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Concessionárias do Amazonas sofrem por falta de veículos novos

A  suspensão nas atividades das montadoras de veículos Volkswagen e GM (General Motors), e a redução nos turnos de produção da Hyundai, devido à falta de insumos no mercado, traz impacto direto para as concessionárias no Amazonas. A dificuldade de fornecimento de veículos ao estado já causa desabastecimento dos produtos nos pátios. 

A falta de insumos ou a elevação de preços dos mesmos vem pressionando toda a cadeia produtiva. O diretor do Grupo Rezende, que atua com veículos leves e pesados, Ruiter Rezende, afirma já estar sofrendo este desabastecimento em diversas marcas. “Se você visitar as concessionárias vai verificar que não tem à disposição dos consumidores diversos produtos. Os pátios já estão vazios”. Várias marcas de veículos tiveram as suas produções paralisadas por falta de peças. A oferta tem ficado cada vez mais restrita”, conta Rezende.

É o que reforça o presidente do Sincodiv-AM ( Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Estado do Amazonas), João dos Santos Braga Neto. Quem tem pressa em adquirir um veículo espera por meses. “A previsão para o recebimento do automóvel é somente no mês de setembro deste ano”. As montadoras estão produzindo somente 30% do volume fabricado em período de normalidade.

Além de esperar 150 dias para a chegada do veículo, ainda tem o aumento no custo de até 20%.  De acordo com o representante, as fabricantes informaram que a previsão é que em agosto a produção normalize. Muito embora o mercado esteja aquecido, não há oferta. “Se as lojas já não conseguem atender, com a paralisação das fabricantes e redução de turnos, agrava a situação ainda mais”. 

Outro entrave apontado pelo  presidente, é que o Amazonas ainda sofre devido a localização geográfica. Ele detalha que após o faturamento, o veículo demora até 30 dias para chegar até Manaus. Existe uma desvantagem em relação a distância comparado a outros estados. “Enquanto a aquisição de motocicletas ocorre com mais facilidade porque as fabricantes estão concentradas na cidade”.

Segundo Ruiter Rezende, os veículos têm recebido cada vez mais componentes eletrônicos e a expansão do  5G e o preço dos materiais nobres têm dificultado a produção além de elevar os preços de componentes. “O próprio Distrito Industrial fornece alguns produtos para as diversas montadoras do país e estão tendo dificuldade na compra de componentes para a fabricação”, revela. 

Posicionamento

Mesmo em meio à crise global de componentes que obriga fabricantes a interromperem a produção, elas devem manter o fornecimento. A General Motors responsável pela Chevrolet  informou que a cadeia de suprimentos da indústria automotiva na América do Sul tem sido impactada pelas paradas de produção durante a pandemia e pela recuperação do mercado mais rápida que o esperado. Isso está afetando de forma temporária nosso cronograma de produção no Brasil. Estamos trabalhando com nossos fornecedores para mitigar esse impacto e retomar a produção o mais rápido possível.

A Volkswagen não descartou a possibilidade de interrupção nas operações da única unidade que permanece com as montagens ativas, em Taubaté (SP). E não descarta um possível desabastecimento geral. Mas reitera que a distribuição de veículos para todas as regiões do Brasil se mantém normalizada. “Uma escassez significativa de capacidades de semicondutores está levando a vários gargalos de fornecimento em muitas indústrias globalmente (telecomunicação, computação, eletroeletrônicos e smartphones). Isso também gerou problemas no abastecimento da indústria automotiva ao redor do mundo desde a virada do ano. O resultado são adaptações em toda a indústria na produção de automóveis, o que também afeta as marcas do Grupo Volkswagen”, diz parte da nota. 

A montadora suspendeu desde a segunda-feira (20), por dez dias, as operações nas unidades instaladas em São Bernardo do Campo e São Carlos, em São Paulo, e em São José dos Pinhais, no Paraná.

A fabricante reitera que nos últimos meses, o time da Volkswagen do Brasil tem trabalhado intensamente, em parceria com a matriz e fornecedores, para minimizar os efeitos da escassez de semicondutores para a produção em suas fábricas no Brasil. Entretanto, o cenário atual não demonstra o encaminhamento para uma solução definitiva visando a normalização do fornecimento de chips. Ao contrário, há sérios riscos de agravamento dessa situação nas próximas semanas.

Com base nisso, a Volkswagen do Brasil comunica a paralisação das operações de suas áreas produtivas nas fábricas de São Bernardo do Campo e São Carlos, no Estado de São Paulo, e de São José dos Pinhais, no Estado do Paraná, a partir de 21 de junho, pelo período de dez dias.

“Novas paralisações não estão descartadas futuramente caso o cenário global de fornecimento de semicondutores permaneça crítico, impactando diretamente as atividades de produção da empresa no Brasil”, finaliza o texto.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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