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Comércio e turismo entre os que mais perderam durante a pandemia

Comércio e turismo entre os que mais perderam durante a pandemia

Os setores de turismo, comércio, vestuário e restaurantes, estão entre os mais atingidos com a queda no faturamento desde o início da  pandemia. Considerando os meses de março a maio, as perdas no varejo brasileiro totalizam 30,1%. Os dados fazem parte do estudo da Accenture que mapeia os impactos da pandemia na indústria de pagamentos pelo mundo. 

O levantamento indica que o comércio e o turismo foram o que mais sentiram o impacto nas suas receitas com quedas de até 75%. Seguido do ramo de vestuário 66%, o setor de bares e restaurantes registram perdas de 60%.  

A perceção da pesquisa é a realidade de sentida por representantes do setor de turismo em Manaus, que nos últimos meses amargaram quedas de 90% em relação ao cenário antes da pandemia

O proprietário de uma agência de viagens que trabalha com o receptivo Ilson Rogério,  conta que os cancelamentos foram inevitáveis. “Quase três meses parados e deixamos de vender cerca de 90% dos nossos pacotes. Deixamos de faturar o que estava projetado para este primeiro semestre em relação às vendas”. 

Quando se fala em turismo receptivo algumas atividades ainda estão suspensas, como o traslado fluvial não essencial ainda não autorizado e nem a visitação dos pontos turísticos. “Ainda não voltou oficialmente. Estamos aguardando, inclusive as atividades ligadas a hotéis de selva”, diz Rogério. Ao menos 50% das passagens aéreas foram remarcadas e seguindo o decreto do governo federal em relação ao reembolso dos clientes. Ele diz que o prejuízo foi grande, além de deixar de faturar precisou negociar os contratos de aluguéis e outras despesas.

O setor de vestuário que também perdeu com a crise fez Meire Cruz, que tem uma loja no ramo, diminuir o quadro de funcionários. Ela lembra que após um mês com as portas fechadas ficou abalada porque precisava pagar as despesas. “Foi um pesadelo. Tive perdas altas. Eu espero recuperar ao menos a metade do prejuízo. Mas pelo que eu observo as pessoas nao estao dispostas a comprar. Eu acredito que vá levar um tempo para as vendas aquecerem”.

Conforme o estudo, a recuperação dos setores devem ocorrer de forma distinta. Os setores de vestuário, por exemplo, está entre as projeções de recuperação econômica mais avançada, junto com os segmentos de produtos de beleza, eletrodoméstico, vendas diretas, serviços de mobilidade e serviços médico. Já os serviços de academias, eventos, turismo, bares e restaurantes deverão avançar um ritmo mais lento.

A dificuldade do mercado de turismo em superar os prejuízos causados pela pandemia, já eram estimados por representantes do setor no Amazonas, conscientes que a volta por cima após a pandemia seria a longo prazo. 

Uma das grande dificuldades, conforme o assessor da Abav-AM (Associação Brasileira de Agências de Viagens do Amazonas), Jaime Mendonça,  é entender que o impacto causado no mercado assustou muito os turistas que movimentam o setor. Considerando o alto índice de desemprego.

Ele endossa que o retorno das atividades gradativamente não é sinal de reaquecimento do setor. E toda a cadeia turística deverá ser estimulada isso envolve promoções por partes das companhias aérea e dos hotéis. Além de precisar trabalhar com a margem de lucro para atingir o dinheiro que as pessoas disponham para investir em viagens.

“O consumo de viagens deverá ser modificado e a tendência é que o turismo sofra uma proporção ainda maior, pós pandemia. O que seria muito difícil prever os efeitos no turismo a longo prazo”, expõe. .  

Opinião

Na visão do economista Eduardo Souza, esses mercados não essenciais tiveram um efeito significativo devido ao comportamento humano de retração de isolamento por conta do risco ao vírus. A tendência é que o mercado encolhesse. “Dá para entender esse impacto a política de isolamento social pessoas estando mais em casa a gente entende que é uma diminuição na oferta desses produtos”. 

Sobre a afirmação de reaquecimento no ramo de vestuário, ele explica que realmente é um dado coerente porque as pessoas que conseguiram manter o seu nível de renda ao ficarem isoladas, e tiveram o consumo freado, terão um poder de compra mais elevado. Ou seja, as  pessoas acumularam esse valor que gastariam e quando saem do isolamento, tendem a consumidor estes produtos. 

Agora, a recuperação mais lenta dos outros segmentos estão diretamente ligados ao tempo de retorno das atividades, além disso, têm os riscos com as aglomerações. Para o economista, essa recuperação está relacionada a dois fatores: O primeiro é o comportamento social do consumidor se ele vai estar disposto a se aglomerar socialmente nesses locais, isso vai impulsionar ou não a recuperação das vendas desses mercados, e outro  fator, são as políticas governamentais sobre o funcionamento das atividades e a sua normalidade que vão influenciar na recuperação do volume de vendas e no volume financeiro desses mercados. 

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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