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Comércio tem recorde de vendas em abril, aponta IBGE

O varejo do Amazonas desacelerou em abril, mas bateu recorde de vendas para o mês. Em sintonia com as novas rodadas de flexibilização e os preparativos para o Dia das Mães, o Estado alcançou um dos melhores  resultados para o comércio em todo o país e já repôs as perdas impostas pela segunda onda, no primeiro bimestre. O desempenho de segmentos dependentes de crédito, como veículos e material de construção, seguiu um pouco aquém, mas foi significativo para impulsionar a atividade. Os dados estão na pesquisa mensal do IBGE para o setor, divulgada nesta terça (8).

O comércio varejista amazonense avançou 7,4%, na variação mensal de abril de 2021, após as elevações sucessivas de fevereiro e março (+15,8% e +14,7%, na ordem). Foi o melhor resultado da série histórica para o mês, desde 2000. Em relação ao resultado de abril do ano passado – durante a primeira onda da pandemia e o primeiro fechamento geral e provisório de suas lojas –, o comércio local escalou 53,4% no volume de vendas. O acumulado do ano voltou ao campo positivo (+4,3%), sendo reforçado pelo aglutinado de 12 meses (+9%). O Estado bateu a média nacional (+1,8%, +23,8%, +4,5% e +3,6%) em quase todas as comparações.

A despeito do novo acréscimo no volume de vendas na variação mensal, o Estado caiu do primeiro para o oitavo lugar do ranking brasileiro. Distrito Federal (+19,6%), Rio Grande do Sul (+14,9%) e Amapá (+10,8%) tiveram os melhores números, enquanto Mato Grosso (-1,4%), Alagoas (-1,1%) e Sergipe (-10,1%) foram na direção contrária. No acumulado do ano, entretanto, o Estado subiu da 26ª para a 15ª posição, em uma lista liderada por Amapá (+22,8%), Piauí (+17,7%) e Rondônia (+17,3%), e encerrada por Tocantins (-9,8%), Distrito Federal e (-7%), Mato Grosso (-1,4%). 

A receita nominal do setor – que não considera a inflação do período – apresentou resultados melhores em todas as comparações. A expansão ante março foi de 6,7%, ficando abaixo da sondagem anterior (+13,1%). No confronto com abril de 2020, o varejo do Amazonas disparou 66,4%. O saldo do quadrimestre, neste cenário, reforçou o azul (+15,8%), assim como o acumulado dos 12 meses (+16,7%). As médias nacionais foram novamente todas positivas (+1,4%, +36,1%, +15,2% e +10,6%, respectivamente).

Veículos e construção

O IBGE não segmenta o desempenho do varejo no Amazonas. Na média nacional, sete das oito atividades pesquisadas, com a maior alta no subsetor de móveis e eletrodomésticos (+24,8%). Outras variações positivas vieram de tecidos, vestuário e calçados (+13,8%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (+10,2%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (+6,7%), livros, jornais, revistas e papelaria (+3,8%), combustíveis e lubrificantes (+3,4%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (+0,9%). A única retração se situou em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,7%).

Mas, sabe-se que o varejo ampliado amazonense – que inclui veículos e suas partes e peças, bem como material de construção – teve resultados abaixo da média do setor apenas na variação mensal. O volume de vendas expandiu 4,4%, no confronto com março de 2021, e decolou 74,6% sobre o mesmo mês do ano passado. A atividade subiu 8,2% no quadrimestre e 11,6%, em 12 meses. Em todo o país, o setor pontou +3,8%, +41%, +9,2% e +3,5%, respectivamente.

Já a receita nominal do varejo ampliado do Amazonas subiu 2,6%, na comparação de abril com março deste ano, além de escalar 88,1%, na variação anual. Os resultados do caixa em valores correntes avançaram 20,2% no acumulado dos quatro meses iniciais de 2021 e foram positivos em 19,2%, no aglutinados dos 12 meses. Na média brasileira (+3,8%, +54,1%, +20,7% e +10,8%), os números também foram positivos em todas as comparações. 

“Bons resultados”

Em sua análise para a reportagem do Jornal do Commercio, o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, salienta que, embora o varejo ampliado não tenha acompanhado o mesmo nível de crescimento da média do setor, seu desempenho não pode ser desconsiderado. O pesquisador salienta ainda que os dados da pesquisa e as notícias mais recentes permitem antever um cenário positivo para o varejo amazonense, no curto prazo.

“Abril se revelou como o mês que marcou a recuperação da atividade comercial, em todas as variáveis, no Amazonas. Assim, os indicadores se consolidaram de forma positiva. Com isso temos uma média móvel trimestral consistente que ajuda a prever meses futuros de bons resultados que virão potencializados pelo Dia das Mães, em maio, e pelo Dia dos Namorados e pelo adiantamento do 13º salário, em junho”, afiançou.

Em texto veiculado pelo portal Agência de Notícias IBGE, o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, comenta o recuo no segmento de supermercados e hipermercados assinalando que o consumo das famílias se modificou, na pandemia. De acordo com o pesquisador, as semanas de promoções vêm perdendo força, já que as compras estão ficando mais digitais. Com isso, determinados setores estariam com maior capacidade de conceder promoções fora das datas comemorativas.

Expectativas e entraves

Já o presidente em exercício da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota, assinala que os crescimentos mensais anteriores do setor, em fevereiro e março, vieram principalmente dos setores essenciais do comércio (supermercados e drogarias), já que a maior parte das lojas ainda estava de portas fechadas. Por esse mesmo motivo, o dirigente avalia que o índice menor de abril se deve a uma diluição da expansão em outras atividades do varejo.

“As vendas ainda não cresceram na expectativa dos empresários. É possível que, em maio, tenhamos um crescimento mais vigoroso, por conta do Dia das Mães, que é a segunda maior data para o varejo. Esperamos que, a partir de junho, quando as chuvas cessam e, tradicionalmente começa o melhor período para a atividade comercial, os desempenhos possam ser mais robustos. É claro que ainda temos um volume de desemprego muito grande, um problema de desabastecimento considerável, e isso tudo acaba comprometendo o abastecimento do comércio, principalmente no Amazonas”, encerrou.   

Foto/Destaque: Fred Novaes

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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