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Compras por impulso pesam no orçamento

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Falta de planejamento e sensação de bons negócios fechados potencializam riscos

Agir por impulso e sem planejamento na hora das compras tem sido a causa de ‘rombos’ no orçamento. E diferente do que muitos pensam, essas compras não são de produtos da moda ou de luxo. Uma pesquisa do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) mostra que 33,2% das compras feitas por impulso e sem planejamento acontecem no supermercado. No ranking da compulsão, os supermercados são seguidos pelas compras de roupas (19,2%) e de eletrônicos (13,2%).

Promoções e o consumo impulsivo
As compras por impulso são as maiores vilãs do consumidor brasileiro que é bombardeado por campanhas massivas de marketing, conta o educador financeiro da DSOP (organização dedicada à disseminação da educação financeira no Brasil e no mundo), Sílvio Bianchi. “O desafio maior é tentar fugir do que chamamos de ‘seguir a manada’: se todos compram, deve ser bom. Assim muita gente acaba seguindo padrões de consumo que não são próprios, fazendo isso para se sentir parte do grupo”, comenta.
Ainda de acordo com a pesquisa oito em cada dez consumidores admitem que as promoções os levaram a realizar compras por impulso. Uma vítima constante do marketing e da diversificação atual dos supermercados, a microempresária Daniela Araújo considera as idas aos supermercados um fardo pesado. “Muitas vezes vou acompanhada de minha filha, o que me faz levar coisas a mais, quase sempre ‘besteiras’ como doces e coisa que não usaremos mais de uma vez. E com os supermercados virando lojas de departamento, as tentações são ainda maiores”, disse.
A sensação de se estar fazendo um bom negócio ao se comprar em promoções, também é um dos fatores que potencializam os riscos de compras por impulso. “As promoções são atraentes e ficamos tentadas a levar mais e na maioria das vezes só em casa percebemos que o preço não tinha nada de promocional. O ‘3 por 1’ no final, tem o mesmo peso de um só no tamanho grande e que é bem mais barato”, afirma Daniela.
Fazer a si mesmo uma série de perguntas como “Eu realmente preciso disso?” ou “Isso vai continuar sendo útil para mim daqui a alguns anos?”, é um hábito pouco usual para alguns consumidores. “O consumidor deve se perguntar se está mesmo precisando do que vai comprar, saber o quanto se ganha e o quanto se pode gastar. Se você não tem respostas para essas perguntas, você vai ser alvo fácil do marketing agressivo. É preciso decidir o que se quer e nunca se questionar sobre isso, é perigoso”, resume Bianchi.

Calor e feriado
Com o feriado da independência se aproximando -Sete de setembro cai em uma segunda-feira -e o calor que afeta a cidade, a tendência é de se gastar mais com bebida e comida e os supermercados estarão prontos a receber estes consumidores sedentos. O educador financeiro alerta para os riscos do consumo exagerado e compras impensadas. “É preciso pensar se vale a pena comemorar o feriado em um bar, balneário ou em casa? Tal produto é necessário? Andar de táxi é vantajoso? Estas serão pequenas despesas que se acumularão”, disse Bianchi.

Influências
Segundo a pesquisa, 55,4% dos consumidores afirmaram que também se deixam levar pelo que outras pessoas da família pensam sobre a compra. As propagandas e as redes sociais também são fortes influenciadores do consumo por impulso (49,3% e 38,2%, respectivamente), disse a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. “A comunicação e a publicidade mantêm os consumidores informados e os motivam a adquirir produtos que antes não tinham interesse de comprar”, conclui. Outros 30% afirmaram que as vitrines também influenciam, motivando a entrarem em lojas que não tinham planejado antes.

Artur Mamede
[email protected]

POR DENTRO

Metodologia da pesquisa

Em maio de 2015 foram ouvidas 605 pessoas com idade igual ou superior a 18 anos, de ambos os sexos e pertencentes de todas as classes sociais, nas 27 capitais. A margem de erro é de 4,0 pontos percentuais com margem de confiança de 95%.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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