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Comitê ZFM Covid-19 – não o fim, mas o início

Comitê ZFM Covid-19 – não o fim, mas o início

Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar. (Eduardo Galeano)

Luíz Augusto Barreto Rocha (*)

Quem teve o privilégio de acompanhar o Comitê ZFM Covid-19 no período de 22/03/2020 a 24/08/2020 pode dar seu testemunho: foram vinte reuniões com personalidades amazonenses e brasileiras, todos de forma voluntária e cidadã. Vimos e ouvimos os sotaques do Nordeste dos doutores Everardo Maciel e Heleno Torres, do Sul do Dr. Humberto Ávila, do Sudeste do Dr. Marco Aurélio Greco e Marcio Holland, ou nossas vozes manauaras e globais, como Denis Benchimol Minev.

Empresários e Executivos da Indústria poderiam ter ficado isolados, mas optaram pela formação do Comitê ZFM-Covid-19 e criaram uma operação de resistência e de superação. De uma ideia de atender às sequelas da pandemia, sobretudo no que diz respeito ao sofrimento das pessoas e a perda de vidas, se expandiu para além, com um voluntariado amplo, apoiado pela sociedade.

Revendo os registros, é gratificante identificar a multidão de aliados que foram mobilizados. Presidentes de entidades empresariais nacionais e regionais, médicos, gestores do setor público, da iniciativa privada, da saúde, da economia, do planejamento, juristas, parlamentares da valorosa bancada Amazônica, presidentes de empresas, executivos, empresários, acadêmicos. Nomes de reputação nacional e internacional, um grande e generoso time, atento e aliado nas bandeiras da solidariedade. Descobrimos que podemos muito mais do que imaginávamos.

A Descoberta do Voluntariado

O Grupo de Ação Social Integrada, que coordenou o atendimento das demandas do setor público estadual e regional de EPIs, onde para os heróis da saúde na linha de frente do combate à COVID-19, foram fabricados e doados em torno de 1 milhão de itens. A iniciativa trouxe à tona a descoberta do Voluntariado por presidentes, diretores de empresas, gerentes, supervisores, empregados em geral, que se fizeram voluntários diante da necessidade social. Ressaltamos que até aqui foram distribuídas mais de 240 toneladas de alimentos para entidades que atendem pessoas com alta vulnerabilidade.

Vigésima e última Conferência do Comitê Indústria ZFM Covid-19

Chegamos ao dia 24/08/2020 com a presença do General Hamilton Mourão, vice-presidente da República e presidente do “Conselho da Amazônia”, que, na conferência realizada, representou o governo do Brasil. Este encontro foi preparado cuidadosamente, alicerçado por um estudo técnico concluído em tempo e enviado previamente ao General Mourão e outras lideranças nacionais. Um trabalho que debate a nossa economia e a sua diversificação: “DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA AMAZÔNIA – DIVERSIFICAÇÃO PRODUTIVA E PROMOÇÃO DA BIOECONOMIA A PARTIR DA ZONA FRANCA DE MANAUS”, consolidando as propostas realizadas pelo Grupo de Trabalho “GT-Pós Pandemia Amazonas”.

Este estudo, realizado em tempo recorde, apontou as prioridades e fontes de recursos de um projeto de desenvolvimento sustentável da Amazônia, onde propôs “a Bioeconomia como meio de diversificação produtiva do estado e isto pode ser um grande motor de desenvolvimento regional. Essa diversificação pressupõe a manutenção dos investimentos atuais no PIM. A ZFM é geradora de 500 mil empregos diretos, indiretos e induzidos.”

Assim, lutaremos para assumir o protagonismo nas discussões sobre a Amazônia, hoje pauta de banqueiros e de outros atores que serão muito bem recebidos quando verdadeiramente quiserem estar na Amazônia. Nesta última Conferência, marcaremos a transição para um novo formato, onde a Coalização ou a Convergência Amazônicas possam substituir o atual modelo, sem renunciarmos aos frutos já colhidos.

Aliados da ZFM

Em outras épocas, atrair para Manaus em Conferências tão importantes quanto as que foram realizadas o número amplo de celebridades que aqui estiveram virtualmente, significaria um investimento milionário. Ao contrário, todos realizaram este trabalho sem custos e, ao terem conhecimento deste fórum cidadão, passaram a comungar da mesma impressão do que fazemos neste programa de acertos chamado Zona Franca de Manaus. Os portais de notícias e das entidades trazem em seu acervo os frutos, encaminhamentos e providências que sobraram destes 20 encontros. Impensável tudo isso há bem pouco tempo. Após cada debate, com a palavra franqueada, foram dadas 90 sugestões pela sociedade, das quais 69 foram transformadas em resultados efetivos, decididos semanalmente pelos presidentes das entidades CIEAM, FIEAM, ELETROS e ABRACICLO. 

Amazônia, um convite ao Brasil

Desta forma, demos um passo definitivo na reestruturação da nossa interlocução Amazônica com o restante do Brasil. É imperativo da realidade global, precisamos alinhar a narrativa e falar em negócios e oportunidades sustentáveis. Temos o dever de prestar contas ao país de nossa contrapartida fiscal e o direito de ser respeitado pelo volume de benefícios gerados com apenas 8% dos benefícios fiscais que o Brasil distribui. Não somos causa, somos possibilidade de acertos para recuperação econômica do país.

Não há registros na história da República de um percentual tão discreto de contrapartida fiscal com tantos benefícios reais e virtualmente realizáveis como o Programa Zona Franca de Manaus. Ao convidar o General Hamilton Mourão para encerramento das conferências do Comitê Indústria ZFM Covid-19, de debates e encaminhamento dos dilemas, ameaças, paradoxos e conquistas do programa ZFM, temos uma notícia boa a dar e um convite a fazer. A boa notícia é que temos um projeto de desenvolvimento que interessa infinitamente ao Brasil, e o convite é para nosso Brasil conhecer verdadeiramente a Amazônia.

Agradecimentos

São centenas a agradecer, não citarei nomes pela absoluta falta de espaço e principalmente pela enorme dificuldade de fazer escolhas. Afinal, transfiro o ônus aos leitores, quem mais contribuiu? O presidente de entidade empresarial nacional que virou coordenador mor de reuniões e buscador de voluntários? Ou o diretor de multinacional global que virou instrutor de plataforma de comunicação virtual? Ou a empresária da área gráfica que em poucas horas repaginou, sugeriu e imprimiu um trabalho que normalmente demoraria semanas? Ou a assessora de imprensa que virou designer? Ou o diretor de empresas e o presidente de entidade que juntos viraram carregadores braçais de cestas básicas? Ou o assessor parlamentar que virou redator de pautas e atas? Ou… Pois é, citar nomes é dispensável, nosso maior reconhecimento está dentro de cada um de nós. Muito obrigado a todos. Em frente!

(*) Luiz Augusto Barreto Rocha é advogado, empresário, presidente do Conselho Superior do Centro da Indústria do Estado do Amazonas  e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas.

*Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. [email protected]

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