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Comércio volta a crescer no Amazonas entre julho e agosto

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Após a queda do mês anterior, o comércio varejista do Amazonas retomou a trajetória de alta em agosto e aumentou o volume de vendas em patamares acima da média nacional. Mas o desempenho da receita nominal e de segmentos dependentes de crédito, como veículos e material de construção, foi comparativamente mais fraco. A conclusão vem da análise dos dados da pesquisa mensal do IBGE, divulgada nesta quinta (10). 

O volume de vendas do varejo amazonense subiu 0,2% entre julho e agosto, número bem melhor do que o do levantamento anterior (-2,9%). Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve elevação de 12,2%. O setor também fechou no azul nos acumulados do ano (+6%) e dos 12 meses encerrados em julho (+4,6%). 

O incremento de 0,2% do volume de vendas na comparação com julho colocou o Estado no 14º lugar entre as 27 unidades da federação pesquisadas mensalmente pelo IBGE e acima da média nacional (+0,1%). As maiores altas ocorreram em Piauí (+11,9%), Amapá (+4,3%) e Maranhão (+3,9%), enquanto as quedas mais significativas se situaram emo Rio Grande do Sul (-7,6%), Rio de Janeiro (-2,3%) e Roraima (-2,1%). 

Já o crescimento de 6% no acumulado de 2019, levou o setor varejista do Amazonas a alcançar a quarta posição do país, com um número bem acima do registrado pela média brasileira do varejo (1,2%). As maiores taxas de expansão ocorreram em Amapá (+12,3%), Santa Catarina (+7,8%), e Acre (+7,4%), ao passo que as maiores baixas ficaram em Piauí (-9,1%), Paraíba (-6%) e Alagoas (-3%).

Em termos de receita nominal – que não considera a inflação do período –, o desempenho seguiu em sentido inverso. Houve retração de 0,2% em relação a julho, repetindo a trajetória do mês anterior (-3,5%). Na comparação com agosto de 2018, contudo, o varejo do Amazonas avançou 13,8%. O saldo foi positivo também para os acumulados do ano (+8,1%) e dos últimos 12 meses (+6,6%).

Assim como ocorrido no volume de vendas, a variação da receita nominal entre julho e agosto levou o varejo do Amazonas a ocupar uma posição intermediária no país (16ª), embora tenha empatado com a média nacional (-0,2%). As maiores elevações ocorreram em Piauí (+12,7%), Amapá (+3,8%) e Maranhão (+3,4%). As maiores foram registradas no Rio Grande do Sul (-8,6%), Rondônia (-2,4%) e Roraima (-1,8%).

A variação da receita nominal no acumulado do ano colocou o Amazonas (+8,1%) na sexta posição do ranking do IBGE e bem acima da média nacional (+4,8%). Os melhores resultados vieram do Amapá (+15,6%), Santa Catarina (+11,3%) e Tocantins (+9,6%). Os piores ficaram no Piauí (-5,7%), Paraíba (-2%) e Alagoas (+0,8%).

Veículos e construção

O varejo ampliado – que inclui veículos e suas partes e peças, bem como material de construção – voltou a ter resultado descolado do restante do varejo amazonense. O volume de vendas recuou 0,9% em agosto frente julho. Em relação ao mesmo mês de 2018, entretanto, houve aumento de 5,2%. Os acumulados do ano (+5,5%) e de 12 meses (+5,9%) também seguiram no azul.

A receita nominal do varejo ampliado também caiu (-0,8%) em relação a julho de 2019 e avançou (+7,7%) no confronto com agosto de 2018. Nos acumulados do ano e dos 12 meses, avançou 8,4%. O varejo amazonense só para o nacional na variação mensal, tanto nas vendas (0%), quanto na receita nominal (+0,3%).

“O desempenho do comércio local nos últimos meses tem sido bem satisfatório. O reflexo está justamente no acumulado do ano. Assim, podemos dizer que o crescimento de 2019 está sendo bem superior ao de 2018. Mas, ainda temo quatro meses para que o ano termine”, avaliou o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques.

Endividamento e negativação

Para o presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Ataliba David Antônio Filho, as vendas de bens não duráveis e semiduráveis, a exemplo de alimentos e vestuário seguiram acima da média, acompanhando a gradual recuperação da economia brasileira. Segmentos de produtos duráveis ainda encontram dificuldades, conforme o dirigente, em razão dos elevados níveis de endividamento e negativação no Amazonas.

“O consumidor até quer comprar, mas está com muitas dívidas e, ao encontrar dificuldades no acesso ao crédito, desiste. De uma forma geral, tivemos um crescimento modesto, apesar da antecipação do 13º salário para a maioria dos segmentos. Acredito que as coisas tendem a melhorar, com a liberação do FGTS e a proximidade das festas de fim de ano”, ponderou Ataliba David.

“Percentual impossível”

Embora atribua o crescimento do setor à lenta melhora no mercado de trabalho e às inaugurações de lojas na capital, o presidente da CDL-Manaus (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus), Ralph Assayag, estranhou os números do IBGE para o varejo amazonense, em especial na comparação com agosto de 2019.

“Não acredito em crescimento de 12%. Pode ter ocorrido um resultado acima da média para um segmento ou outro. As vendas de veículos aumentaram 4% e as de supermercados subiram 3,10%, por exemplo. Os números de vendas do comércio têm sido positivos e crescentes ao longo do ano, mas esse percentual é muito alto e impossível de ser atingido”, arrematou Ralph Assayag. 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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