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Com a crise, poupança continua a enfrentar fuga de recursos

Poupança tem captação recorde de R$ 166,31 bi em 2020

A poupança sente os impactos da crise financeira entre os brasileiros. A aplicação mais tradicional da população continua a enfrentar a fuga de recursos. Em julho, os brasileiros sacaram R$ 12,66 bilhões a mais do que depositaram na caderneta de poupança, segundo informou ontem o BC (Banco Central. Essa foi a maior retirada líquida (saques menos depósitos) registrada para meses de julho desde o início da série histórica, em 1995.

Com o desempenho de julho, a poupança acumula retirada líquida de R$ 63,15bilhões nos sete primeiros meses do ano. Essa é a maior retirada acumulada para o período desde o início da série histórica, em 1995.

Em 2022, a caderneta registrou captação líquida (mais depósitos que saques) apenas em abril, quando o fluxo ficou positivo em R$ 3,51 bilhões. Nos demais meses, as retiradas superaram os depósitos, num cenário de alta da inflação e do endividamento, combinado com rendimentos mais baixos por causa dos aumentos da taxa Selic (juros básicos da economia), que tornam outras aplicações de renda fixa mais atraentes.

Em 2020, a poupança registrou captação líquida (depósitos menos saques) recorde de R$ 166,31 bilhões. Contribuiu para o resultado a instabilidade no mercado de títulos públicos no início da pandemia de covid-19 e o pagamento do auxílio emergencial, que foi depositado em contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal.

No ano passado, a poupança registrou retirada líquida de R$ 35,5 bilhões. A aplicação foi pressionada pelo fim do auxílio emergencial, pelos rendimentos baixos e pelo endividamento maior dos brasileiros. A retirada líquida – diferença entre saques e depósitos – só não foi maior que a registrada em 2015 (R$ 53,57 bilhões) e em 2016 (R$ 40,7 bilhões). Naqueles anos, a forte crise econômica levou os brasileiros a sacarem recursos da aplicação.

Até recentemente, a poupança rendia 70% da Taxa Selic (juros básicos da economia). Desde dezembro do ano passado, a aplicação passou a render o equivalente à taxa referencial (TR) mais 6,17% ao ano, porque a Selic voltou a ficar acima de 8,5% ao ano. Atualmente, os juros básicos estão em 13,75% ao ano. O aumento dos juros, no entanto, foi insuficiente para fazer a poupança render mais que a inflação, provocando a fuga de alguns investidores.

Nos 12 meses terminados em julho, a aplicação rendeu 6,2%, segundo o Banco Central. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15), que funciona como prévia da inflação oficial, atingiu 11,39%. O IPCA cheio de julho será divulgado no próximo dia 9 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nota abre Perfil

Lideranças fazem contraofensiva

Nada garante que o novo decreto presidencial sobre o IPI mantém a competividade da ZFM, apesar de o governo federal dizer o contrário. O problema é que a redução de 35% na alíquota do imposto para produtos fabricados fora de Manaus continua sendo um golpe mortal contra os benefícios fiscais no Amazonas. A nova decisão assinada por Bolsonaro busca anular a liminar do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que manteve a isenção do tributo às empresas instaladas em Manaus.

Agora, a bancada federal amazonense e outras lideranças trabalham mais uma contraofensiva para derrubar as investidas do Planalto. Na realidade, ajustes sutis feitos no decreto anterior camuflam detalhes extremamente prejudiciais às vantagens comparativas, responsáveis por manter a cadeia produtiva e atrair novos investimentos para o Estado. Sob orientação de Moraes, todos apostam em novo desfecho favorável. Afinal, a Zona Franca tem o respaldo da Constituição Federal.

Encontro

O deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM) saiu otimista do encontro que manteve com o ministro Alexandre de Moraes, em Brasília, tratando do novo decreto do IPI. Segundo ele, o magistrado o orientou a agregar mais recursos à sua ação anterior favorável ao Amazonas, o que em tese fortaleceria a contraofensiva para derrubar as medidas da equipe ministerial. Moraes reconhece que a isenção do imposto é crucial para manter a economia do Amazonas. E se mostra como grande aliado desse modelo.

Convenções

Termina hoje o prazo das convenções partidárias que definirão os candidatos nas próximas eleições. No Amazonas, as articulações estão intensas para fortalecer as campanhas de novos postulantes a cargos públicos. Por enquanto, as maiores chances de vitória na disputa ao governo sinalizam para Wilson Lima (UB), que concorrerá à reeleição. Amazonino Mendes (Cidadania) estaria empatado tecnicamente com Lima, segundo apontam pesquisas. Porém, nada ainda garante credibilidade nesses dados.

Registros

Este ano, as 34 legendas políticas registradas no TSE foram liberadas para realizar suas reuniões nacionais a partir de 20 de julho. Conforme estabelece o Calendário das Eleições 2022, após definir os nomes que disputarão a um cargo, os partidos, federações e coligações terão até o dia 15 de agosto para solicitarem o registro das candidaturas. No caso de federações partidárias, a convenção deve ocorrer de forma unificada, com a participação de todos os partidos integrantes.

Disputa

As previsões de uma eventual vitória de Wilson Lima em outubro são as mais otimistas possíveis. A disputa pode ser ainda decidida no primeiro turno. O governador tem cacife para derrotar o seu principal adversário, Amazonino Mendes. O ex-governador não tem mais a saúde de antes, está debilitado, algo que não causa boa impressão junto aos eleitores.  E tem sido visto sempre acompanhado de cuidadores e médicos em suas aparições em público. Até em cadeira de rodas. Mas pode surpreender.

Disputa 2

Outro fato que corrobora para o fortalecimento de Wilson Lima na disputa pela reeleição é ter como principal aliado David Almeida (Avante). Hoje, o prefeito de Manaus é o seu maior cabo eleitoral. Almeida caiu nas graças dos manauaras. Sua gestão é avaliada como uma das melhores (senão a melhor) que administraram o município. E tem cumprido as promessas ainda feitas em campanha, consolidando-se com uma das lideranças da nova geração. Lima tem tudo para vencer folgadamente.

Atentado?

Apesar da pouca idade, o vereador Amom Mandel (Cidadania) ocupa os holofotes com uma efetiva atuação parlamentar. E não perde a menor oportunidade para protestar contra qualquer assunto que o incomoda, principalmente sobre desperdícios de dinheiro do erário. Agora candidato a deputado federal, ele disse que o carro de sua equipe foi atingido por tiro na zona norte. O caso aconteceu no último dia 28.  Ninguém saiu ferido. Atentado? Prato cheio para polemizar e chamar mais a atenção.

Garimpo

Povos Yanomamis denunciam novas investidas de garimpeiros no Alto Rio Negro, no Amazonas. Além disso, os indígenas relatam dificuldades de acesso à saúde, falta de medicamentos e transporte. E estão abandonados à própria sorte. A quase inexistência da presença do Estado na região favorece ações de criminosos. Facções cometem todos os tipos de crimes ambientais, principalmente pesca, extração de madeira e minérios de forma ilegal. Etnias continuam reféns. O poder público precisa agir.

Vendas

O mercado espera bom fôlego no Dia dos Pais. Roupas, calçados e perfumes devem movimentar 64% das vendas durante a data em Manaus. A conclusão é de um estudo feito pelo Ifpeam (Instituto Fecomércio de Pesquisas Empresariais do Amazonas). O levantamento ouviu 307 consumidores, que apontaram a intenção de compra para o período este ano. A pesquisa foi realizada em zonas distintas da cidade, com participantes de diferentes faixas etárias. E mostra que o consumo está disparando.

FRASES

“Vamos fazer a nossa campanha”.

Serafim Corrêa (PSB), deputado, sobre apoio a Ricardo Nicolau (Solidariedade).

“A candidatura está unificada e passa a ser representada por Lula”.

André Janones (Avante), deputado federal, ao desistir da disputa presidencial.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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