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Consórcio repassou a doleiro R$ 38 mi

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Um consórcio liderado pela Camargo Corrêa repassou R$ 37,7 milhões a empresas fantasmas do doleiro Alberto Youssef ao pagar a Sanko Sider e Sanko Serviços por serviços simulados, aponta laudo da Polícia Federal. O consórcio, chamado CNCC, pagou R$ 38, 75 milhões à Sanko por serviços em que há fortes indícios de que não foram prestados, de acordo com os peritos da PF. A maior parte deste valor (R$ 37, 7 milhões) foi repassada à MO Consultoria E GFD Investimentos, duas empresas controladas pelo doleiro, entre outubro de 2010 e dezembro de 2013.
Procuradores que atuam na Operação Lava Jato dizem que todos os pagamentos feitos às empresas de Youssef eram repasse de propina, já que essas firmas não tinham atividades que justificassem os recebimentos.
Dois réus e uma testemunha do caso afirmaram à Justiça que todos os pagamentos feitos às empresas de Youssef eram repasse de propina , já que os serviços nunca foram prestados.
As empresas negam as acusações e ressaltam que o laudo não aponta que houve superfaturamento no preço de tubos.
O consórcio CNCC, formado pela Camargo Correa e Cnec, ganhou o maior contrato individual para as obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, de R$ 3,4 bilhões, em valores de 2010. O custo da refinaria, estimado em R$ 5,6 bilhões, deve chegar a R$ 57 bilhões quando ficar pronta em 2015.
Os procuradores afirmam que contratos superfaturados da refinaria eram uma das fontes do suborno distribuídos pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa a políticos.
Ambos decidiram fazer um acordo de delação premiada pra ter uma pena menor.
Além do consórcio, a própria Camargo Corrêa fez pagamentos à Sanko, que também foram transferidos ao doleiro, segundo o laudo. Em 20 de junho de 2009, a empreiteira pagou R$ 3,6 milhões à Sanko pelo fornecimento de tubos e prestação de serviços. Em 31 de julho e 1° de outubro, a Sanko repassou R$ 3,2 milhões para Youssef.
“Informações obtidas pelos peritos indicam que a venda dos produtos (tubulação) não foi efetivada”, diz o laudo. A PF também não encontrou na contabilidade da Sanko registro dos serviços que a empresa diz prestar ao consórcio CNCC.
O laudo diz que há indícios de fraude na avaliação que a Petrobras fez da Sanko para cadastrar a empresa -todos os fornecedores da estatal precisam deste certificado. Segundo a PF, a Petrobras aceitava avaliar a Sanko usando documento contábeis de outra empresa a Cia. Mêcanica Auxiliar, da qual detém só 33% das ações. Para os peritos, “os demonstrativos contábeis (de 2009 a 2013) revelaram uma fragilidade financeira acentuada, com seguidos prejuízos e elevado endividamento”, o que impediria, em tese, de ser aprovada como fornecedora da Petraobras. Em 2009, a Sanko registrou um prejuízo de R$ 22,9 milhões e um patrimônio líquido negativo de R$ 64, 1 milhões. Os peritos são didáticos ao explicar que é patrimônuio negativo: se a Sanko vendesse todos os seus bens e transformasse em dinheiro todos os seus direitos, ficaria devendo R$ 64,1 milhões.

Juiz da Lava Jato interroga réus na quarta-feira

O doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa serão interrogados pela Justiça Federal quarta-feira (8), às 14h, em Curitiba.
O interrogatório faz parte do trâmite normal das ações penais oriundas da Operação Lava Jato, da PF (Polícia Federal), e não está ligado ao acordo de delação premiada que ambos fizeram com o MPF (Ministério Público Federal). A audiência será conduzida pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal.
Com a marcação da audiência, Paulo Roberto Costa será escoltado novamente pela PF do Rio de Janeiro para Curitiba. Beneficiado pelas informações repassadas na delação, Costa cumpre prisão domiciliar em sua residência, no Rio, desde quarta-feira (1º). Youssef está preso na Superintendência da PF , na capital do Paraná.
Nas ações penais oriundas da Operação Lava Jato, Costa e Youssef são acusados de desvio de recursos na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), os desvios na construção da refinaria ocorreram por meio de contratos superfaturados, feitos com empresas que prestaram serviços à Petrobras entre 2009 e 2014.
Segundo o MPF, a obra, inicialmente orçada em R$ 2,5 bilhões, custou mais de R$ 20 bilhões. A investigação indica que os desvios tiveram a participação de Paulo Roberto Costa, então diretor de Abastecimento da Petrobras, e de Alberto Youssef, dono de empresas de fachada.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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