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Consumidor não quer só comida

Consumidor não quer só comida

O novo coronavírus (covid-19) mudou drasticamente as relações de consumo. Não apenas pela necessidade de reclusão das pessoas, mas também pelo tempo que tem durado. Em meio ao distanciamento social, os brasileiros estão reavaliando suas prioridades, estilo de vida e valores para se adaptarem à essa nova realidade, que impactou diretamente nos produtos consumidos na pandemia.

Levantamento recente realizado pela Compre & Confie revela que as vendas no e-commerce aumentaram 81% em abril devido à quarentena, com faturamento de R$ 9,4 bilhões. Quando comparado ao mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 98%. Segundo o estudo, além de alimentos e medicamentos, as categorias com maior procura foram brinquedos (+241,6%), eletrônicos (+169,5%), instrumentos musicais (+252,4%) e cama, mesa e banho (+165,9%).

Já quando a pesquisa aponta, especificamente, os produtos mais vendidos, os destaques foram: suplementos alimentares (+59%), iluminação para paredes e teto (+52%), eletrodomésticos e acessórios (+45%), ferramentas (+41%) e artigos de armarinhos (+40%).

O economista e presidente do Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo), Cláudio Felisoni de Ângelo, explica que segmentos que remetem à práticas indoor ganham mais espaço, como por exemplo, utensílios de culinária ou material de construção, como forma de se adaptar ao atual cenário. “Os consumidores perceberam que a pandemia se estenderia e investiram em itens para auxiliá-los na rotina. Por isso, temos um crescimento significativo em artigos para casa, como ferramentas, eletrônicos, eletrodomésticos e armarinho”, avalia o especialista.

Outro setor que chamou atenção de Felisoni foi de construção. “As pessoas estão em casa, é normal atentar aos detalhes e optar por reparos no ambiente onde moram ou, até mesmo, desejarem renovar o espaço. Em razão deste movimento, por exemplo, notamos o crescimento nas vendas de iluminação para paredes e teto, além de outros objetos relacionados”, comenta.

O conceito Do it yourself (faça você mesmo, em tradução do inglês) também ganhou espaço na prática dos brasileiros que puderam ficar em casa, devido ao confinamento e às restrições de compra. Além disso, o prazer de produzir ou customizar os próprios produtos começa a ser, de novo, inserido na rotina do consumidor, bem como os benefícios trazidos pela atividade, sejam financeiros ou emocionais.

Artigos de entretenimento também registraram alta nas vendas, como eletrônicos, brinquedos e instrumentos musicais. Felisoni diz que esse aumento acontece com uma série de outros produtos que remetem a atividades indoor. “As pessoas também necessitam de lazer e, naturalmente, esses itens se tornaram uma alternativa para se divertir e relaxar. Além disso, podem facilitar o convívio das pessoas em família e ajudar neste processo de isolamento”, pondera o presidente do Ibevar.

O economista ainda reforça que as crises provocam mudanças e não atingem todos da mesma forma. “Como em qualquer situação existem operações que são beneficiadas e outras que são impactadas de maneira negativa. E, mesmo com aumento em algumas categorias, o brasileiro se mostra cauteloso com gastos exagerados, devido à incerteza sobre os efeitos a longo prazo da pandemia. Este comportamento deve se manter após a crise, pois o brasileiro percebeu que pode adiar gastos, optar por marcas mais baratas ou avaliar o que pode cortar do orçamento de forma permanente, por exemplo”, completa Felisoni.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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