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Comércio prevê perdas de até 30%

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O desabastecimento de mercadorias que afeta o comércio deve gerar perdas de 10% a 30% para os comerciantes do Estado. A informação foi passada pelo presidente da FCDL (Federação da Câmara dos Dirigentes Lojistas), Ezra Azury, que informou que a entidade entrou na justiça na tarde de ontem para tentar normalizar o abastecimento de mercadoria para o comércio.
A ação tem como objetivo cobrar o mesmo tratamento dado as mercadorias da indústria sejam aplicadas também no comércio. “Se por acaso tivermos mercadoria no canal cinza ou vermelho, se der um prazo de 24h para que algum técnico vá lá e olhe a carga. O que não pode acontecer é a mercadoria ficar lá por um mês ou dois meses”, lamenta Ezra Azury.
Ezra explica que hoje é feita a liberação apenas de remédios e alimentos, pois se usou do bom senso para analisar os produtos considerados básicos, mas alerta: “Liberar alimentos e medicamentos é importante, essencial. Mas os outros não são? O pessoal que vende material de construção pode viver sem eles? Vão viver de quê? Morrer de fome? É um desrespeito com os lojistas. Não pode escolher para que ou quem vai liberar. Se não pode liberar tudo que se faça canal verde. Não podem reter mercadorias. Entendo o pleito dos funcionários, mas não façam isso com o comércio. Respeitem o comércio”, pede.

Material de construção
Segundo a FCDLM os setores de confecções, calçados e materiais de construção estão entre os mais afetados. Alguns mercadinhos de bairros também já sofrem com falta de mercadorias. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Materiais de Construção, Aderson Frota, pelo menos 45% das empresas que trabalham na revenda de materiais de construção em Manaus estão desabastecidas por conta da greve da Suframa. “Todo mundo estar reclamando de material retido, não faturado por conta da greve. Toda mercadoria que entra precisa ser confirmada para os incentivos serem concedidos. Sem isso, todos sofrem”, conta.
Segundo Aderson em pouco tempo algumas obras podem começar a ser retardadas pela falta de mercadorias no comércio. “Falta tinta, ferro, piso, acessórios, rejunte, argamassa. Todo mundo é atingido de forma bem direta. A burocracia e a greve acabam complicando a vida de todo mundo e com reflexos na população”. O presidente da Acomac (Associação dos Comerciantes de Materiais de Construções), Ivan Benzecry, comenta que os efeitos não são maiores por que o setor teve vendas baixas no fim do ano e estava com bastante mercadoria em estoque. “Logo devemos começar a sentir ainda mais esse efeito da greve”, conta.

Páscoa
A Páscoa também deve ser afetada pela greve da Suframa. Segundo Ezra Azury, os ovos costumam chegar na cidade para serem comercializados cerca de 60 dias antes da data. E esse ano essa liberação ocorreu apenas 30 dias antes. “Somente agora chegaram os ovos no supermercado. Isso com certeza atrapalha a vida do comerciante. Mais pessoas vão buscar os ovos em menos tempo. Vai gerar um desconforto e o consumo vai diminuir”, afirma.
Segundo Ezra as contratações para o período da Páscoa e Dia das Mães também estão sentindo o efeito do desabastecimento do comércio. “Posso garantir que março é um mês ruim para o comércio. Não tem chance de recuperação puramente por problema de desabastecimento. Tem empresas que começam a contratar para o período e isso está sendo adiado, não é possível falar como será”, comenta.
No entanto Ezra afirma que caso a liminar seja acatada pela Justiça Federal, em pouco prazo, ainda há tempo de recuperar parte dos problemas. “Se tivermos a liberação acatada em poucos dias, podemos evitar alguns desses problemas. Vai depender muito de como funcionará a decisão da justiça”, afirma. O presidente da FCDLM cobra também uma maior participação da Sefaz (Secretaria de Estado da Fazenda) para ajudar a resolver a questão. “O pessoal da Sefaz pode ajudar, basta querer. A arrecadação do Estado depende disso. Podem pegar 10 20 técnicos e colocar pra fazer a matéria da Suframa”, conclui.
O vice-presidente do Sindframa, Anderson Belchior, falou que os grevistas não foram informados sobre a ação e que 30% das mercadorias são liberadas diariamente, segundo decisão judicial. Para Anderson a culpa da greve afetar o comércio não é dos grevistas mas sim do governo que não ofereceu solução ao problema. O presidente do Sindframa, Estênio Garcia, informou que os trabalhadores não estão fazendo distinção sobre as mercadorias serem do comércio ou da indústria eles apenas cumprem a decisão judicial.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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