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Comércio varejista de Roraima

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As vendas no comércio varejista de Roraima durante o mês de agosto registraram o pior desempenho do país, ao apresentar resultado negativo de 6,4%, em comparação ao mesmo período do ano passado. O volume comercial no Estado ficou bem abaixo da média de crescimento nacional, que marcou alta de 9,9% durante o referido mês, conforme pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada recentemente.

Das 27 unidades federativas do Brasil, apenas outros três Estados tiveram oscilação negativa, entre eles, Rondônia (-6,1%), Piauí (-3,5%) e Acre (-2,8). Na região Norte, o melhor desempenho no mês de agosto, ante o mês intervalo de tempo em 2006, ficou com Tocantins (8,7%), seguido pelo Amazonas (7,2%). O melhor resultado foi pontuado pelo Mato Grosso (17,2%).

Para o vice-presidente da CDL-BV (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Boa Vista), Josiel Vanderlei da Silva, o comércio varejista de Roraima passa pela pior crise dos últimos anos, o que explica, segundo ele, “os maus resultados da pesquisa”, disse.

Concorrência prejudica desempenho

Conforme o líder empresarial, o desempenho do setor no Estado vem sendo prejudicado pela concorrência com o mercado nas fronteiras e em Manaus. “Hoje, o consumidor local é atraído pelos benefícios das zonas de livre comércio mais próximas à capital. Como a economia do Estado é rotativa e depende muito do funcionalismo público, no fim do mês até perto do dia 10, quando saem os pagamentos e o contracheque, muita gente aproveita para comprar nas fronteiras, onde o preço dos itens é mais em conta”, disse Josiel da Silva

Preços baixos

De acordo com o vice-presidente da CDL-BV, os empresários locais estão sofrendo com as facilidades e preço baixo no porto livre de Santa Helena de Uairém, na Venezuela, na zona livre de Lethen, na Guiana, e a isenção fiscal da ZFM (Zona Franca de Manaus). “Com a queda da moeda venezuelana, por exemplo, o real fica valorizado e o consumidor local sai às compras naquele país”, justificou.
Na opinião de Josiel Vanderlei da Silva, as vendas em outubro podem fechar em baixa de até 30%, em relação ao mesmo mês do ano anterior. “No último dia 5 de outubro, no feriado da criação do Estado, estive em Santa Helena e percebi o quanto o comércio de lá é movimentado: as lojas estavam tão cheias que chegou um momento em que as portas eram fechadas para a entrada apenas de cinco em cinco pessoas”, comentou.

Para o empresário, a solução em termos de competitividade no mercado local seria a criação de uma área de livre comércio na capital. “Boa Vista está cercada por três grandes pólos comerciais e não há como competir. Faltam incentivos fiscais para o crescimento da economia local”, afirmou Silva.

Questão fundiária causa prejuízo ao setor

O presidente da Facirr/Acirr (Federação das Associações e Associação Comercial e Industrial de Roraima, respectivamente), Francisco Derval da Rocha Furtado concorda com o vice-presidente da CDL-BV quanto aos fatores que impedem o melhor desempenho comercial no Estado e acrescentou: “outro problema é o gargalo fundiário, pois não há repasse de terras da União para o Estado e com isso deixam de investir em outras alternativas de rendas para a população, que hoje depende principalmente do funcionalismo público”, comentou.

Conforme Derval Furtado, o Estado precisa viabilizar alternativas de investimento na economia local para que o comércio, entre outrossetores, possa gerar resultados positivos.

“Estamos esvaindo a nossa potencialidade, enquanto o governo dos países vizinhos criam condições para o desenvolvimento do mercado local”, afirmou o presidente da entidade.

Segundo dados da pesquisa do Sistema Acirr, 37,8% do consumidor roraimense abastecido compra no mercado fronteiriço ou busca o comércio de Manaus. “Se nós fecharmos o ano com desempenho estável, no comparativo com 2006, será um grande ganho”, ressaltou.

PesquisaIBGE

Em nível nacional, o varejo c

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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