A definição de líder é alguém que tem seguidores, que exerce influência sobre o comportamento e pensamento de outras pessoas. A liderança, portanto, é uma conquista de confiança.
Peter Drucker, em "Executive Summary: A Conversation with Peter Drucker on Leadership and Organizational Development" reflete sobre o assunto, fazendo a seguinte indagação: Liderança com que propósito?
Liderança, diz ele, significa garantir que as coisas certas são feitas. "Não há dois líderes iguais. Alguns são muito gregários, alguns são muito distantes, alguns são sedutores e outros parecem um carapau morto. Alguns são comunicadores e alguns elogiam, ao passo que outros nunca fazem elogios. Todos têm duas coisas em comum: asseguram-se de que as coisas são feitas e podemos confiar neles".
É recorrente a afirmação segundo a qual o líder exerce papel fundamental nas organizações para qualquer ação: da ideia ao projeto, da inovação à estratégia, da adoção das melhores práticas de gestão à implementação dos processos… Tudo envolve a arte da liderança e do reconhecimento de propósitos dentro de uma organização.
Qual, então, a peculiaridade da relação entre Compliance e liderança? O que define a conexão e interdependência entre os dois fatores?É simples. Não há líder sem exemplo, não há liderança sem ética!
A pergunta encontra resposta também se entendermos que a liderança é fundamentalmente o exercício de poder. E o poder é o recurso necessário (ainda que não suficiente) para a implementação de inovações, de estratégias ou acreditação, por exemplo. Daí a importância do líder, que detém algum grau de conhecimento e poder, compreensão técnica para o devido esclarecimento das fases e etapas do processo e poder para tomar a decisão de determinar e cumprir.
No caso do Compliance, a forma "como" se exerce tal poder, estrutura o potencial de correção ética ou de corrupção das organizações.Um servidor público, ou colaborador, pode cometer uma fraude e causar imensos prejuízos morais, éticos, financeiros e mercadológicos. Mas o líder, governante e CEO instituem sistemas de condutas e, se corruptos, liquidam o campo ético, promovem o caos moral e desmoralizam a organização. Soterram princípios basilares do Compliance, a integridade e reputação, catapultando de vez as chances de credibilidade e sobrevivência organizacional.
Ao líder cabe estar à frente das decisões envolvendo Compliance, que vão desde a definição das regras para monitorar e assegurar que as normas legais estão sendo cumpridas, até a implantação de mecanismos que evitem qualquer inconformidade.
Ao líder cabe o exemplo! O poder exercido dissociado da ética e sem regras, a busca de interesses pessoais em detrimento dos coletivos sinalizam tirania e corrupção.
Os dilemas morais são praticamente o pano de fundo das organizações. É necessário, portanto, um enfrentamento normativo e cultural, que salvaguarde governo, instituições e empresas…
Presidente tem que ser exemplo. Governador tem que ser exemplo. Prefeito tem que ser exemplo.Dono de empresa tem que ser exemplo.É o inexorável: espírito público e condutas firmes têm que vir de cima."Ton of the top" é o termo em inglês para expressar que o exemplo vem do topo!