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Compras coletivas podem ser uma opção

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Pequenos negócios podem aumentar sua produção com despesa menor

Especialistas apontam formas possíveis de elevar a produtividade ou aumentar o tamanho das empresas, sem aumentar muito os custos, em um momento de crise.
Uma dica para os pequenos e médios negócios é estabelecer parcerias com outras empresas para adquirir matérias-primas ou até mesmo para distribuir seus produtos. “Quando as empresas não são tão grandes, compras coletivas e consórcios aumentam bastante o poder de barganha com os fornecedores. Essa é uma alternativa possível para elevar a produção ou atividade, evitando aumentar muitos os custos”, afirma Milena Dalacorte, gerente de Apoio a Empreendedores da Endeavor.
A especialista diz que nem todas empresas têm um modelo de negócios escalável. Mas, para as que possuem esse perfil e que já ganharam mercado, uma das melhores formas de crescer é por meio das franquias. Nesse modelo, os custos de investimentos são menores do que aumentar a estrutura física de uma empresa, por exemplo. “A Beleza Natural, linha de salão de beleza, depois de muitos anos divulgando os seus produtos, começou a dar muito certo e a demanda pelos seus serviços começou a crescer muito. A forma mais fácil que as fundadoras encontraram para atender toda a demanda, portanto, foi expandir por meio de franquias. […] Uma das vantagens desse modelo é que o custo da instalação fica por conta do franqueado”, comenta Dalacorte.
“As gestoras estabeleceram um modelo muito bem definido e que fosse replicável para poder expandir. O funcionamento do salão se assemelha às linhas de produção das indústrias”, acrescenta a especialista.

Buscar tecnologia
O presidente da Templum Consultoria, Igor Grativol Furniel, diz que investimentos em tecnologia também proporcionam crescimento em escala, mesmo com o grande aporte inicial necessário.
“No caso da nossa consultoria, desenvolvemos uma plataforma [online] para prestar serviços de consultoria à distância. Através dela, conseguimos aumentar a produtividade do serviço e ganhar escala. Antes disso, cada consultor tinha capacidade de atender entre 5 e 7 empresas”, relata o presidente da Templum.
“É claro que toda a tecnologia implica em algum custo de manutenção, só que este não sobe na mesma proporção que sobe o faturamento. Se eu tenho uma cartela de clientes de 600 empresas que se eleva para 1.000, terei algum custo com mão de obra, mas a grande maioria das despesas com outros serviços já estarão diluídos”, completa o especialista.
Igor Furniel comenta que, em períodos de dificuldades econômicas, é muito comum que os empresários deixem de fazer investimentos importantes em melhoria de qualidade de produtos ou serviços, postura que considera equivocada.
“O consumo, apesar de estar menor, continua existindo. Como as pessoas estão com mais dificuldades financeiras, a tendência é que elas fiquem mais exigentes, já que o dinheiro está sendo suado. Portanto, o empresário mais inteligente vai melhorar o seu atendimento, prestação de serviços ou produtos”, sugere Igor Furniel.
Uma das formas que a Templum encontrou para tornar mais acessível os seus serviços de consultoria foi oferecer aos clientes a possibilidade de pagamento com o Cartão BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
“O empresário precisa aprender a procurar outras alternativas para investir. Da nossa parte, prestamos consultoria de certificação de qualidade, que pode ser paga com o cartão BNDES em parcelas pequenas, de 48 vezes. […] Sabemos que muitas empresas estão sofrendo com fluxo de caixa, portanto, oferecer essa possibilidade é necessário”, ressalta o presidente da Templum Consultoria.

Variar clientes
A gerente de Apoio a Empreendedores da Endeavor indica outras formas de crescer em escala. Ela cita o exemplo da Dauper Biscoiteria que atende uma cartela variada de clientes, de pequenas a grandes empresas.
“Para as indústrias, é sempre importante evitar a concentração em grandes clientes, pois quanto maior a dependência, maior o impacto em momentos de crise. Assim, faz sentido pensar em como diluir seus custos com muitos clientes pequenos, ao invés de depender de poucos grandes”, aconselha Dalacorte.
A especialista conta que a Dauper construiu a sua planta já pensando nas diferentes demandas das empresas. “A Dauper projetou a sua fábrica levando em conta às várias necessidades das companhias. Essa também é uma forma de ganhar escalabilidade: adotar modelos de produção capazes de se adaptarem a diferentes necessidades”, afirma.
“Outras maneiras de ganhar escala são questionar-se sobre como melhorar o uso de máquinas e equipamentos, aprimorar o rendimento por unidade de trabalho e aumentar a produtividade dos funcionários, podem ser bons caminhos para se pensar numa redução de custos e aumento de desempenho. Isso porque, ao fazer essa análise, possivelmente se identificará tempo e recurso gasto com retrabalho, ociosidade e sobreposição de funções, ou seja, indicadores de alto custo”, acrescenta Dalacorte.

Custos de aquisição
Além disso, a Endeavor diz que outra estratégia é reduzir custos de aquisição e de transporte de insumos, pois aumentando a quantidade comprada e diminuindo a frequência das aquisições, o empreendedor pode minimizar as suas despesas.
“É sempre bom pontuar que ter um negócio escalável também implica em descentralização da gestão por parte do empreendedor. É muito importante que ele reflita se está disposto a trocar o foco na execução para assumir um papel mais estratégico de gestão, dedicando-se, sobretudo, para o desenvolvimento do time e criação de cultura. A partir dessa análise, fica mais fácil identificar se a escalabilidade é o caminho ideal para o crescimento da sua empresa”, orienta.
O presidente da Templum comenta que o setor de tecnologia concentra diversos exemplos de crescimento em escala. “A maioria dos aplicativos e softwares são baseados em economia de escala. Há um grande investimento inicial, mas depois que ficam prontos, alcançam um grande número de clientes, sem que os seus custos cresçam na mesma proporção”, finaliza o Igor Furniel.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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