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Consumidor sacrifica compras para pagar dívidas

Os consumidores amazonenses aproveitaram o pagamento do décimo terceiro salário para pagarem as contas atrasadas, antes de preencher a cota do cartão de crédito com novas aquisições típicas desta época do ano, quando os apelos comerciais aumentam e o desejo de comprar também. Esta é a avaliação do presidente da ACA (Associação Comercial da Amazonas), Gaitano Antonaccio, que falou ainda sobre as lojas que estão se preparando para as tradicionais liquidações para “queimar o estoque”.
Segundo Antonaccio, os consumidores aprenderam com a crise financeira internacional e estão mais cautelosos na hora de gastarem o salário. “Antes da crise, as pessoas compravam bens com prestações a perder de vista. Agora, pensam no preço final, na taxa de juros e escolhem pagar de uma vez e ainda barganhar um desconto”, ressaltou.
As estatísticas da FCDL/AM (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Amazonas) confirmam a informação da ACA. Nos meses de outubro e novembro, a quantidade de pessoas que regularizaram o crédito foi maior que o número de clientes com o nome incluso no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). Considerando as tabelas de outubro e novembro, 52,6 mil pessoas saíram do SPC nos 45 dias da campanha anual “Limpe seu crédito, faça seu nome brilhar”, realizada pela federação.
“Todos os anos, temos uma boa aceitação da campanha e desta vez estendemos o prazo de 30 para 45 dias, a pedido dos lojistas. Tivemos mais 50 mil consumidores com o poder de compra restaurado”, animou-se o presidente da FCDL/AM, Ralph Assayag.
O nível de inadimplência no comércio varejista de Manaus cresce anualmente desde o início do monitoramento feito há cinco anos pela FCDL/AM, mesmo tempo de vida da campanha de recuperação de crédito. Até setembro, existiam 415 mil pessoas com o número do CPF (Cadastro da Pessoa Física) incluso no SPC do Estado. “A quantidade de pessoas impossibilitadas de comprar a crédito aumenta ao nível de 3,2% durante o ano e diminui nos últimos meses, quando lançamos a campanha”, destacou Assayag.

Queima de estoque

Depois da semana do Natal – 20 a 26 de dezembro – alguns produtos ficaram “encalhados” nas prateleiras e os lojistas recorrem a promoções imperdíveis, como informou o presidente da ACA, para liquidar os produtos do ano e refazer o estoque. Nas sete lojas UtiLar localizadas em Manaus, as promoções para desencalhar os produtos adquiridos em 2009 iniciam no sábado, 1º, com uma semana de duração ou até o término dos produtos.
“As promoções estão muito boas com desconto de 40% e esperamos chamar de volta os clientes que passaram pelas nossas lojas no Natal. Nesta última semana do ano, o movimento caiu 30% em relação ao Natal”, comentou a gerente da filial do da UtiLar localizada no Centro, Holanda Correia.

FCDL/AM recomenda renegociação de débitos

Nas lojas de confecções Asya Fashion, o movimento de clientes caiu 40% na última semana do ano em relação ao período natalino. A gerente na filial do Centro, Dreide Jacques, disse que a empresa está finalizando a estratégia para desovar o estoque de 2009 com uma “mega-promoção”, apesar de não dizer quando isso ocorrerá por questão de sigilo comercial.
A FCDL/AM aconselhou os empresários a renegociar em as dívidas dos clientes até o final da primeira semana para garantir retorno financeiro das liquidações de janeiro. “É mais interessante para o empresário oferecer um pequeno desconto e receber todas as contas atrasadas que começar 2010 com o caixa no vermelho”, ponderou Assayag.

Alta mensal

Pesquisa divulgada na semana passada pela Serasa Experien aponta maior alta mensal na inadimplência desde março 2009, com nove pontos percentuais em novembro sobre outubro. Os gastos com o pagamento do 13º salário dos funcionários fez a inadimplência das empresas subir 9% em novembro na comparação com o mês anterior.
Na comparação anual do mês de novembro, a inadimplência se manteve estável, com uma ligeira queda de 0,2%. Na relação acumulada, por sua vez, a inadimplência dos negócios avançou 21,7%.
Mesmo registrando evoluções no acumulado cada vez menor desde julho, a inadimplência das empresas está alta, sendo considerado ainda um reflexo da crise econômica internacional, segundo os analistas da Serasa.
De janeiro a novembro de 2009, o ranking das dívidas das empresas foi liderado pelos títulos protestados, com 41,5% de participação. Nos 11 meses de 2008, o percentual foi de 41,8%. Em seguida, com 38,7% de representação até novembro, estão os cheques sem fundos. No ano anterior, em igual período, os cheques devolvidos representaram 39,1% da inadimplência das pessoas jurídicas.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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