Pesquisar
Close this search box.

Comércio fecha ano com Natal magro, segundo dados do IBGE

https://www.jcam.com.br/Upload/images/Noticias/2019/1Sem/02Fev/13/comercio.jpg

O varejo do Amazonas perdeu força em dezembro de 2018, apesar de ter conseguido encerrar o ano com saldo positivo. O volume de vendas caiu 6,2% em relação a novembro e 0,4%, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em ambos os casos, o resultado foi inferior à média nacional – queda de 2,2% e alta de 0,6%, respectivamente. A variação mensal foi a sétima pior entre as 27 unidades federativas do país.

No acumulado, as vendas avançaram 4,4% diante de 2017, acima da média brasileira do setor (+2,3%), e com desempenho positivo em nove dos 12 meses de 2018. Com isso, o comércio do Amazonas ficou na 11ª posição do ranking nacional, atrás do Acre (+7,6%) e do Pará (+6,9%). A liderança ficou com Santa Catarina (+8,1%). Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nesta quarta (13).

Já a receita nominal foi 5,8% menor na passagem de novembro para dezembro, no nono pior resultado em todo o país. No confronto com igual mês de 2017, houve alta de 1,4%. Os números voltaram a ficar abaixo da média nacional (-3,4% e +3,9%, respectivamente). No acumulado, houve crescimento de 5,1%, em comparação ao ano anterior – contra +4,8% da média brasileira.

“O acumulado do volume de vendas ficou bem abaixo do aumento de 7,7%, ocorrido em 2017. Porém, o resultado daquele ano foi comparado com o desempenho de 2016, que havia apresentado queda de 10,6%. Já o número de 2018 é um crescimento sobre o bom desempenho de 2017”, analisou o supervisor de Disseminação de Informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, no texto distribuído à imprensa.

O presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Ataliba David Antônio Filho avalia que os números foram positivos e que o setor só desacelerou em dezembro, em virtude da Black Friday de 2018. Para ele, as promoções e a duração atípica do evento teriam alavancado novembro, canibalizando os resultados do mês posterior.

“Muita gente aproveitou e adiantou as compras. Creio que o Black Friday deveria se limitar a um dia e não se estender por uma semana. De qualquer maneira, os números apontam para crescimento. As perspectivas são boas para 2019, dependendo das medidas do governo”, ponderou o presidente da ACA.  

“Demos uma crescida. Temos visto que o empresário está mais otimista e o Distrito Industrial vem se recuperando, o que pode contribuir para a reação do comércio. Mas, o desemprego, a inadimplência e o custo do dinheiro ainda estão altos. O governo sinalizou propor aos bancos uma redução dos juros. Aguardamos”, emendou o presidente em exercício da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota.

Confiança e crédito

O volume de vendas do varejo ampliado – que agrega veículos e material de construção – também teve queda em relação a novembro (-2,9%), a quinta verificada nesse indicador, que pontuou -1,7% em nível nacional. Já na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a variação foi positiva em 3,4% e superou a média dos Estados brasileiros (+1,8%). No acumulado, o saldo foi positivo em 9,6% – contra a alta de 5% no restante do Brasil.

“Isso demonstra que as vendas de veículos e de material de construção tiveram desempenho superior ao chamado comércio normal. Com isso, o Amazonas ficou com o quinto melhor desempenho do ano, em nível de país”, pontuou o supervisor de Disseminação de Informações do IBGE-AM.

O presidente da ACA considera que a performance diferenciada do varejo ampliado, quando comparada ao restante do setor, aponta para maior acesso ao crédito e confiança do amazonense. “Vejo aí uma maior disposição do consumidor em adquirir bens duráveis com financiamento de longo prazo, além de uma recuperação da construção civil”, opinou.

Já o presidente da Fecomercio-AM vê na alta do varejo de material de construção efeitos da sazonalidade do setor de construção civil no Amazonas. Em nível regional, salienta Aderson Frota, a atividade costuma “perder substância” no primeiro semestre e aquecer no segundo.

“No caso dos veículos, vimos um esforço das concessionarias reduzirem estoque, por meio de preços congelados, vendas sem entrada e até aceitando receber carro usado como parte do pagamento. Há também a possibilidade de que o desemprego e a informalidade tenham contribuído para isso. Muitos pais de família estão trabalhando como motoristas de aplicativos para completar ou conseguir alguma renda”, finalizou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar