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Confiança do comércio de Manaus cresce em agosto

A confiança dos comerciantes de Manaus emendou um terceiro mês seguido de trajetória positiva, em agosto. A melhora nas expectativas seguiu em sintonia com a média nacional. A satisfação foi puxada pela percepção sobre a situação atual da economia a brasileira, do setor, da empresa e dos investimentos. O otimismo ainda é menor, contudo, no que se refere a contratações e estoques. É o que revelam os dados locais do Icec (Índice de Confiança do Empresário do Comércio), medido pela CNC (Confederação Nacional do Comércio). 

O indicador registrou 123,9 pontos na capital amazonense e avançou 2,8%, em relação a julho (120,5 pontos), além de escalar 49,28% acima do ainda enfraquecido patamar de agosto do ano passado (83 pontos) – terceiro mês de reabertura para o setor, ainda abalado pelo rescaldado do fechamento compulsório decorrente da primeira onda. Em todo o Brasil, o índice da CNC brasileiro cresceu pela terceira vez consecutiva, com alta de 4,3% em relação ao mês anterior, e chegando aos 115 pontos. Em comparação com agosto de 2020, o crescimento foi de 47,2%.

Apurado entre os tomadores de decisão das companhias comerciais, o levantamento avalia condições atuais, expectativas de curto prazo e intenções de investimento. Pontuações abaixo de 100 representam insatisfação, enquanto marcações de 100 até 200 são consideradas de satisfação. A Confederação Nacional do Comércio sondou 6.000 empresas de todas as capitais do país – 164 delas, em Manaus. 

Oito dos nove subíndices do Icec expandiram na variação mensal. A maior elevação veio do nível de investimento das empresas/NIE (+8,3% e 107,3 pontos), assim como das condições atuais do comércio/CAC, das empresas comerciais/CAEC (ambos com +6% e 116,3 pontos), e da economia brasileira/CAE (+5,9% e 112,3 pontos).

A satisfação melhorou menos no que se refere às expectativas do comércio/EC, das empresas comerciais/EEC (ambos com +1,8% e 150,1 pontos) e da economia brasileira/EEB (+1,4% e 152,9 pontos). Em contrapartida, a situação atual dos estoques/SAE (+0,2% e 89.1 pontos) praticamente estagnou, enquanto o indicador de contratação de funcionários/IC (-4,2% e 116,5 pontos) recuou de forma significativa. 

Contratações e investimentos

A maioria dos comerciantes de Manaus (61,9%) considera que a situação atual da economia brasileira “melhorou um pouco”. São seguidos de mais longe pelos que dizem que “piorou um pouco” (32,5%), que “piorou muito” (4%) e que “melhorou muito” (1,6%). A percepção majoritária para as condições atuais do setor e da empresa também é que “melhorou um pouco” (65,1%, para os dois). Em todos os casos, a percepção é melhor nas empresas com até 50 empregados e que vendem bens semiduráveis.

O otimismo ainda é proporcionalmente maior nas expectativas para a economia: 72,1% dizem que vai “melhorar um pouco”, enquanto 19,8% arriscam apostar que “melhorar muito”. As avaliações dos comerciantes de Manaus sobre as perspectivas para o setor e para a empresa também empatam e são um pouco melhores, com 73% apontando para uma melhora relativa e outros 20,3% dizendo que será significativa, em ambos os casos. Companhias de menor porte e atuantes em produtos não duráveis têm as melhores estimativas.

Em termos de contratações, a maioria absoluta ainda diz que o contingente de trabalhadores deve “aumentar pouco” (70,2%), seguida de longe pelos que avaliam que pode “reduzir pouco” (22,3%). A projeção majoritária para investimentos nas empresas ainda é “um pouco maior” (53,2%), enquanto 37,4% consideram que será “um pouco menor”. As avaliações positivas predominam entre as pessoas jurídicas de maior porte e que trabalham com produtos duráveis (empregos) e não semiduráveis (investimentos).

“Cenário diferente”

O presidente em exercício da Fecomércio AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota, avalia que uma das razões para o aumento consecutivo do índice de confiança empresarial em todo o país é o processo de vacinação, que dá estabilidade e segurança para o consumidor circular – e comprar – mais, além de afastar a possibilidade “de que seja atribuída ao comércio a pecha de causador da pandemia” ao setor.

“Com relação ao Amazonas, o cenário é um pouquinho diferente e o número ultrapassa a própria marca da estabilidade. Claro que temos de verificar que ainda estamos resolvendo uma série de problemas ligados às dificuldades com transportes, aos preços de alguns produtos, falta de embalagens, que atrapalha essa movimentação. Nós, que moramos distantes dos centros fornecedores, temos um crescimento mais lento, em função de todas esses obstáculos, que dificultam o reabastecimento do comércio e a retomada da atividade”, ponderou.

“Crise no retrovisor”

A CNC aponta que, em âmbito nacional, o Icec de agosto mostrou a continuação da tendência de incremento da confiança dos empresários, após fortes aumentos ocorridos em junho (12,2%) e julho (11,7%) – quando o indicador entrou na “zona do otimismo”. Os fatores que estariam por trás disso incluem não apenas a percepção de que a economia melhorou, como também o possível cenário de manutenção do emprego, crescimento de renda, e acréscimos sobre o faturamento do comércio, em decorrência do pagamento da quarta parcela do auxílio emergencial.

“O indicador aponta para um segundo semestre mais positivo, com vendas impulsionadas por datas comemorativas, que têm tudo para acontecer acima do ano passado. Além disso, há uma nítida sensação de que as condições atuais da economia evoluíram até o momento, colocando o olhar dos comerciantes sobre a crise no espelho retrovisor”, analispu o economista responsável pela pesquisa do Icec, Antonio Everton, Antonio Everton, em texto distribuído pela assessoria de imprensa da CNC. 

No mesmo texto, o presidente da entidade, José Roberto Tadros, reforça que a proporção de pessoas vacinadas em todo o Brasil está diretamente ligada à resposta positiva registada pelo setor, ainda muito dependente das vendas presenciais. “Mesmo com alta digitalização do comércio e adoção de serviços de delivery, seja em shopping centers ou em lojas de rua, é um segmento que tende a acompanhar essa movimentação física das pessoas”, finalizou. 

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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