 0,15% acima da registrada em julho deste ano. Dentre os setores que mais vêm se destacando na recuperação estão as empresas relacionadas à produção de bens de consumo cujo foco é o mercado interno e empresas exportadoras de commodities, entre as quais as de celulose e de mineração.
De acordo com os dados preliminares da carga do sistema divulgados pelo ONS (Operador Nacional do Sistema), a demanda nacional por energia elétrica no mês passado ficou em 55,582 mil MW médios, alta de 8,1% sobre o mesmo período de 2009. Em relação a julho deste ano o indicador avançou 0,5%. O órgão informou na ocasião que o comportamento do setor industrial tem sido o responsável pela alta da carga total no país, que no acumulado de janeiro a agosto ficou em 10%. Ainda esta semana a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) deverá informar a demanda de energia por segmento consumidor referente ao mês passado.

Exportações sofrem

Segundo Marcelo Ávila, diretor vice-presidente da Comerc, apesar da expansão do consumo, ainda há setores da economia que apresentam dificuldades decorrentes da crise internacional. Um deles é o de veículos. “O consumo deste setor não é, nem de perto, o que se via no pré-crise. Mesmo com o mercado nacional ‘bombando’, as exportações ainda sofrem. Há clientes que exportam e que precisam devolver contratos de compra de energia”, afirmou ele, para quem essa situação deverá apresentar reversão apenas com a melhoria da economia mundial.
O destaque positivo dentre as empresas gerenciadas pela Comerc está no setor de embalagens, que acompanhou o desempenho da indústria de eletroeletrônicos em decorrência dos pedidos para atender a demanda do consumidor por novos televisores em função da Copa do Mundo.
Apesar dessas altas seguidas pela indústria, a expectativa dos executivos em relação ao resultado consolidado do ano, incluindo todas as classes de consumidores, é de expansão de cerca de 7%. Isso porque o crescimento do consumo residencial tem se mantido estável, diferentemente do ocorrido em 2009, quando este mercado foi o responsável pela manutenção da carga em alta mesmo em plena crise.

Mais dez hidrelétricas em funcionamento

De olho nessa alta crescente da demanda por energia, o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, afirmou que o governo trabalha para colocar mais dez hidroelétricas no leilão de energia A-5 (para empreendimentos que entrarão em produção em 2015) que somam 3,82 mil MW de potência instalada.
Dentre esses projetos a prioridade fica com os maiores empreendimentos que são os de Teles Pires (1,82 mil MW), São Manuel (746 MW) e Sinop (461 MW) – na bacia do rio Teles Pires (MT) – e a de Riacho Seco (240 MW), que será construída no rio São Francisco. De acordo com o presidente da EPE, os estudos das usinas, bem como o preço-teto proposto para o leilão foram entregues ao TCU (Tribunal de Contas da União) em dia 10 de setembro. O órgão tem 60 dias para analisar a documentação.
“Nossa intenção é realizar o leilão no final de dezembro, o prazo é apertado, pois precisamos ter as licenças, mas ainda é possível de ser feito”, afirmou ele, que declarou ainda que com isso o Brasil terá uma expansão estritamente renovável na matriz energética nacional em 2015.
As demais usinas são consideradas de menor porte e a análise dos estudos deve ser concluída pelo TCU em 30 dias. A expectativa da EPE é de enviar a documentação até o dia 10 de outubro. Esse grupo de usinas é formado por cinco empreendimentos que compõem a Bacia do Parnaíba, na divisa entre o Maranhão e o Piauí, e a de Foz do Apiacás, também no rio Teles Pires. Juntas somam 660 MW de potência.
Segundo a legislação, o leilão só poderá ocorrer após a aprovação dos estudos pelo TCU a tempo do edital ser aprovado e publicado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) 30 dias antes da disputa.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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