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Consumidores têm boas expectativas

A economia amazonense irá acompanhar a tendência observada no restante do país em relação a um novo perfil de consumo neste ano. É o que mostra o estudo “Comportamentos de Consumo das Classes Sócio-Econômicas”, divulgado pelo diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Fractal, Celso Grisi, cujos resultados já consideram a influência causada pela crise financeira mundial no varejo.
Em exclusividade para o JC, Grisi disse que o resultado da pesquisa apontou que para as classes C (cuja renda familiar mensal média é de R$ 861 a R$ 1.318) e B (com ganhos mensais entre R$ 2.256 e R$ 3.994), os gastos neste ano se focarão em imóveis (aquisição ou troca), construção civil (construção de imóvel), entretenimento/cultura e alimentos. “Neste último caso, a atitude do consumidor estará mais defensiva, aumentando as idas ao supermercado, diminuindo o tíquete médio da compra, além da troca de marcas para as mais baratas, bem como a procura por embalagens múltiplas com menor número de unidades”, explicou.
Os números da Fractal em nada diferem da perspectiva da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado do Amazonas), divulgada no início deste mês, na qual a expectativa da estabilidade de preços e os estímulos pontuais do governo em expandir a atividade econômica aumentaram mesmo que de forma ligeira a confiança dos consumidores manauenses em maio. Pelo menos é o que deixa a entender o Índice de Confiança do Consumidor, que apresentou uma ligeira alta de 0,7% em relação ao índice do mês anterior, registrando 125,7 pontos. Entretanto, em comparação com igual período do ano passado, o indicador registrou queda de 15,6%.

Incerteza na instabilidade

Na análise do economista-chefe da Fecomercio, José Fernando Silva, o pequeno aumento do índice neste mês ainda envolve muitas incertezas devido ao momento da instabilidade macroeconômica do país. O especialista ainda destacou o aumento de confiança por parte dos amazonenses com 35 anos ou mais, que registrou uma variação de 6,8% chegando a 131,1 pontos. “Esse otimismo pode ser explicado pela crença em que os desdobramentos da atual conjuntura não afetarão as expectativas”, explicou.
O fato é que o consumidor local, segundo a Fecomercio, embora apreensivo e cauteloso quanto ao atual panorama macroeconômico, principalmente em termos de emprego e rendimentos, ainda mantém boas perspectivas para sua situação futura, acreditando que o nível de atividade econômica pode se recuperar no médio prazo.
O contabilista Sérgio Lima Sobrinho é um dos consumidores que se revelaram confiantes na melhoria da economia já a partir de junho. O especialista disse que os gastos mensais da sua família serão ampliados com o fim do financiamento do veículo importado zero quilômetro adquirido em consórcio e a proposta de redimensionamento da casa durante o verão. “Acho que o pior momento já passou, por isso é que minha mulher e eu decidimos logo reestruturar nosso apartamento, apostando no momento de menor pressão para gastos”, considerou.
No estudo divulgado pela Fractal, as pwessoas da classe A1 (com renda familiar mensal média de R$ 14.950) direcionarão seus gastos até o fim do ano para o turismo interno, em detrimento do externo, por conta da desvalorização do real frente ao dólar.
“Além disso, a demanda será maior para marcas Premium, carros importados, imóveis (para reserva de valor), segurança e as despesas no domicílio, já que a taxa de permanência no lar deverá aumentar”, apontou Celso Grisi.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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