Pesquisar
Close this search box.

Comitê da Câmara dos EUA eleva tarifas para China

O Comitê de Meios e Recursos da Câmara dos Representantes dos EUA aprovou um projeto de lei que impõe tarifas punitivas sobre importações da China e de outros países com moedas consideradas artificialmente subvalorizadas.
O projeto foi aprovado por voto oral. Com isso, uma votação sobre o tema pode ocorrer no plenário da Câmara a partir da semana que vem.
Embora ainda não esteja claro se o Senado vai discutir um projeto similar antes da próxima reunião do G-20, em novembro, a aprovação do projeto na Câmara daria à administração do presidente Barack Obama poder de negociação para pressionar a China por uma apreciação mais rápida do yuan no encontro.
Legisladores e autoridades do governo dos EUA têm demonstrado cada vez mais insatisfação com a política de câmbio de Pequim, que, segundo economistas, mantém a moeda do país subvalorizada entre 20% a 40% em relação ao dólar e contribui para o deficit comercial norte-americano, de mais de US$ 40 bilhões por mês.
O nervosismo tem sido exacerbado pela lenta recuperação da economia dos EUA, com o nível de desemprego perto de 10% e a aproximação das eleições parlamentares no país.
“A política cambial mercantilista da China cria um obstáculo para o crescimento econômico dos EUA e a criação de empregos, além de ser uma enorme distorção nos mercados internacionais”, disse o presidente do comitê, o democrata Sander Levin. O projeto foi aprovado após o líder republicano no comitê, Dave Camp, anunciar seu apoio. Ele afirmou que mudou seu voto após as mudanças que Levin fez no projeto, tornando-o menos vulnerável a ser questionado pela OMC (Organização Mundial do Comércio). O republicano disse que ainda tem algumas dúvidas sobre o projeto, mas acredita que ele não resulta “em uma violação automática das normas da OMC”. Especificamente, o projeto permite a adoção de taxas de compensação para qualquer setor dos EUA que possa comprovar um “prejuízo significativo” em virtude das importações de países com moedas subvalorizadas. Apesar da presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, já ter apoiado o envio do projeto para o plenário da Casa nos próximos dias, assessores afirmam que o Senado não deve tratar do assunto este ano. Em junho, a China anunciou que ampliaria os esforços para flexibilização da taxa de câmbio.
Mas, como os ajustes desde então foram pequenos, os legisladores norte-americanos afirmam que medidas unilaterais são a única forma de pressionar Pequim. A China, por outro lado, afirma que sua política cambial não é a principal culpada pelos problemas no setor manufatureiro e no deficit comercial dos EUA. Embora a administração Obama tenha elevado recentemente o tom do discurso contra a postura da China em relação ao yuan, autoridades do Departamento do Tesouro dizem temer que medidas punitivas apenas aumentem a tensão entre os dois países.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar