Com um crescimento de 2,3%, a estimativa da safra de grãos para o período 2007/2008, divulgada ontem, apresenta-se como a maior da história. O terceiro levantamento da produção brasileira, divulgado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), vinculada ao Mapa (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento) e o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estima uma colheita de 134,8 milhões de toneladas, considerando a safra anterior, 131,8 milhões toneladas.
Este é o primeiro resultado de previsão de safra agrícola unificado anunciado, conjuntamente, pela Conab e IBGE, que passaram a trabalhar em conjunto nas pesquisas do setor.
De acordo com o diretor de Logística da Conab, Sílvio Porto, comparando o número atual com o levantamento do mês passado, é verificada uma redução de 0,6%, (772,6 mil toneladas) na produção. “Ainda assim, o quadro se mantém positivo, estimulado, principalmente, pela expansão da área de plantio e incentivado pelos preços remuneradores do mercado. Essa confirmação, entretanto, depende do comportamento do clima nos próximos meses”.
Mesmo com uma redução de 0,5% em relação à safra passada, a soja mantém a liderança entre os grãos, com 58,1 milhões toneladas. Outra cultura que se destaca é a do milho primeira safra, que deve ficar em 37,3 milhões toneladas, ou 2% superior.
Desempenho do algodão
O caroço de algodão alcançou desempenho satisfatório, com 2,5 milhões toneladas –acréscimo de 3,9%.
O motivo está nas baixas precipitações pluviométricas, seguidas de estiagens prolongadas e baixas temperaturas nos Estados produtores, no período da época do plantio (agosto e setembro).
A plantação deve ocupar uma área de 46,5 milhões de hectares –aumento de 0,6%. O maior crescimento apresentado foi na lavoura de soja, de 1,3% (de 20,7 para 20,9 milhões hectares). Essa realidade reflete o retorno do plantio da oleaginosa em áreas que deixaram de ser cultivadas na safra 2006/07. Há também expansão de 1,9% nas lavouras de milho primeira safra (de 9,5 para 9,7 milhões hectares) e de 3,4% no algodão (de 1,10 para 1,33 milhão hectares).