A volta das vendas do comércio no centro da cidade trouxe alento e novas adaptações aos lojistas. Uma delas é a desorganização no trânsito, que de acordo com comerciantes têm dificultado o acesso rápido dos consumidores às lojas. A falta de rodízio nas vagas de estacionamentos tem prejudicado as vendas e afugentado consumidores para outros centros de compra. Representantes de classe reclamam da dificuldade de diálogo com a prefeitura para o retorno do Zona Azul.
O presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas) Jorge Lima mostrou-se surpreso com o decreto da prefeitura em suspender o sistema de estacionamento rotativo pago, o Zona Azul, para o dia 30 de setembro. De acordo com o representante de classe, o comércio contava com o retorno do sistema para a organização do trânsito e facilitar as vendas dos Dia dos Pais. A data comemorativa é um importante período para o aumento das vendas.
“Fomos surpreendido com a revogação para mais de 60 dias para o retorno do Zona Azul. Estávamos contando com o retorno para o Dia dos Pais e incrementar as vendas. A desorganização gera falta de opção no centro. Tem pessoas que chegam no centro, estacionam ficam o dia todo dificultando o rodízio de consumidores. Quando o consumidor chega e não ver estacionamento, ele vai embora fazer compras em shoppings”, disse.
Jorge Lima destacou que a dificuldade em dialogar com a prefeitura para rever a decisão tem sido a principal dificuldade, e se mostrou preocupado com migração dos consumidores para outros centros de compras e a atuação dos flanelinhas que tornam os estacionamentos bastantes disputados.
“Não estamos confiante com uma postura positiva do prefeito. Apesar de um bom relacionamento, existe uma dificuldade de diálogo com a prefeitura e os vereadores. Não faz sentido, já passamos do quarto ciclo da pandemia. Abriu tudo em Manaus, abriu os shoppings, as escolas. Não tem sentido manter o Zona Azul suspenso”, destacou.
Segundo o presidente da ACA, a entidade pretende se unir a Fecomércio (Federação do Comércio do Amazonas) e a CDL-Manaus(Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus) que já manifestaram o mesmo interesse. A proposta é de uma retomada do estacionamento oficial no centro já a partir de segunda-feira (3). “Recebemos a informação de que essa suspensão da cobrança do Zona Azul será postergada por mais 30 dias, mas isso não tem condições porque hoje o centro está sofrendo a falta de fiscalização. Os clientes ficam sem ter onde estacionar e os flanelinhas voltaram a tomar conta das ruas, precisamos solicitar com urgência o retorno”, disse.
O presidente da CDL-Manaus Ralph Assayag, mostrou-se insatisfeito com a postura do prefeito e pediu bom senso a respeito da importância do comércio na geração de emprego e renda da cidade e na movimentação da economia.
“O que pudemos fazer nós já fizemos. Não entendemos porque o prefeito fez isso com o centro da cidade. Onde ele iniciou o seu mandato e muito pouco foi feito pelo Centro. E no momento que os lojistas viram que organização do Zona Azul era boa ele resolveu paralisar trazendo desorganização. É um desamparo total com o centro. O volume de impostos que são pagos é imenso. O Zona Azul ajustou e deu volume de vendas no centro. Ele está fazendo uma coisa na contramão no fim de carreira. É um apelo que todos os lojistas fazem que ele entenda a importância do número de empregos que as lojas geram”, disse.
O vereador Chico Preto destacou a importância da categoria procurar os vereadores para buscar soluções e estreitar diálogo com o prefeito. “O comércio está recuperando as perdas. É um sentimento verdadeiro de quem paga imposto e gera emprego. A gente precisa dar ouvidos a alguém que representa uma entidade centenária que fala e representa o comércio. Se a ACA diz que o retorno é fundamental, é necessário que eles procurem a Câmara dos Vereadores e temos que ajudar. Temos que pensar que o momento é de retomada da economia, e temos que dá suporte para que eles continuem gerando emprego”, disse.
