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Comércio e serviços puxam empregos no Amazonas em outubro

Comércio e serviços puxam empregos no Amazonas em outubro

Puxado pelos setores de serviços e comércio, o Amazonas registrou seu quarto saldo positivo seguido em empregos com carteira assinada, em outubro. A expansão foi de 1,37%, graças à criação de 5.669 postos de trabalho, um desempenho próximo ao registrado no mês anterior (+1,39% e +5.693 vagas). No total, 16.013 trabalhadores foram admitidos, superando em boa margem o número de desligamentos (10.344). Praticamente todas as vagas (5.569) vieram de Manaus, que teve expansão de 1,47%, no mesmo período. 

Foi o terceiro melhor número apresentado pelo Estado neste ano, perdendo apenas para os registros de setembro e agosto, mas superando em muito a performance pré-pandemia apresentada em janeiro (+0,18% e 738 postos de trabalho) e fevereiro (+0,37% e 1.516). Pela quarta vez no ano, o Amazonas superou a média nacional (+1,03%) no incremento mensal de saldo de vagas celetistas e, pela terceira, fez o mesmo em relação ao número relativo contabilizado pela região Norte (+1,14%). 

O desempenho mensal do Amazonas conseguiu também empurrar para frente o saldo acumulado de postos de trabalho formais, pelo segundo mês seguido, desde o começo da pandemia. De janeiro a outubro, o Estado avançou 1,47% na criação de vagas (+6.076), graças ao predomínio do número de empregos criados (126.464) em detrimento dos eliminados (120.388). Com isso, o estoque registrado no mês passado foi de 421.451 ocupações. Os dados foram extraídos da mais recente edição do “Novo Caged”, divulgado pelo Ministério da Economia, nesta quinta (26).

Serviços e comércio 

O levantamento não inclui variações anual e acumulada para as atividades econômicas nos Estados. Quatro dos cinco setores econômicos listados tiveram elevações mensais. O maior saldo de vagas veio novamente dos serviços (+2.097 empregos), que apresentaram sua terceira alta mensal seguida, desde a eclosão da pandemia no Amazonas – embora o saldo tenha vindo menos forte do que o de setembro (+2.682). 

A maior parte das vagas com carteira assinada geradas no setor de serviços do Amazonas veio novamente das atividades administrativas e serviços complementares (+1.502), seguido de longe por alojamento e alimentação (+307) e transporte, armazenagem e correio (+140), e atividades profissionais, científicas e técnicas (+131). Um subsetor pontuou estabilidade (administração pública, defesa e seguridade social) e outros três recuaram, sendo puxados por “outras atividades de serviços” (-153).

O setor de comércio e reparação de veículos (+1.745 postos de trabalho) veio na segunda posição, com saldo reforçado em relação a setembro (1.156) e agosto (1.031). A indústria em geral (+1.047 empregos) ficou em terceiro lugar, sendo carreada pela indústria de transformação (+955), e seguida de longe pelos segmentos de águas, esgoto, gestão de resíduos e descontaminação (+69) e de eletricidade e gás (+23). A indústria extrativa, por sua vez, pontuou nova estabilidade.

Na sequência, veio o setor de construção (+124) – com um salto significativo em relação a setembro (+124) e agosto (+695). Em último lugar no ranking dos setores econômicos do Amazonas, a atividade agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-1) foi a única que extinguiu postos de trabalho – após os tímidos crescimentos de setembro (+26) e agosto (+16).

“Curva ascendente”

O presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, considerou que, a despeito da regressão dos saldos positivos mês a mês, o setor continua avançando na geração de empregos em “curva ascendente”. O dirigente ressaltou que a dinâmica dos números se dá pela acomodação da capacidade produtiva das empresas, que deve apontar para uma estabilização nos próximos meses, já que a demanda de final de ano já está sendo cumprida. Mas, expressou dúvidas quanto a 2021.

“Não devemos ter crescimento entre outubro e novembro, e na passagem de novembro para dezembro. Esse aumento nas contratações já era esperado, por conta do atendimento da indústria à demanda de final de ano, no atacado. E o número de empregos temporários e efetivos foi mantido. Agora, é torcer para isso se manter também, no ano que vem. Há algumas variáveis, como o auxílio emergencial, que foi reduzido e deve terminar, em dezembro. Aí, como é que fica o comércio a partir daí? Mas, vamos aguardar. Tenho otimismo que a coisa vai caminhar em ritmo bom, se Deus quiser”, ponderou. 

Sazonalidade e empreitadas

Já o presidente em exercício da Fecomércio-AM (Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado do Amazonas), Aderson Frota, lembra que o varejo costuma ampliar seus quadros em outubro, com a contratação de temporários e efetivos para atender a demanda extra das festas de fim de ano. Já os serviços do Amazonas, conforme o dirigente, teriam se beneficiado menos da sazonalidade e mais do crescimento de outros setores.

“O comércio vem de uma crescente desde o Dia das Crianças passando pela Black Friday – que demandará todo o cuidado das empresas para atender às recomendações do governo – e culminando no Natal e no Ano Novo. O setor está vendendo bem, apesar das dificuldades geradas pela pandemia e pelo desabastecimento. Já o setor de serviços foi impactado pelo aquecimento da construção civil, que demandou mais nas empreiteiras, gerando mais contratações de serviços complementares”, finalizou. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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