Comércio exterior do Amazonas acelera com mais força em junho

A corrente de comércio exterior do Amazonas acelerou com mais força, em junho. As importações de insumos para o PIM e exportações de manufaturados e produtos primários voltaram a subir em relação a maio, e se mantiveram com vantagem de dois dígitos sobre o patamar do mesmo mês de 2020. Manufaturados no PIM, por outro lado, perderam posições para produtos primários e artigos de alimentação remetidos à Venezuela. É o que informam os dados mais recentes disponibilizados pelo governo federal no portal Comex Stat, disponibilizados nesta segunda (5).
As vendas externas do Estado totalizaram US$ 82.46 milhões e foram 5,73% melhores do que as de maio de 2021 (US$ 77.99 milhões), além de ficar 48,58% acima do registro de 12 meses atrás (US$ 55.50 milhões) – período de reabertura de lojas e fábricas no Amazonas, em sintonia com o refluxo da primeira onda. As importações encostaram nos US$ 1.18 bilhão, correspondendo a um acréscimo de 4,42% ante o mês anterior (US$ 1.13 bilhão) e a uma expansão de 83,07% no confronto com maio de 2020 (US$ 617.26 milhões).
Os números do comércio exterior do Amazonas também seguem positivos no semestre, tanto nas exportações, quanto nas importações. As vendas externas acumularam US$ 457.49 milhões, correspondendo a um aumento de 35,83% sobre o dado do mesmo período do ano passado (US$ 336.81 milhões). Em paralelo, as aquisições do Amazonas no mercado estrangeiro avançaram 35,77%, ao passar de US$ 4.64 bilhões (2020) para US$ 6.30 bilhões (2021), no acumulado dos seis primeiros meses de 2021.
As importações do Amazonas registradas em maio foram encabeçadas, como de costume, por insumos para o PIM. Os itens mais comprados foram circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos (US$ 221.62 milhões), partes e peças para televisores e decodificadores (mais de US$ 180.20 milhões), platina (US$ 102.47 milhões), polímeros de etileno (US$ 77.30 milhões) e celulares (US$ 41.96 milhões). Só o último item da lista apresentou número pior do que o de maio de 2020.
A China (US$ 537.15 milhões) voltou a liderar o ranking de países fornecedores para o Amazonas, no mês passado, com alta de 95,56% ante junho de 2020 (US$ 274.67 milhões). Os Estados Unidos (US$ 93.54 milhões) ficaram em segundo lugar, sendo seguido por Vietnã (US$ 82.84 milhões), Taiwan (US$ 66.38 milhões), Coreia do Sul (US$ 62.72 milhões), entre outros. Todos os países citados avançaram na variação anual.
Óleo de soja
Pelo segundo mês seguido, o ranking das exportações foi encabeçado por óleo de soja (US$ 12.53 milhões), com um salto de 87,86% sobre 2020 (US$ 6.67 milhões), em razão da demanda venezuelana. Ficou à frente das preparações alimentícias/concentrados (US$ 12.51 milhões) e das motocicletas (US$ 10.79 milhões). Outros produtos direcionados ao país vizinho vieram na sequência – estratos de malte (US$ 10.19 milhões) e açucares de cana (US$ 5.23 milhões) – seguidos por ferro-ligas (US$ 4.98 milhões), entre outros. O único recuo na variação anual veio dos concentrados.
O próximo manufaturado do PIM presente na pauta de importações do Amazonas em junho foram os celulares (US$ 2.78 milhões), na sétima posição, graças especialmente à demanda do Vietnã (US$ 2.52 milhões). Barbeadores (US$ 1.90 milhões), que caíram da oitava para a nona colocação, com produtos remetidos à Argentina (US$ 935.152) e Equador (US$ 430.140), entre outros destinos. Aparelhos de TV (US$ 1.09 milhão) desabaram do nono para o 14º lugar, com vendas sustentadas pelas vendas à Argentina (US$ 437.580) e Chile (US$ 428.472), entre outros. Isqueiros (US$ 601.074) estão em 20º e canetas (US$ 372.750), em 25º.
A Venezuela (US$ 34.03 milhões) renovou a liderança entre os destinos das vendas externas amazonenses, com expansão de % sobre junho de 2020 (US$ 23.16 milhões). Colômbia (US$ 7.49 milhões), Argentina (US$ 6.16 milhões), China (US$ 4.93 milhões), Bolívia (US$ 4.72 milhões) e Estados Unidos (US$ 4.50 milhões) ocuparam as colocações seguintes. Todos expandiram o volume de compras na comparação com o sexto mês do ano passado.
Efeito dólar
O gerente executivo do CIN (Centro Internacional de Negócios) da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Marcelo Lima, lembra que a Venezuela ainda é o maior parceiro do Amazonas, com aquisição de grande volume de produtos alimentícios e artigos de higiene e limpeza, em virtude do desabastecimento do mercado local, mas observa que nenhum desses itens é produzido no Amazonas, sendo vendido ao país vizinho por atacadistas locais. Argentina, Colômbia, Bolívia e Equador continuam sendo os mercados vizinhos mais fortes, assim como Estados Unidos e China – especialmente commodities minerais.
O gerente executivo do CIN/Fieam reforça que os impactos econômicos da pandemia não causaram a redução esperada no fluxo de comércio exterior do Amazonas. Marcelo Lima lembra, por outro lado, que a variação cambial em favor do dólar também ajuda a explicar o crescimento exponencial na base anual. De qualquer forma, o dirigente salienta que a tendência de curto prazo segue de alta, tanto para exportações, quanto para importações.
“É importante salientar que não houve descontinuidade no comércio exterior, apesar da pandemia. O acréscimo nas importações já era esperado e não deixa de ser um indicador de que o Polo Industrial de Manaus encontra-se aquecida para um período de maior atividade, que já começa neste semestre, especialmente a partir do final do terceiro trimestre. E isso tende a se refletir também nas exportações de manufaturados do PIM, também”, finalizou.
Foto/Destaque: Divulgação

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