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Confiança do comércio de Manaus cresce em julho

A confiança dos comerciantes de Manaus emendou um segundo mês seguido de trajetória positiva, em julho. A melhora nas expectativas seguiu em sintonia com a média nacional. A satisfação foi puxada pela percepção sobre a situação atual da economia a brasileira, do setor, da empresa e dos investimentos. O otimismo ainda é menor, contudo, no que se refere a contratações e estoques. É o que revelam os dados locais do Icec (Índice de Confiança do Empresário do Comércio), medido pela CNC (Confederação Nacional do Comércio). 

O indicador registrou 120,5 pontos na capital amazonense, avançando 11% em relação à marca de junho (108,6 pontos) e ficando próximo às marcas de março de 2021 (109,7 pontos) e de outubro de 2020 (120 pontos). Também ficou 79,85% acima do enfraquecido patamar de julho do ano passado (67 pontos) – segundo mês de reabertura para o setor, ainda abalado pelo rescaldado do fechamento compulsório decorrente da primeira onda. Em todo o Brasil, o índice da CNC brasileiro cresceu pela segunda vez consecutiva, com avanço de 11,7% em relação ao mês anterior, chegou a 107,8 pontos. Em comparação com julho de 2020, o crescimento foi de 55,6%.

Apurado entre os tomadores de decisão das companhias comerciais, o levantamento avalia condições atuais, expectativas de curto prazo e intenções de investimento. Pontuações abaixo de 100 representam insatisfação, enquanto marcações de 100 até 200 são consideradas de satisfação. A Confederação Nacional do Comércio sondou 6.000 empresas de todas as capitais do país – 164 delas, em Manaus. 

Pelo segundo mês seguido, todos os nove subíndices do Icec expandiram na variação mensal. A maior elevação veio da avaliação sobre as condições atuais da economia brasileira/CAE (+28%), que saiu da zona de insatisfação (106,1 pontos). O mesmo pode ser dito das condições atuais do comércio/CAC (+21,6% e 109,7 pontos) e das empresas comerciais/CAEC (+20,9% e 109,7 pontos), mas nem tanto do nível de investimento das empresas/NIE (+21,4% e 99,1 pontos).

Ainda há algum ceticismo quanto ao futuro, já que os incrementos são mais fracos nas expectativas da economia brasileira/EEB (+5,9% e 149,1 pontos), das empresas comerciais/EEC (+4,4% e 150,1 pontos) e do comércio/EC (+4,4% e 150,1 pontos). Houve melhora também nas percepções sobre a contratação de funcionários/IC (+5,1% e 121,6 pontos) e situação atual dos estoques/SAE (+1,7% e 88,9 pontos) – embora este ainda detenha o pior valor absoluto da lista. 

Contratações e investimentos

A maioria dos comerciantes de Manaus (56,7%) considera que a situação atual da economia brasileira “melhorou um pouco”. São seguidos pelos que dizem que “piorou um pouco” (32,2%), “piorou muito” (8,7%) e pelos que garantem que “melhorou muito” (2,5%) – contra 41,6%, 34,9%, 22% e 1,5%, respectivamente. A percepção majoritária também é que condições atuais do setor e da empresa “melhorou um pouco” (58,8%, para os dois). Em ambos os casos, a percepção é melhor nas empresas com mais de 50 empregados e que vendem bens duráveis.

O otimismo ainda é proporcionalmente maior nas expectativas para a economia: 68,1% dizem que vai “melhorar um pouco”, enquanto 21,4% arriscam apostar que “melhorar muito”. As avaliações dos comerciantes de Manaus sobre as perspectiva para o setor e para a imprensa são um pouco melhores, com 68,5% apontando para uma melhora relativa e outros 21,8% dizendo que será significativa, em ambos os casos. Companhias de menor porte e atuantes em semiduráveis têm as melhores perspctivas.

A maioria absoluta ainda diz que o contingente de trabalhadores deve “aumentar pouco” (66,6%), seguida de longe pelos que avaliam que pode “reduzir pouco” (16,7%). A projeção majoritária para investimentos nas empresas ainda é “um pouco maior” (47,8%), enquanto 35,2% consideram que será “um pouco menor”. No mês passado os respectivos percentuais foram 55,6%, 32,3%, 35,5%, 42,8%. O otimismo predomina entre as empresas maiores e que trabalham com produtos duráveis (empregos) e não duráveis (investimentos).

“Melhorias consolidadas”

O presidente em exercício da Fecomércio AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota, avalia que os números da CNC apontam para uma tendência de otimismo “muito acentuada e solidificada”. O dirigente chama a atenção para o crescimento “vigoroso” no indicador nacional, depois de passar abaixo da marca dos 100 pontos durante “muito tempo”, apontando para um retorno à “normalidade”, mais de um ano após o fechamento geral pela primeira onda. 

“Agora, vou falar do Amazonas. O nosso índice de confiança sempre foi um pouco maior do que o nacional. Nossas expectativas são de melhorias consolidadas, porque é uma crescente que está robusta. Um dos sinais é que os estoques se ampliaram muito nesses dois meses. Vamos entrar o segundo semestre com dados muito positivos. Já tivemos a retomada do emprego, em maio, com 75% dos empregos sendo gerados por comércio e serviços. Estamos muito otimistas em relação à volta do crescimento”, afiançou.  

Pronampe e vacinação

A CNC aponta que os números brasileiros do Icec renovaram a tendência otimista verificada em junho, quando o indicador registrou crescimento mensal de 12,2% e encerrou um período de cinco quedas seguidas, ao mesmo tempo em que se aproximava do nível de satisfação alcançado em novembro do ano passado (108 pontos). 

“Isso reforça a relevância desse resultado, pois as perspectivas nesse período de 2020 eram boas por conta da esperança com as vendas de fim de ano”, ressalta o economista responsável pela pesquisa do Icec, Antonio Everton, Antonio Everton, em texto distribuído pela assessoria de imprensa da CNC. Ele acrescenta que fatores como a disponibilização da terceira versão da linha de crédito do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) também podem ter contribuído para a melhora da percepção dos empresários neste mês.

No mesmo texto, o presidente da entidade, José Roberto Tadros, aponta que o Icec passou a refletir o alento das expectativas dos comerciantes quanto à evolução das medidas de estabilização econômica. “A avaliação positiva retrata, principalmente, a percepção de que as condições gerais da economia estão mais favoráveis”, finalizou, acrescentando que o avanço da vacinação permite ao país vislumbrar um segundo semestre melhor para o ambiente de negócios.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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