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Coleta seletiva conscientiza sobre destinação de resíduos, diz Luiz Paz

O coordenador da Coleta Seletiva da Semulsp (Secretaria Municipal de Limpeza Pública), Luiz Paz, diz que as ações desse serviço contribuem para uma maior conscientização sobre a importância da correta destinação dos resíduos, gerando mais empregos e renda a associações e cooperativas de catadores em Manaus.

Hoje, existem pelo menos 25 Pevs (Pontos de Entrega Voluntária) na capital, colocados em áreas estratégicas para a população depositar o lixo a ser reciclado. Esses locais estão em supermercados e empresas do Distrito Industrial.

Luiz Paz avalia que avançaram significativamente as medidas do município em defesa do meio ambiente. Hoje, há mais feedback nos apelos da campanha para o descarte ecologicamente correto de materiais, envolvendo tanto os órgãos do poder público quanto empresas da iniciativa privada.

“Cada vez mais, a população está participando e atendendo à mobilização por uma cidade mais limpa, mais preservada. Mas temos ainda muito que avançar nessa questão importante, não só para Manaus e o Estado do Amazonas, como também para o mundo todo”, ressalta o coordenador da Semulsp.

De acordo com Luiz Paz, só no primeiro semestre deste ano foram recolhidas 180 toneladas de resíduos nos PEVs. “São 180 toneladas que deixaram de ir para o aterro sanitário e foram direcionadas aos catadores”, destaca ele.

Além de contribuir para preservar a cidade, o destino correto do lixo também possibilita o sustento diário de centenas de pessoas que trabalham para as associações e cooperativas da categoria, acrescenta Paiva.

“A ideia é essa, reaproveitar o lixo e gerar renda”, diz. A prefeitura também mantém o gari comunitário recolhendo o lixo de moradores que vivem em becos e áreas de difícil acesso. Recolhe e leva todo o material para o local onde passa o caminhão coletor, que funciona de segunda a sábado na capital.

Outra grande iniciativa, aponta Luiz Paiva. Manaus é, hoje, a única capital da Região Norte a ter uma Central de Logística Reversa de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos, inaugurada recentemente.

É um novo canal que dá a opção para o descarte desse tipo de material, oportunizando mais opção de renda. “Os interessados podem levar o lixo direto ao galpão que funciona no bairro Santa Etelvina ou ligar para agendar o dia e a hora que o caminhão recolhe”, orienta ele.

Segundo o coordenador, a revitalização de algumas lixeiras viciadas e o agendamento para o recolhimento do lixo também auxiliam no combate a um problema crônico em Manaus – o velho cenário onde toneladas de lixos orgânicos e resíduos sólidos são descartados em qualquer parte, deixando uma imagem negativa para a capital.

Paiva disse, ainda, que já existe o planejamento para a construção de um novo aterro sanitário em Manaus com a participação do poder público e de empresas privadas. E que o atual está sendo revitalizado para ter uma vida útil por mais dez anos na cidade.

Ele deu uma entrevista exclusiva ao Jornal do Commercio.

Jornal do Commercio – Como está, hoje, o nível de conscientização em relação à separação dos resíduos?

Luiz Paz – A população tem aumentado a sua contribuição, o que nos deixa muito felizes. Mas precisamos avançar mais ainda nessa questão. A prefeitura não tem medido esforços nesse sentido.

Os resíduos afligem não só os manauaras, mas também o Estado do Amazonas e o mundo. A saída pra isso é a coleta seletiva. A prefeitura está investindo bastante nessa questão. Hoje temos 25 PEVs (Pontos de Entrega Voluntária), onde as pessoas podem depositar os seus resíduos.

Todo esse material pode ser colocado nas pequenas e grandes redes de supermercados, e até em empresas do Distrito Industrial. Em seguida, os resíduos são direcionados para as associações e cooperativas de catadores que fazem dessas atividades o seu sustento diário.

Tudo atendendo às diretrizes da Lei 2.305 que institui a política nacional de resíduos sólidos. E os principais atores são os catadores. A prefeitura vem fazendo a sua parte.

JC – De alguma forma, já se conseguiu uma maior confiança da população de que os resíduos vão ser mesmos reciclados, as pessoas vestiram, realmente, a camisa da reciclagem?

Luiz Paz – Todo projeto tem que ter uma ampliação. Hoje, temos três equipes de educadores ambientais que estão todos os dias dentro e no entorno dos supermercados, igarapés, explicando o direcionamento desses resíduos e quais serão os beneficiados.

Está gerando emprego, renda e dignidade para os catadores, colocando alimentos nas mesas, porque muitos vivem disso.

JC – Todos esses resíduos coletados de uma forma seletiva têm o mesmo destino ou uma parte vai ainda para o aterro sanitário?

Luiz Paz – Em geral, informamos o que deve ir para essa coleta, mas parte da população não tem ainda consciência, experiência, sobre isso. Sempre há algo que não está dentro desse tipo de coleta e acaba indo para o aterro sanitário.

Estamos investindo bastante na sensibilização da população. Sobre como ela pode gerenciar esses resíduos, de forma ecologicamente correta.

JC – Percebe-se que os órgãos públicos já vestiram a camisa da reciclagem. Isso também está chegando à iniciativa privada?

Luiz Paz – Sim, não temos dúvida. Tanto que existe um projeto no centro da cidade no qual os comerciantes participam. As nossas equipes fazem essa sensibilização.

Vemos também empresas do Distrito Industrial querendo implantar a coleta seletiva. E nós damos todo apoio à iniciativa privada e pública.

Temos coleta seletiva na nossa secretaria. Os funcionários fazem o mesmo em casa e o que é gerado na Semulsp. A mesma coisa acontece na prefeitura, também na Câmara Municipal de Manaus. As empresas estão mais participativas. E a tendência é melhorar ainda mais.

JC – Quais são os materiais que as pessoas devem separar em casa?

Luiz Paz – Basicamente, papel, papelão, plástico, vidro, metal e ainda outros mais. Não pode misturar com resíduos de comida porque contamina.

No primeiro semestre de 2021, recolhemos 180 toneladas de resíduos dos PEVs. Então, são 180 toneladas que deixaram de ir para o aterro sanitário e foram direcionadas para os catadores.

JC – Infelizmente, vemos ainda a prefeitura recolhendo muito lixo nos igarapés da cidade. É um trabalho de enxugar gelo. Como estão as ações para combater esse problema tão recorrente, já se evoluiu de alguma forma?

Luiz Paz – Sem dúvida, já diminuiu muito, há uma evolução nesse sentido. Hoje, recolhemos, diariamente, 27 toneladas de resíduos dos igarapés e dos leitos de rios. Já chegou a ser mais, mas houve, sim, uma diminuição. Estamos retirando muito material e direcionando às recicladoras.

JC – E tem renda para esses catadores de cooperativas….

Luiz Paz – Perfeitamente, também no momento que gerenciamos esses resíduos de forma ecologicamente correta, estamos gerando saúde pública e renda também.

JC – Como está sendo reciclado o lixo eletrônico gerado por pilhas, baterias, eletroeletrônicos e outros….?

Luiz Paz – Esses resíduos podem ser depositados em locais da rede de supermercados Carrefour. Lá, existem pontos também para coletar esse tipo de resíduos e os outros direcionados às associações.

Não só no Carrefour, mas também várias empresas do Distrito Industrial estão recolhendo esses resíduos. Fomos a primeira capital da Região Norte a receber o programa de  logística reversa de eletroeletrônicos.

Projeto que envolve a coleta agendada. Existem PEVs específicos que são direcionadas às empresas que recolhem esse material.

JC – A prefeitura inaugurou a primeira Central de Logística Reversa de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos da Região Norte. Como é que vai funcionar esse novo serviço?

Luiz Paz – Pode ligar para um galpão da central que funciona numa associação no bairro Santa Etelvina. E os caminhões vão recolher o material. Se preferir, a pessoa mesma pode levar o lixo direto para a central.

JC -O que será feito desse material recolhido pela central?

Luiz Paz – Vai passar por uma segregação, separação. Por exemplo, se for televisão, serão reaproveitadas as peças e direcionadas para os fabricantes, com um preço bom, gerando dinheiro.

JC – Temos uma legislação que cuida dos resíduos sólidos, incluindo os aterros sanitários. Mas praticamente nenhuma cidade do Amazonas conseguiu cumprir essas normas. Manaus já tem projeto para um novo destino desse material?

Luiz Paz – Já existe um planejamento entre o poder público e empresas que gerenciam esses resíduos para a construção de um novo aterro sanitário.

Também está sendo planejada a ampliação do atual aterro para ele ter uma vida útil por mais dez anos.

JC – Antes, víamos muitas pessoas descartando lixo em qualquer lugar que dificultava, inclusive, o acesso a áreas. Mas agora a coleta está sendo agendada. Como acontece esse novo trabalho e que tipo de material é recolhido?

Luiz  Paz – Esse é um projeto brilhante da prefeitura de Manaus que muito nos orgulha. Recentemente, no Dia Mundial da Limpeza, fizemos uma ação na Marina do Davi que envolveu várias entidades governamentais e não-governamentais.

Retiramos em torno de cinco toneladas de resíduos em poucas horas, como televisão, fogão. E recolhemos também até cachorro morto. Essa é a ideia sempre voltada para a preservação do meio ambiente.

JC – Como funciona esse projeto….?

Luiz Paiva – Hoje, a população tem a opção pra não jogar mais lixo nos igarapés. Pode ligar pros celulares da Semulsp – 98415-95634/98459-5618.

E lá é feito o agendamento pra recolher esses resíduos, de grandes objetos, que são também direcionados às associações de catadores. Muitos desses resíduos são reaproveitados. Então, a ideia é reaproveitar o lixo e gerar renda.

JC – Uma grande preocupação são as lixeiras viciadas. A prefeitura tem combatido isso também?

Luiz Paz – Recebemos ofícios, ligações diariamente sobre essas lixeiras viciadas. Fazemos um diagnóstico, muitas vezes elas são desnecessárias. Trabalhamos a conscientização, mas também podemos recorrer a ações. O coletor passa todos os dias, de segunda a sábado.

Somos uma das grandes capitais brasileiras que tem coleta todos os dias, sempre nos horários entre 9 e 10 horas da manhã. Então, não tem por que a população jogar o lixo dessa forma.

Os moradores de determinados becos não têm onde colocar os resíduos.  A prefeitura contrata garis comunitários que geralmente são moradores da área, facilitando o trabalho. Eles recolhem os resíduos de porta em porta e levam para os locais onde passam os carros coletores, na hora programada para o serviço.

No bairro da União tinha uma lixeira viciada que completou 30 anos, o mesmo tempo que moro em Manaus. Acabamos com essa ela por essas ações. A população precisava de um apoio e a prefeitura ajudou.

Acabamos com outra também no entorno da igreja de São Raimundo. Sensibilizamos a população. As pessoas entenderam que não havia necessidade de colocar o resíduo na área. Temos também um projeto de revitalização de algumas lixeiras viciadas que incentiva a população a participar.

Fiscais ficam todos os dias nesses locais orientando as pessoas sobre o correto destino do lixo.

JC – Que tipo de ações a prefeitura tem dado para fortalecer o trabalho dos catadores? Aumentou o número de associações e cooperativas…?

Luiz Paz – Sim, com certeza, aumentou bastante. Tem novos grupos se formando e nos procurando. A ideia é apoiar essas pessoas. Recentemente, lançamos um concurso da árvore mais bonita da cidade de Manaus.

O projeto é sensibilizar os alunos do curso fundamental e do nível médio das escolas municipais, que são os principais atores dessa iniciativa.

São os jovens de hoje que serão o nosso futuro amanhã. Com essa sensibilização, não tenho dúvidas de que teremos um futuro melhor. Lá atrás, com o advento da Revolução Industrial, foi que começou toda essa questão dos resíduos em grande escala, e não se preocuparam com o impacto dessas atividades.

Mas, hoje, estamos nos preocupando com o futuro, não só de Manaus, do nosso Estado, como também do mundo

JC – Desde o dia 1º de outubro, não podemos mais usar as sacolinhas de plástico dos supermercados. Esse material é onde a gente coloca o lixo diariamente. E, agora, como vai ser?

Luiz Paz – Confesso que também estou preocupado, mas tenho convicção de que irão surgir novas ideias. O brasileiro é muito inteligente.

Temos o material biodegradável que demora até seis meses para se decompor, ao contrário das sacolas plásticas que levam 100 anos para entrar em decomposição.

JC – Existe preocupação da prefeitura em promover palestras a alunos para conscientizar sobre a importância da coletiva seletiva?

Luiz Paiva – Já estamos fazendo. Temos ‘Os garis da alegria’, um grupo lúdico que leva informações através da música que é sucesso. Esse grupo tem uma agenda todos os dias e atua, diariamente, em alguma parte da cidade.

Quando toda essa questão da pandemia passar, temos um projeto para implantar a coleta seletiva em todas as escolas municipais. Tem uma média de 350 unidades em Manaus. As crianças serão os atores e irão nos ajudar bastante.

Vão aprender como fazer a coleta seletiva e passar essas orientações aos seus pais. O projeto já está montado em parceria com a Semulsp, Semed e Semma. É um projeto brilhante e só aguarda o momento certo para ser lançado.

Foto/Destaque: Divulgação

Marcelo Peres

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