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Combater as drogas é o principal desafio de Omar, afirma Josué

Um dos maiores problemas sociais do Brasil, o uso e tráfico de drogas, é, também uma das principais causas da escalada da violência no Amazonas. De olho nesse problema, o deputado estadual Josué Neto (PMN), já avisou que vai brigar por políticas públicas voltadas para a juventude. “A droga é o pior problema que toda a população amazonense está sofrendo na atualidade, e, com certeza, é o maior desafio que o novo governador terá de enfrentar”, avisou.
Josué Neto defende e sustenta veementemente a ideia de que somente com a profissionalização do jovem, no âmbito do ensino médio, e a implementação de políticas públicas como o Primeiro Emprego, que oferece espaço para a juventude e termina com a exigência de experiência de trabalho no mercado local de mão de obra, será possível combater e solucionar o problema do tráfico e do uso e consumo de drogas por uma grande parte da juventude amazonense. O parlamentar afirma que “a droga se alastra e pode viciar jovens de todo o nosso Estado, tanto de Manaus como dos municípios e até de pequenas comunidades do Amazonas, em geral”. Defendeu ainda a adoção urgente de uma política pública que priorize o esporte, o lazer e a cultura, tanto em Manaus como em todos os municípios e cantos do interior do Estado, por meio da construção de quadras, campos de futebol e áreas para a prática de artes como dança, teatro, folclore e outras manifestações, para combater essa situação.
Josué Neto também opina, nesse sentido, e com a mesma ênfase, que fomentar o empreendedorismo é uma questão de prioridade para apoiar os jovens que querem e precisam trabalhar, uma vez que não existem empregos para oferecer a todos. Na área educacional, ele concorda que é preciso atacar essa situação com a construção e adaptação de escolas e colégios voltados para o regime de tempo integral, uma vez que o estudante, tanto criança como adolescente, poderia passar a maior parte de seu tempo na própria escola e não na rua e em outros lugares perigosos. O deputado enfatizou ainda que é preciso combater e reprimir o tráfico nas suas origens, principalmente nas fronteiras, onde e quando a droga entra no nosso território, de acordo com o diagnóstico de muitos especialistas que estudam essa questão. Esta é mais uma reportagem do Jornal do Commercio, pelos corredores e gabinetes da ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas). Leia a entrevista abaixo:

JC – O Sr. se reelegeu com quase 30 mil votos, contra um pouco mais de 15 mil votos do seu primeiro mandato. Qual será, então, a sua prioridade, para este segundo mandato?
Josué Neto – Não tenha dúvida de que a minha primeira intervenção junto ao governador Omar Aziz será pedir ou requerer que ele priorize a profissionalização do jovem, no ensino de segundo grau, e execute, com a máxima urgência, o programa “Meu Primeiro Emprego”, em parceria com o governo federal. Eu tenho certeza de que essa é uma das melhores soluções para combater o problema do tráfico e do uso e consumo de drogas, que está prejudicando e viciando a juventude de Manaus e de todo o interior do Amazonas. Sem experiência e praticamente excluído do mercado de trabalho, o jovem se torna ocioso, carente, dependente e, dessa forma, sem qualquer capacidade para se defender, pela absoluta falta de oportunidades e alternativas, pode vir a se delinquir e viciar vendendo ou usando drogas.

JC – Na sua avaliação, qual é o principal desafio que o novo governo estadual terá de enfrentar:

JN: O Amazonas tem muitos problemas e cada um desses problemas está ligado ao outro, mas eu penso e julgo que uma das primeiras providências do novo governo estadual será reorganizar ou reestruturar o setor da segurança pública. Eu tenho certeza de que o problema da criminalidade, que está diretamente ligado ao tráfico de drogas, que por sua vez está ligado e coloca em risco o futuro de toda a nossa juventude, deverá merecer uma atenção especial do novo governo do Amazonas. Nós temos de conter a qualquer custo e sacrifício o avanço da criminalidade, que está ligada de uma forma direta a toda uma ampla conjuntura de problemas e desafios.

JC – Pode explicar melhor essa conjuntura de problemas (?)…JN: Eu tenho toda certeza de que o problema do tráfico de drogas não é um problema isolado do contexto geral e que ele está ligado ao problema do desemprego e da falta de oportunidades para uma grande maioria de pessoas e chefes de família sem renda. Assim como eu não tenho dúvidas, também, de que a disseminação do uso e do consumo de drogas no meio da nossa juventude está associada, de forma direta, à falta de alternativas para os nossos jovens, que precisam, urgentemente, de uma política mais ousada nos setores do esporte, da cultura e do lazer. É preciso ver que Manaus será uma subsede da Copa do Mundo de 2014 e que todos esses problemas terão de ser solucionados com antecedência. Nós precisamos oferecer segurança para a nossa população e também para os nossos futuros visitantes.

JC – Por que o programa do “Primeiro Emprego” é tão importante como fator de combate ao uso e tráfico de drogas entre jovens?

JN: Esse problema não é só do Amazonas, mas de todo o Brasil. Aqui e em qualquer lugar do mundo, a juventude tem anseios e aspirações muito semelhantes, e a conquista de certa independência ou autonomia é um desses sonhos ou desejos. Todo jovem sonha com a condição de ter um dinheirinho no bolso para oferecer e proporcionar à namoradinha uma entrada no cinema, um lanche, um presente, ou desfrutar e curtir um passeio com os amigos, comprar uma roupa ou um calçado novo diferente, que está na moda, e de poder realizar essas e tantas outras necessidades. Ou seja, não somente o jovem, mas, sim, é claro, todo mundo sonha com o direito e a oportunidade de se sentir um pouco livre e independente. Depois, além disso, tem outro problema mais importante ainda, que é aquela grande maioria de jovens pobres que precisa trabalhar para ajudar os pais e toda a família no orçamento doméstico, como até para pagar a faculdade ou qualquer outro curso. Além do mais, oferecendo-se um emprego ou uma fonte de renda para o jovem, ele não terá necessidade de se corromper ou de se delinquir vendendo drogas, como existem muitos exemplos por aí, em que a criança começa no submundo do crime servindo de aviãozinho para depois se tornar um traficante ou qualquer tipo de bandido ou criminoso.

JC – O Sr. também se referiu ao empreendedorismo, como uma política de governo importante para incluir o jovem no mercado de trabalho. Comente.

JN: Essa é uma questão que tem um raio de abrangência maior e que extrapola, logicamente, os limites dos problemas que envolvem os jovens, tanto aqui no Amazonas, como no Brasil e na maior parte dos países do mundo inteiro. O empreendedorismo está diretamente ligado à capacidade ou a inclinação que certas pessoas têm para desenvolver seu próprio negócio, nas mais diferentes atividades e ramos de negócios, e que, evidentemente, pode ser a solução para qualquer pessoa desempregada ou sem renda. Eu acredito até que o empreendedorismo também está ligado ao caráter e a criatividade das pessoas, principalmente aquelas que têm vocação para o comércio, o artesanato ou para desenvolver suas aptidões e habilidades em indústrias caseiras e microempresas. Eu não duvido que, possivelmente, viesse a dar certo, também, se qualquer governo tivesse a coragem e a capacidade de confiar e apostar investindo nos jovens que tenham vontade de abrir seu próprio negócio, já que o jovem não é tão experiente, mas apresenta a vantagem de ser mais criativo, forte e vigoroso para fazer qualquer tipo de trabalho.

JC – Quais são os municípios do interior do Amazonas que o Sr. visita com mais frequência? O problema da droga é muito maior no interior?

JN: Qualquer pessoa que leia os boletins e pequenos jornais e revistas que eu mando publicar em forma de notícias sobre o meu trabalho de parlamentar e que são distribuídos pelo meu gabinete aqui na ALE, poderá verificar e constatar que eu tenho viajado por todos ou quase todos os municípios do Amazonas e que durante as minhas visitas eu não me limito a conhecer somente as sedes administrativas dos municípios, mas que eu ando também nas comunidades, inclusive naquelas que são menores e, portanto, as mais carentes e esquecidas. Borba, Manicoré, Benjamin Constant, Tabatinga, Atalaia do Norte, Japurá, por aí eu viajo e conheço trabalhando como deputado estadual. Em todos esses municípios, comunidades e localidades as famílias e as autoridades reclamam do problema do tráfico criminoso da droga que está destruindo a nossa juventude. É por esse motivo, pela minha própria experiência, com um profundo conhecimento da realidade desses pequenos lugares, que eu afirmo que o problema tomou uma dimensão tão preocupante que superou, na minha avaliação, a capacidade dos governos federal, estadual e municipal, de solucionar o problema. Aqui no Amazonas, particularmente, é preciso que todas as forças vivas da sociedade se juntem para enfrentar esse problema: o governo estadual e as prefeituras municipais, a Igreja Católica, a Igreja Protestante, os sindicatos, as associações de pais e mestres, de moradores, escolas, clubes de mães e as entidades representativas da população, geral, têm de se juntar para mobilizar toda a sociedade contra o tráfico de drogas.

JC – Segundo fontes oficiais, 92% do crescimento do Amazonas está concentrado em Manaus, levando o interior a sofrer um processo de atrofia econômica. Qual seria a solução para melhorar esse quadro de atraso no interior?

JN: Essa é uma questão que me preocupa muito e confesso que o meu receio é que o problema que aconteceu com a borracha volte a se repetir, em que os asiáticos tiveram a ideia de transplantar a nossa seringueira nativa lá na Malásia, formando grandes seringais, que depois se tornaram o nosso próprio concorrente no mercado internacional desse produto. Este mesmo problema pode acontecer com o cupuaçu, camu-camu, andiroba, copaíba e tantos outras riquezas naturais do Amazonas. É por esse motivo que eu defendo uma política de reativação da economia do extrativismo, como uma vocação natural da nossa economia, mas só que agora dentro desse novo modelo de desenvolvimento sustentável, que preserva a natureza.

JC – O Sr. tem algum exemplo concreto para comprovar que a Zona Franca Verde, do ex-governador Eduardo Braga, pode ser a solução para o problema de subdesenvolvimento do interior amazonense?

JN: O melhor exemplo disso é o peixe, que está dando certo em todos os municípios do Amazonas. A única coisa que está faltando, para melhorar ainda mais esse quadro, é que a ração do peixe seja produzida lá mesmo, nos municípios, para evitar que o custo do frete encareça esse produto. Para isso, o produtor teria de se consorciar com o agricultor, que poderia produzir a macaxeira, o jerimum, a pupunha e outros ingredientes que entram na composição da ração do peixe. Mas o melhor de tudo mesmo seria que o Inpa desenvolvesse pesquisas na área da alimentação natural do peixe de água doce, para processar essa ração sem ter de recorrer a métodos artificiais. A própria natureza oferece uma gama infinita de alimentos da fruticultura silvestre, como a gameleira, que dá em quantidade nas margens dos igarapés; a mungubeira, a embaubeira, a anilina, que é o alimento de preferência do pacu; o açaizeiro, a abacabeira, o juarizeiro, que o tambaqui gosta tanto; a própria goiabeira, camu-camu, carambola, acerola e tantas outras inúmeras fruteiras da mata e domésticas que poderiam ser plantadas na beira dos açudes, para que o produtor não dependesse de fazer ou comprar ração contendo produtos químicos que apresentam a desvantagem de prejudicar o organismo do próprio animal e a saúde das pessoas.

JC – Que outro exemplo o Sr. daria, para gerar renda e outras oportunidades e facilidades o interior do Estado?

JN: Eu conheço uma cooperativa, em Guajará, perto de Ipixuna, no Rio Juruá, onde 60 famílias extraem óleo de copaíba, de andiroba e de buriti e vendem para a Natura. Cada família dessas está ganhando uma média de R$ l.500,00 por mês, sem ter a necessidade de derrubar nenhum pé dessas árvores ou de destruir a natureza. Esse ganho significa que essas famílias estão auferindo uma renda superior ou maior do que a própria renda média nacional

JC – Quais seus planos no próximo mandato?

JN: Eu quero concluir esta entrevista dizendo que confio e tenho certeza de que o governador Omar Aziz é uma pessoa consciente e um político muito bem informado a respeito de todos os problemas que foram mencionados e discutidos aqui nesta entrevista. Eu tenho a mais absoluta convicção de que ele já tem elaborada e planejada uma fórmula certa para combater o flagelo da criminalidade e extirpar a maldição do tráfico de drogas do meio da nossa juventude. Nós já conversamos a respeito e eu me lembro que ele citou que deverá implantar a ronda policial direta e ostensiva nos bairros de Manaus, para fiscalizar, reprimir e prender os traficantes, adotando, paralelamente, uma política de aproximação do policial com as famílias dos moradores e outra política de geração de empregos e rendas, como uma forma de criar novas oportunidades e alternativas para quem quiser trabalhar. Ele também pensa em aumentar o contingente da Polícia Militar e da Polícia Civil, além de qualificar e melhorar o salário dos policiais. Tudo isso ficou esclarecido nas propostas de campanha eleitoral do governador. Aproveito esta oportunidade do Jornal do Commercio para registrar também a minha homenagem ao ex-governador Eduardo Braga, que governou o Amazonas com ação e visão de estadista, ao se articular com o Presidente Lula e com dirigentes do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do Bird (Banco Mundial), para elaborar um planejamento e executar um projeto de desenvolvimento social e econômico para o Estado do Amazonas, como uma iniciativa pioneira e uma audácia que nenhum político do nosso Estado teve grandeza e gênio para realizar, antes de Eduardo Braga. O exemplo dessa política de governo que deu certo é o Prosamim, que mudou a cara de Manaus, que hoje é uma das cidades mais limpas e bonitas do Brasil. Foi por causa do Prosamim, com a mais absoluta certeza, que Manaus conquistou o direito de ser uma das capitais brasileiras que já foram escolhidas para sediar a próxima Copa do Mundo. Com isso, Eduardo Braga já imortalizou seu nome na história do Estado do Amazonas. E é essa mesma obra que o Governador Omar Aziz continuará realizando em Manaus e em outros municípios.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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