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Compra do ABN cria 3º maior banco brasileiro

A compra do ABN Amro pelo consórcio formado pelo espa­nhol Santander vai provocar uma reviravolta no ranking do setor bancário brasileiro. O primeiro a ser incomodado pela maior negociação do mundo nessa área financeira é a instituição da família Setúbal. O Itaú, hoje segundo maior banco privado do país, será desbancado pela nova instituição formada por Santander e ABN Amro Real, que também ficará no calcanhar do Bradesco, maior privado brasileiro.

Segundo levantamento da agência de classificação de risco, Austin Rating, com a aquisição, o Santander passará a contar com ativos da ordem de R$ 277 bilhões, valor superior aos R$ 255 bilhões do Itaú e menor que os R$ 290 bilhões do Bradesco. Com números tão próximos as três instituições devem travar uma briga acirrada por fatias do mercado nacional, o que pode beneficiar os clientes. “A ope­ração vai forçar os outros bancos a adotarem estratégias mais agressivas de crescimento”, avaliou o analista da Lopes Filho, João Augusto Salles.

Na opinião dele, a saída será comprar outras instituições. “Há até boatos no mercado de que os dois maiores rivais do País, Bradesco e Itaú, estariam se associando para tentar fazer uma proposta pelo Unibanco, sempre um alvo de compra”, afirmou o analista, destacando que todo banco é “vendável”. “Depende da proposta.” O presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues, tem opinião semelhante. Ele acredita que os bancos médios estarão na mira dos gigantes do setor a partir de agora. “Essa mudança no ranking mexe no ego das instituições. Elas ficarão mais atentas a aquisições.”

Outro efeito da compra do ABN será o aumento de concentração do setor bancário brasileiro. Levantamento da Austin Rating mostra que as cinco maiores instituições do país (Banco do Brasil, Bradesco, Santander + ABN, Itaú e Caixa) passarão a deter 66% dos ativos totais dos bancos no país ante 60,5%, no desenho anterior. Em relação aos volume de depósitos, a concentração subirá de 65,8% para 70%. Já no total de crédito, subirá de 61 5% para 66,9%.

Mas o levantamento mostrou que, apesar de ocupar o segundo lugar entre os bancos privados, o Santander ficará atrás de Bradesco e Itaú no volume de crédito. Nada que um esforço de vendas não possa mudar a situação. O total de crédito do Itaú somou R$ 95,5 bilhões em junho ante R$ 94 bilhões da fusão de Santander e ABN. A carteira de crédito do Bradesco é da ordem de R$ 108 bilhões.

A segunda colocação do Santander (um banco estran­geiro) no ranking de ativos é um fato inédito no setor bancário brasileiro Segundo Rodrigues, a compra do ABN vai complementar os negócios do banco espanhol no Brasil, onde detém maior participação no eixo Rio-São Paulo. Com o ABN, ele passará a ter maior representatividade no país inteiro, o que significa maior escala e maiores lucros.

Para os funcionários dos dois bancos, no entanto, o fechamento do negócio pode significar a perda de empregos. De acordo com fontes do setor, o Santander já prepara nos bastidores um PDV (Programa de Demissão Voluntária), que pode atingir entre 2.000 e 4.000 pessoas no Brasil. Esse programa começaria com funcionários em fase de aposentadoria, mas deve se estender aos demais empregados.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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